Choros nº7 de Villa-Lobos: redes de coleções e eixos de simetrias (2013) (original) (raw)

Choros nº7 de Villa-Lobos: rede de coleções simultâneas (2013)

XXIII Congresso da ANPPOM, Natal/RN, 2013

Resumo: Este artigo pretende analisar o uso de coleções em rede no Choros nº7 de Villa-Lobos, mostrando a aplicação dos estudos desenvolvidos por Tymoczko em Scale Networks and Debussy (2007) e A Geometry of Music (2011). Nestes textos o autor desenvolve uma série de considerações que problematizam a questão da manutenção dos tradicionais conceitos de "escala" e "acorde" no contexto da linguagem musical pós-tonal, proposta que serve de base para análises de obras de compositores como Debussy e Stravinsky, cujas estéticas influenciaram a obra deste compositor brasileiro.

Simetria intervalar e rede de coleções: análise estrutural dos Choros nº 4 e Choros nº 7 de Heitor Villa-Lobos (2014)

Dissertação de Mestrado em Música, PPGMUS/ECA/USP, 2014

Selected for analysis in this dissertation the Choros No.4 (1926) and Choros No.7 (1924), chamber works for the period of the 1920s, at which time the composer has shown great interest in a tilted to a high content of post- tonal modernist aesthetic harmonic complexity concatenated surface exposure of arguments coming from the Brazilian popular culture, in this particular case referencing the urban carioca choro from the first decades of the twentieth century. In summary, the language used by Villa-Lobos in the two Choros is closely to the composition technique in 'layers' applied in works such as Stravinsky's Rite of Spring (1913), Petrushka (1911) and The Firebird (1910). Villa-Lobos uses the interaction between independent harmonic materials (simple structures generated individually with traditional scales not managed by the tonality inherited of classicism). In many instances these scales are stacked forming large sets (supersets) with eight, nine, ten, eleven pitch-classes or the complete chromatic; structures related by invariances. At other times these harmonic complexes appear juxtaposed, related by gradual intervallic transformations, operated around invariants pitch-class sets and discrete movements between remaining pitch-classes not common (primarily by movements of tones and semitones), a procedure called by the theorists of the 'neo-Riemannian' (as Richard Cohn, Jack Douthett & Peter Steinbach and others) as 'parsimony'. We also noticed that Villa-Lobos often relates these stratified layers by symmetrical intervallic arrangements, managing pitch-class sets that make up the parts or whole harmonic around axes of symmetry invariants (reflection). We also noted invariances often repeated on ostinato (translational symmetry), while remnants variants arise and disappear as segments of scales into different layers along the stretch led by ostinato, completing the entirety harmonious by juxtaposition. From this preliminary diagnosis, we choose in this research two distinct and concurrent analytical currents: the intervallic symmetry (invertional and translational) from studies on Pitch-Class Set Theory developed mainly in the writings of Joseph Straus and João Pedro Oliveira; and the intervallic transformation working as conductor in the relationship between scales arranged in network and in building of large harmonics sets (supersets), approaching our research to neo-Riemannian studies about scale networks and parsimony, in particular the texts by Dmitri Tymoczko, Richard Cohn, Jack Douthett & Peter Steinbach. Resumo em português Selecionamos para análise nesta dissertação os Choros nº4 (1926) e Choros nº7 (1924), obras de câmara compostas por Heitor Villa-Lobos (1887-1959) no período em que o compositor demonstrou grande interesse pela estética modernista que hoje chamamos "pós-tonal". Villa-Lobos mesclou em seus Choros - bem como em grande parte de sua obra - elementos do modernismo europeu com outros oriundos da cultura popular brasileira, neste caso em particular o choro urbano carioca das primeiras décadas do século XX. Em síntese, a linguagem utilizada por Villa-Lobos nos dois Choros se aproxima muito da técnica de composição "em camadas" recorrente em obras de Stravinsky como A Sagração da Primavera (1913), Petrushka (1911) e O pássaro de fogo (1910). Villa-Lobos utiliza a interação entre materiais harmônicos independentes (estruturas simples geradas individualmente e calcadas em escalas tradicionais não gerenciadas pela tonalidade herdada do classicismo). Em muitos momentos esses materiais escalares estão empilhados formando grandes conjuntos (supercoleções) com oito, nove, dez, onze classes de altura e até o conjunto cromático completo, relacionados por invariâncias entre essas estruturas. Em outras ocasiões esses complexos harmônicos aparecem justapostos, relacionados por transformação intervalar gradativa, operados em torno de classes de altura invariantes e movimentos discretos entre as remanescentes não comuns (prioritariamente por movimentos de tons e semitons), procedimento chamado pelos teóricos da vertente "neo-Riemanniana" (como Richard Cohn, Jack Douthett e Peter Steinbach, entre outros) como "parcimônia". Notamos também que Villa-Lobos com frequência relaciona essas camadas estratificadas por disposições intervalares simétricas, gerenciando os conjuntos de classes de altura que compõem as partes ou a totalidade harmônica em torno de eixos de simetrias invariantes (reflexão). Notamos ainda invariâncias frequentemente reiteradas em ostinato (simetria por translação), enquanto que variantes remanescentes surgem e desaparecem como segmentos de coleções em outras camadas ao longo do trecho conduzido pelo ostinato, completando a totalidade harmônica por justaposição. A partir desse diagnóstico preliminar, elegemos nesta pesquisa duas correntes analíticas distintas e concomitantes: a simetria intervalar (reflexão e translação) a partir de estudos sobre Teoria dos Conjuntos desenvolvidos essencialmente nos textos de Joseph Straus e João Pedro Oliveira; e a transformação intervalar atuando como regente na relação entre coleções dispostas em rede e na construção de grandes complexos harmônicos (supercoleções), aproximando nossa pesquisa de estudos neo-Riemannianos sobre redes de coleções e parcimônia, em especial os trabalhos desenvolvidos por Dmitri Tymoczko, Richard Cohn, Jack Douthett e Peter Steinbach.

Choros Nº4 e Nº7 de Villa-Lobos: dois procedimentos diferentes envolvendo o uso de eixo de simetria como fator estrutural (2012)

II Simpósio Villa-Lobos, Perspectivas analíticas para a música de Villa-Lobos, 2012

Resumo: Este artigo pretende discutir o uso de eixos de simetria como fator estrutural importante em obras de Villa-Lobos da década de 1910 e 20. Foram escolhidas neste trabalho exemplos como os Choros Nº4 (1926) e Choros Nº7 (1924) por apresentarem diversos procedimentos envolvendo tal recurso composicional. Outros fatores serão abordados como centricidade e os polos do eixo simétrico; simetrias inerentes às coleções referenciais; eixo fixo e polarização por exclusão; e tipos de movimento axial do eixo.

Choros n. 7, de Heitor Villa-Lobos: análise musical

Apresentamos uma análise musical de Choros n. 7 (1924) de Heitor Villa-Lobos, que busca compreender aspectos de sua linguagem composicional através do levantamento bibliográfico sobre a produção musical do compositor e o material empregado na música do século XX. Ressaltamos que os elementos estruturantes apresentados, somados a aspectos relacionados a orquestração, timbre, rítmica, dinâmica, articulação, através da interação e da recorrência, proporcionaram uma unidade à obra, mesmo criando diferentes texturas e ambientes sonoros.

Análise Estrutural do início do Choros Nº4 de Heitor Villa-Lobos: Procedimentos Texturais e Uso de Simetrias (2012)

Anais do XXII Congresso da ANPPOM, João Pessoa/PB, 2012

Resumo: Analisamos estruturalmente o início do Choros Nº4 de Heitor Villa-Lobos. Descrevemos alguns dos procedimentos composicionais utilizados pelo compositor, buscando possíveis influências. Percebemos nesta obra traços da música de Stravinsky como os "complexos sonoros" autônomos. Outras características estão presentes como o uso de melodias curtas e sem desenvolvimento discursivo, uso de ostinati e simetrias, mudanças frequentes de fórmula de compasso e acentos rítmicos deslocados.

Estratégias composicionais de Villa-Lobos: permutações e simetrias em três estudos de caso na Prole do Bebê No. 2

Resumo: Este trabalho pretende, por meio de investigação analítica que conta como principal ferramenta a Teoria dos Conjuntos, identificar e avaliar a importância dos procedimentos composicionais que levem em consideração aspectos de permutação e simetria na elaboração das peças O Passarinho de Pano, A Baratinha de Papel e O Gatinho de Papelão de Heitor Villa-Lobos. Reputamos que a coleta e a compreensão destas informações constituam em traços estilísticos do compositor, possibilitando assim contribuir com as pesquisas que despontam em torno de sua obra.

Simetria Inversional como fator de coerência no início do Choros Nº4 de Villa-Lobos (2012)

I Jornada Acadêmica Discente – PPGMUS/USP, 2012

Resumo: Esta pesquisa pretende analisar trechos do início do Choros Nº4 (1926) de Villa-Lobos, identificando o uso de procedimentos composicionais pós-tonais, principalmente relacionados à conceitos de simetria inversional. Nesta perspectiva veremos a busca do compositor por eixos de simetria inerentes nas próprias coleções referenciais e em suas possíveis relações -demonstrada, por exemplo, no rascunho do Manuscrito P38.1.1 (1916) denominada por Volpe (2011) de "tabela prática" -revelando uma provável racionalidade composicional de Villa-Lobos.

Haydn, segundo Villa-Lobos: uma análise do 1º movimento do Quarteto de cordas nº 7 de Villa-Lobos

SciELO Brasil

Paulo de Tarso Salles (CMU-ECA/USP, São Paulo, SP) ptsalles@usp.br Resumo: este estudo analisa o 1º movimento do Quarteto de Cordas nº 7 de Villa-Lobos e investiga possíveis referências aos quartetos de cordas compostos por Franz Haydn, como Villa-Lobos sugeriu a Arnaldo Estrella. Palavras-chave: Villa-Lobos; Franz Haydn; neoclassicismo; quarteto de cordas; forma sonata. Abstract: this article analyses the 1st movement of Villa-Lobos' String Quartet nº 7 and search for possible references to Franz Haydn's string quartets, as suggested by Villa-Lobos in conversations with Arnaldo Estrella.