Spoiler: fenômeno da cultura participativa na era da convergência (original) (raw)

RESUMO Este artigo analisa o spoiler, entendido como fenômeno típico da cultura participativa, a partir da ótica de Jenkins (2009; 2014). Para isso, traça um panorama teórico, por meio de uma pesquisa bibliográfica, acerca dos conceitos de cultura participativa, fã, interator e prosumidor. Desse modo, busca-se inserir as discussões sobre a circulação do spoiler no âmbito das teorias que observam mudanças graduais nas formas de relacionamento do público com os conteúdos. A fim de exemplificar os traços constitutivos do fenômeno, apresenta-se a distinção da compreensão do spoiler em diferentes narrativas. Por fim, problematiza-se de que modo os temas debatidos ao longo do texto contribuem para o arsenal contemporâneo de discussões sobre a comunicação, a partir da constatação da convergência das mídias que caracteriza a pós-modernidade. Introdução Na contemporaneidade, o público tem buscado e encontrado formas mais eficazes de participar ativamente do consumo dos conteúdos audiovisuais. Se, por um tempo, as audiências foram vistas de modo superficial e homogeneizante, por meio de estudos que agrupavam os espectadores em um mesmo grupo supostamente passivo, hoje, tal interpretação não consegue mais abarcar a complexa rede de fãs, leitores, espectadores e internautas. A produção de conteúdos para diferentes nichos tem mostrado que, quanto mais o acesso à tecnologia avança, maior são os espaços de participação do público. Assim, o controle acerca das atrações televisivas se torna, aos poucos, mais delicado, uma vez que as redes sociais, as narrativas criadas pelos fãs e outros mecanismos de interação constroem um novo elo entre o público e os programas. Nessa seara, o fenômeno do spoiler, a antecipação de conteúdos que serão apresentados nas produções audiovisuais, mostra-se como um elemento típico da cultura