A Ciência Está Em Crise? (original) (raw)
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Cadernos de Linguística
O valor da ciência passou a ser alvo de disputa política nos discursos governamentais nestes últimos dois anos. Documentos oficiais, manifestos de cientistas e matérias jornalísticas têm evidenciado esses conflitos. Neste contexto, objetivo deste artigo é, então, discutir, a partir da teoria semiótica de linha francesa, os modos como o valor da ciência estão construídos nos discursos, considerando os percursos temáticos e figurativos e sua inter-relação, inserindo-o num universo cognitivo específico, inscritos em objetos ora materiais, utilitários e breves, ora imateriais, universais, democráticos e longevos. Além disso, mostraremos que o emprego das operações tensivas, graduais e dinâmicas, ajudam a explicar o valor do valor da ciência: a sintaxe extensiva da triagem e mistura e a sintaxe intensiva da tonificação e atonia demonstram como se dão as restrições excessivas de campo ou a mistura indiferenciadora dos domínios cognitivos e pragmáticos que envolvem a noção de ciência. Para...
Ciência e Obscurantismo Em Contexto De Crise
Cadernos do GPOSSHE On-line, 2020
O texto trata do antagonismo entre ciência e anticiência no contexto da crise do capitalismo das últimas décadas. É síntese de pesquisa teórico-bibliográfica. Indicamse os fundamentos ontológicos da ciência na práxis fundante do ser social, o trabalho. Abordam-se os contornos epistemológicos-ontológicos da práxis científica, partindo de uma análise histórico-sistemática. Apresentam-se alguns nexos entre o capitalismo atual e os ataques sistemáticos nos últimos tempos ao pensamento crítico e à ciência. Destaca-se que os ataques ao caráter emancipador da práxis desantropomorfizadora da ciência situam-se num contexto de contradições entre o desenvolvimento das forças produtivas e as coercitivas relações de produção capitalistas.
A Ciência Moderna e Sua Consolidação: É Possível Falar Em Crise Social e Epistemológica?
Novos Rumos Sociológicos
Este trabalho tem como objetivo apresentar as nodais características da Ciência Moderna, desde a sua emergência inclusive aquilo que tem sido cunhado como esgotamento e até mesmo “crise” da modernidade. Para tanto, destacamos aqueles que consideramos os proeminentes pensadores modernos, sobretudo René Descartes, cujo método cartesiano tem sido base epistemológica do conhecimento científico moderno. Ademais, mostramos aspectos sociais e teóricos que destacam o processo de consolidação da Ciência Moderna, principalmente no decorrer do século XIX, bem como elementos que nos ajudam a identificar possíveis sinais de falta de fôlego dos pressupostos modernos para explicar o mundo fenomênico contemporâneo. Palavras-chave: Interdisciplinariedade; Ciência; Disciplinariedade; Complexidade.
Crise na política científica portuguesa
Le Monde Diplomatique - Portugal , 2010
Parte significativa da investigação que se faz em Portugal resulta de uma política pública de atribuição de bolsas por parte da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT). Este organismo tem permitido que as instituições de investigação atestem a «elegibilidade» das candidaturas a bolsas por parte de cidadãos estrangeiros ou que não possuam um documento de residência permanente em Portugal, dando prioridade a critérios científicos, de qualidade e de adequação às linhas de investigação definidas pelas instituições de acolhimento dos projectos. A não consideração recente destas «cartas de elegibilidade» passada pelas instituições de investigação não gera apenas problemas pessoais e institucionais, visíveis no imediato, antes convoca o conjunto da sociedade a reflectir sobre qual a melhor forma de assegurar, à escala nacional e internacional (comunitária e extracomunitária), políticas científicas democráticas, de qualidade e que respondam às necessidades e interesses públicos.
Pantanal Editora, 2019
O avanço da Ciência tem promovido o desenvolvimento de inúmeras tecnologias que tende a proporcionar o incremento da produção de alimentos, a melhoria da qualidade de vida da população, a preservação e sustentabilidade do planeta. Todavia, além da geração de novos conhecimentos é necessário a dispersão para o público alvo. Algo que geralmente é negligenciado por muitos autores, pois, se limitam apenas em publicar um artigo científico. Nesse aspecto, a “Pantanal Editora” surgiu com a missão de “publicação de trabalhos de pós-doutorado, teses, dissertações, monografias, trabalhos de conclusão de curso, ensaios e artigos científicos” com o lema "Ciência com consciência". Nossos valores são construídos sob esse alicerce. Qualidade, ética, relevância acadêmica e impacto social, norteiam nossos trabalhos. Diferentemente de outras editoras, nós procuramos pesquisadores que estejam dispostos a fazerem capítulos que passaram por revisões criteriosas e não somente aplicar o binômio pagou-publicou. Além disso, tem como visão “A ciência é vital para o desenvolvimento humano, e seu progresso somente é possível quando apoiado sobre o conhecimento científico passado. Por isso a divulgação dos trabalhos científicos é essencial para que a ciência possa alcançar a todos, transformando nossa sociedade.” Com base nesses pilares, a “Pantanal Editora” orgulhosamente apresenta em seu primeiro livro “Ciência em Foco”, em seus 22 capítulos, avanços nas áreas de Ciências Agrárias e da Engenharia. Conhecimento estes, que irá agregar muito aos seus leitores, entre os assuntos, adubação nitrogenada na soja, diversidade genética de cultivares de mandioca, produção de mudas, magnetismo na agricultura, técnicas de avaliação do sistema radicular das plantas, percepção ambiental de alunos, análise de gestão de resíduo sólidos, conservação de estradas, sustentabilidade e responsabilidade social. Portanto, fica evidente que essas pesquisas procuram promover melhorias quantitativas e qualitativas na produção de alimentos e, ou melhorar a qualidade de vida da sociedade. Sempre em busca da sustentabilidade do planeta.
Revista Brasileira de História da Ciência
Neste artigo, analisamos a produção de divulgação científica do geneticista Oswaldo Frota-Pessoa na coluna “A ciência em marcha”, do Jornal do Brasil, de 1950 a 1956. Trata-se de um estudo quali-quantitativo de 178 artigos de sua autoria, a fim de realizar uma investigação histórica da trajetória de atuação do cientista e dos valores e ideias de ciência defendidos no contexto da época. A partir do protocolo para análise de conteúdo de notícias científicas desenvolvido pela Rede Ibero-americana de Monitoramento e Capacitação em Jornalismo Científico, codificamos os principais assuntos, áreas de conhecimento, fontes, enquadramentos narrativos e locais geográficos representados na coluna.
Divulgação Científica Em Tempos Sombrios
Revista AlembrA, 2021
A Revista Alembra é uma publicação científica gratuita da área de Letras e Humanidades do IFMT-Campus Confresa e, neste Nº 6, Vol. 3, atemático, vem a público manifestar total solidariedade aos periódicos que encerram ou suspendem seus trabalhos neste momento em que escolhas políticas restringem o financiamento, em desserviço à Ciência brasileira. A divulgação científica promove a fluidez da pesquisa através da interação dos autores e seus pares, exercício fundamental para que a Ciência não estagne. Contudo, a resposta das Letras e Humanidades é também produzir conhecimento científico sobre estas práticas aniquiladoras, garantindo-lhes o lugar que se deve. Assim, a Revista AlembrA mantém seu objetivo de desconstruir discursos de esquecimento e apagamento cultural e convida a própria "ciência normativa", que vem sendo empurrada às margens sociais, a se entender subjetiva também. Para isso, reúne textos de diferentes tradições de pesquisa clássicas nas Letras e Humanidades ao conhecimento de e sobre grupos subrepresentadoscrianças, negros, trans, mulheres, indígenas, apropriando-se da teoria para então interpretar textos, processos e fenômenos de diferentes esferas, propondo novos centros interpretativos ou repovoando os centros já estáveis. Se o tempo sombrio endurece nossa voz, que o conhecimento seja nossa ternura. Na grande área de letras, o ensaio O bolsonarismo, o Rei de Siam e o gelo, de Rossemildo da Silva Santos, parte das narrativas de viagem para caracterizar o movimento político intitulado "Bolsonarismo", analisando os discursos de criação de realidades paralelas ao propor uma simetria entre o enfurecimento do Rei de Siam, ao duvidar do que desconhece e punir o mensageiro da notícia, com as práticas de negação da ciência e a produção de fake news atuais. Retoma textos literários e jornalísticos para sustentar a comparação e colaborar com historicização o discurso bolsonarista no Brasil.