“Ouçam este som espantoso...”: o debate estético como legado do Ars Viva (original) (raw)
Como podemos apresentar um momento histórico abordado pela música? Seria o texto musical (a composição) o único vetor para as narrativas de um movimento ou definição de um estilo? A obra se sustentaria, projetando-se como exemplar, apenas por sua organicidade? Qual o papel, então, da rede de recepção, ou seja, do ato de interpretar ao ato de escolher o que tocar e/ou escutar? Logo, como definir uma epistemologia do processo criativo, ou do modelo comunicativo, apartado de uma percepção das estruturas de sentido das relações produtivas: desde seu alinhamento dentro dos cânones da linguagem e a forma de retroagir com esse fluxo, até a perspectiva particular de compreender a tradição? E mais, como esse próprio sentir articula uma projeção do vivido onde a própria criação/comunicação só se justifica articulada como um alter ego dramático de desejos e fantasias? Enfim, pode um movimento musical ser definido por sua visão de mundo?