Pensar o outro no cinema: por uma ética das imagens (original) (raw)
Related papers
Ver o invisível - a ética das imagens
1992
O desafio está em como mostrar o invisível na era da sobre-exposição, no mundo dominado pelo clichê. A resposta está em mostrar o invisível através de imagens que restituam um pouco do real, imagens que sejam capazes de restituir o drama das existências individuais e das grandes paisagens.
Cinema e juventude: uma discussão sobre ética das imagens
Educação, 2014
Os conteúdos deste periódico de acesso aberto estão licenciados sob os termos da Licença Creative Commons Atribuição-UsoNãoComercial-ObrasDerivadasProibidas 3.0 Unported. Cinema e juventude: uma discussão sobre ética das imagens Cinema and youth: a discussion about image and ethics Cine y juventud: una discusión sobre la ética de imagen
A ética do documentário: o Rosto e os outros
Este artigo analisa alguns componentes da dimensão ética implicada nos procedimentos expressivos do documentário e critica o privilégio concedido à relação sujeito-objeto como traço definidor da noção de "representação do outro". Em contraposição a essa perspectiva, o artigo reivindica que a abordagem da questão ética no documentário deve ser buscada no plano da escritura fílmica, tomada como uma mediação -de natureza intersubjetiva -entre a aparição singular do Outro individualizado e a alteridade indistinta dos vários outros da vida social.
Universalidade ética, singularidade mobilizadora: leitura de imagens cinematográficas
Neste artigo analiso os filmes Onde Fica a Casa de Meu Amigo?, de Abbas Kiarostami, e Bom Dia, de Yasujiro Ozu, partindo das concepções clássicas de “pureza” e “impureza” da imagem, para discutir sobre universalidades éticas e singularidades mobilizadoras, que tangenciam a imagem cinematográfica. Mais do que imagens “puras”, falo aqui de imagens atravessadas por tais universalidades e singularidades, na medida em que elas tratam de temas que reconhecemos facilmente – não por serem “banais”, mas porque, a um só tempo, são dotadas de um apelo ético e convocam a um olhar mobilizador. Temas, portanto, que nos convocam em função de estar atravessados por uma singularidade que se faz, ela também, ética pela afirmação de uma estética cinematográfica específica. Ethical Universality, Mobilizing Singularity and the Act of Reading Cinematographic Images.In this article, I analyze the movies Where is the Friend's House?, by Abbas Kiarostami and Good Morning, by Yasujiro Ozu using the classical notions of image " purity " and " impurity " , in order to discuss ethical universalities and mobilizing singularities that tangentiate the cinematographic image. More than " pure " images, I here speak of images intersected by the aforementioned universalities and singularities as they deal with themes easily recognizable by us – not because they are " trivial " but because they both have an ethical appeal and invite a mobilizing gaze. These are themes, therefore, that summon us because they are intersected by a singularity that becomes, itself, ethical by the affirmation of a specific cinematographic aesthetics.
O pesquisador-cineasta e a ética dos olhares compartilhados
2017
This article is a result of the researches that I have developed over nearly two decades on the use of audiovisual camera in academic research. The starting point is the claim that the use of the camera as mediation causes an unique intervention in the relationship that is established between the researcher and the research subjects. The goal is to present the methodological principles that have guided the use of audiovisual in academic research, offering support for the definition of the act of researching as building an ethical and aesthetical look. The philosophy of Bakhtin's language, the pioneer debate initiated by Walter Benjamin on the transformation of the art at the time of mechanical reproduction, Coutinho´s documentary film and the theoretical and cinematographic work of Pasolini are the main references.
“Imaginar apesar de tudo”: da imagem à responsabilização ética pela vida do outro
Revista Educação e Cultura Contemporânea, 2018
RESUMO: Em tempos sombrios, e que nos tornam, a cada vez, cegos diante da dor do outro, como pensar sobre o tema de uma responsabilização ética sobre a dor de corpos legados a uma condição precária? Para dar conta deste objetivo, este texto conjuga duas discussões. Inicialmente, fazemos uma aposta sobre o conceito de imagem, assumindo tal conceito como fio condutor do debate. Assim, na primeira seção, debatemos sobre a capacidade das imagens em nos convocar, na relação mesma de olhar, ao que chamamos de uma responsabilização ética pela vida do outro. Tal debate é realizado a partir de um diálogo entre autores como Georges Didi-Huberman e Judith Butler e nossa tentativa é, a partir deles, discutir o conceito de cegueira epistemológica como um tipo de retórica do inimaginável presente nas imagens do sofrimento e da dor humana em tempos de guerra. Em seguida, analisamos três imagens que compõem Holocaust Project, da artista americana de Judy Chicago, selecionadas por sua capacidade em nos convocar a nos afastarmos de uma cegueira epistemológica que nos ensina um tipo particular de apagamento, qual seja, aquele vinculado às práticas de, até hoje, (não) olharmos a experiência das mulheres nos campos de concentração. Ao fazer isso, direcionamo-nos a um exercício empático à dor e ao sofrimento das mulheres imputados pelo nazismo, convocando-nos a uma dimensão mais ampla: a de nos responsabilizarmos por uma condição precária que tem o gênero como elemento fundante. ABSTRACT: The dark times we currently live in causes us to be progressively blind to the pain felt by the other, which raises the question: how to think about the theme of an ethical responsibility on the pain of bodies lead to a precariousness condition? From this question, this article combines two discussions for this objective. Initially, we will discuss the concept of image, assuming this concept as the main line of thought of the debate. Thus, the first section is a discussion about the potential of images to summon what we call an ethical responsibility for the life of the other, by looking at these images. This debate is conducted from a dialogue between authors like Georges Didi-Huberman and Judith Butler, our objective is to discuss the concept of epistemological blindness as a form of rhetoric of the unimaginable seen in the images of suffering and human pain during war. Then, we analyze three images from Holocaust Project, by the American artist Judy Chicago. We selected them because they remove us from an epistemological blindness that teaches us a specific type of deletion, i.e., that linked to the practices of, until today, (not) looking at the experience of women in concentration camps. By doing this, we move towards feeling empathy for the pain and suffering of women caused by Nazism, calling us to a broader dimension: responsibility for a precariousness condition that has gender as its founding element.
Figuras do corpo e espaços do outro no cinema
E-Compós, v 23, 2020
O artigo discute a representação do corpo em filmes de Philippe Grandrieux, João Pedro Rodrigues e Pedro Costa realizados na passagem da década de 1990 para os anos 2000. A partir da análise das dinâmicas visuais e da performance gestual, demonstra-se a existência de um programa comum baseado no primado das práticas sociais/afetivas sobre a natureza individual. A figura humana é condicionada a um princípio relacional: a mediação entre o eu e o outro determina os aspectos plásticos e a sensorialidade corporais, ao mesmo tempo que implica na produção de espaços capazes de acolher modos de convívio orientados pelo desejo e por regimes de partilha.
Olhares da fé: representações do outro no cinema pelo viés da religião
Em um contexto marcado pelo esboroamento de ideais políticos e pela ascensão de identidades fragmentadas, surge a necessidade de pensar como personagens caracterizadas como evangélicas no cinema brasileiro contemporâneo evocam e (re)significam a discussão entre religião e poder já presente em outros períodos do cinema brasileiro. Se no Cinema Novo a religião era vista sob a perspectiva da alienação, depois como potencialidade, como ela pode ser interpretada nos filmes mais recentes?
Do espectador pensativo à imagem pensativa: fotografia e filme-ensaio
O presente artigo pretende refletir sobre os possíveis desdobramentos e/ou efeitos gerados pelo uso da fotografia fixa, enquanto material de composição, na feitura de um filme-ensaio. Partimos do pressuposto que a presença da foto na tela de cinema é capaz de gerar um efeito de suspensão no ritmo do filme. Por meio desse congelamento temporal é possível que o espectador se desvencilhe, ao menos em parte, do fluxo narrativo e se permita pensar no cinema. Por tal perspectiva, pretendemos realizar uma análise fílmica do curta-metragem A festa e os cães (Leonardo Mouramateus, 2015), para, enfim, propor que o uso da imagem fixa no filme-ensaio, em particular, para além de reforçar a convocação deu um " espectador pensativo " , é capaz de gerar uma " imagem pensativa ". Palavras-chave: Filme-ensaio. Fotografia. A festa e os cães (filme).
Encontros entre imagens cinema e o outro do pensamento nas redes formativas com professores
Instrumento - Revista de Estudo e Pesquisa em Educação
O artigo é uma composição de imagens e conversações tecidas junto a um grupo de professores de uma escola de Vitória/ES. Problematiza, a partir de conversas com docentes, pela intercessão entre as imagens cinema e as imagens escola, o que emerge nos encontros cotidianos entre professores e crianças. Metodologicamente, articula a cartografia e a pesquisa com os cotidianos, seguindo as linhas imanentes das práticas educativas e de pensamentos não dogmáticos para a formação de professores, usando como disparador de conversas o filme “O Balão Vermelho”. Conclui que o que acontece nos encontros cotidianos é o aumento da capacidade de fabular imagens-sonho que criam linhas errantes. Assim, nos encontros entre imagens cinema e docências e infâncias, vão se compondo experiências estilísticas com o outro do pensamento, cunhando outros sentidos para os movimentos educativos.