A PRESENÇA MILITAR NA ESCOLA TÉCNICA FEDERAL DE MINAS GERAIS NA DÉCADA DE 1960 (original) (raw)
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Militância estudantil e memórias dos anos 1960
Tempo e Argumento
This article describes interviews of student activists who protested at the UFBA during the 1960s. It discusses the reasons why some student protests occurred before the 1964 coup d'etát have been forgotten. In addition, this article aims to show how identifying similarities and differences between previous protests and the resistence against the military dictatorship can improve the historiography of student moviments from 1960s. Finally, it explores the connections between 1960 and 1968 generations of students.
O objetivo deste artigo é examinar a modernização da educação militar brasileira a partir da análise da Escola Militar do Realengo, no Rio de Janeiro, em seus primeiros anos de funcionamento como a principal escola de formação de oficiais do Exército. Entre 1913 e 1922, a Escola Militar do Realengo serviu como laboratório para as experiências de modernização da educação militar e da formação do oficial do Exército, realizadas pelo governo brasileiro. Os resultados obtidos serviram para nortear as reformas implementadas nos anos posteriores, sobretudo a partir de 1924 com a chegada da Missão Militar Francesa.
A EXIGÊNCIA DE NÍVEL SUPERIOR PARA INGRESSO NA POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS
O Alferes, 2020
Seguindo tendências contemporâneas, a Polícia Militar de Minas Gerais passou a exigir em 2010 o nível superior de escolaridade para ingresso na corporação. As polícias estaduais brasileiras lidam com temas de frequente discussões no âmbito da segurança pública: sendo mais recorrentes a unificação das polícias militar e civil, a desmilitarização, além da realização do ciclo completo de polícia. O objetivo deste estudo é problematizar a exigência de nível superior de escolaridade para ingresso na Polícia Militar de Minas Gerais, traçando paralelos a fim de responder a questão sob uma análise crítica frente aos interesses envoltos no Projeto de Lei Complementar 61/2010 e da Proposta de Emenda à Constituição Estadual 59/2010, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Trata-se de pesquisa exploratória, em que o uso do método dialético buscou apontar diferentes pontos de vista sobre o assunto, com vistas a estabelecer um conhecimento fundado em argumentação sólida, com interpretação dinâmica da realidade, tratando o tema dentro do contexto social, institucional e político. Finalizamos entendendo que muitos dos motivos alegados para se exigir nível superior de escolaridade alicerçam-se em questões com pouco impacto na melhoria do serviço público ao cidadão, além de estarem na contramão das teorias de planejamento da Administração Pública somado às revisões de literatura sobre o tema.
OS MILITARES REVOLTOSOS DA DÉCADA DE 20 E SUA INTEGRAÇÃO À MEMÓRIA INSTITUCIONAL NO EXÉRCITO
Quando o avião Laté 28, da companhia aérea francesa Latecoere, caiu na praia Juan Ramirez, ironicamente conhecida como praia da Liberdade, em Montevidéu, seus ocupantes, o piloto Negrin; o sr. Pranville, diretor da Latecoere para a América do Sul; o telegrafista e chefe do tráfego da Aéreo Postal, senhor Prunetta; Nelson Costa -nome falso do tenente João Alberto -e Carlos Oliveira -nome falso do tenente Antônio de Siqueira Campos -foram lançados às águas geladas da Bacia do Prata. 1 O acidente ocorreu na madrugada, de 10 de maio de 1930, tendo como único sobrevivente o, então, tenente João Alberto, pois Siqueira nadara junto a ele durante algum tempo, mas de repente desaparece no mar. 2 João Alberto, por sua vez, após nadar 1 quilômetro até a costa, cerca de duas horas e meia, já sem fôlego, alcança uma pedra nas proximidades da praia. 3 Ao gritar por socorro é retirado por um guarda, de um posto policial de fronteira localizado nesta mesma praia. As buscas pelos demais passageiros se iniciam, mas, além de João Alberto, não há sobreviventes. Siqueira Campos havia realmente desaparecido nas águas do estuário do Prata. 4
Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, 2019
Demonstra como as relações de poder e de saber no interior do Exército brasileiro vão se entrelaçando, partindo de uma situação, antes da Proclamação da República, em que os oficiais superiores podiam ou não ter cursado escolas para oficiais, até chegar a uma situação em que essas escolas passam a ser indispensáveis para a ascensão na carreira. A metodologia é a pesquisa bibliográfica e de fontes primárias e secundárias. Conclui que as escolas militares possuem um papel decisivo na formação da ideologia militar e que os estudos sobre o tema devem ser aprofundados. Palavras-chave: escolas militares; ensino e instrução. This article intends to show how the relationship between Power and Knowledge in the Brazilian Army is entwined even before the Republic, when attending military schools was not a requirement to become a superior officer, until the current situation, when attending these schools became indispensable for the ascension in the career. The methodology chosen was the biblio...
Acabei de falar do "comando". No entanto, assim que a palavra saiu de minha pena o historiador em mim se escandalizou por tê-la escrito, pois o abecê de nosso ofício aconselha a fugir desses grandes nomes abstratos para tentar estabelecer, por trás deles, as únicas realidades concretas, que são os homens. Os erros do comando foram, fundamentalmente, os de um grupo humano. (BLOCH, 2011, p. 28 ). O fenômeno militar acompanhou, direta ou indiretamente, a historiografia que julgou superar os ídolos da História Tradicional. Exatamente, porque é impossível deslocar a guerra de uma história que se pretende total. No pós-guerra quando Fernand Braudel conduz a segunda geração da Escola dos Annales apresentando poderoso estudo sobre Felipe II e o Mediterrâneo o tema militar acompanhou a temporalidade curta de sua imensa narrativa de dois volumes. Ele insere as formas mutantes de guerra na história das estruturas. Trata-se de uma explicação para os conflitos políticos e militares a partir das estruturas dadas na longa duração. Nesse sentido, explica o passado por meio de teias estruturais que favorecem ou limitam o êxito dos indivíduos. Para Braudel, o indivíduo é um prisioneiro de seu destino sobre o qual pouco pode influir (BURKE, 1991). Consoante Braudel: "Falar de conjuntura na sequência de capítulos consagrados à vida econômica, política, cultural e bélica do mediterrâneo, não é concluir elaborando, como é justo, um balanço recapitulativo, mas abrir uma via e novas explicações". (BRAUDEL, 1995, p. 261). Poderíamos persistir nesse ponto e avançar para a Terceira Geração dos Annales na pena do historiador medievalista Georges Duby a fim de sublinhar a persistência do fenômeno militar no coração da historiografia francesa. De fato, Duby escreveu "Guerreiros e Camponeses" e "As Três Ordens ou o Imaginário do Feudalismo" em que discorre sobre a dimensão militar medieval. Entretanto, minhas palavras têm apenas a intenção de, no interior da Escola dos Annales, demonstrar que a História Militar esteve, desde os primeiros passos, inserida na gramática historiográfica revolucionária de nosso tempo. E poderia ser diferente? Penso que não.