Monodia profana medieval: música dos trovadores (original) (raw)

A música da fala dos trovadores. Desvendando a prosódia medieval

Esta obra tem como o objetivo central a investigação de fenômenos prosódicos do Português Arcaico, a partir de uma comparação das características linguísticas das cantigas medievais profanas com as das cantigas religiosas. Para a análise fonológica, será usado o aparato fornecido pela Teoria da Otimalidade. Durante a análise, são colocados lado a lado fenômenos fonológicos segmentais e fenômenos prosódicos (tais como acento, ritmo, estruturação silábica e processos fonológicos que façam referência direta a esses fenômenos), em um período passado, do qual não se tem registros orais.

Breve cenário da monodia secular medieval: artistas e instrumentos

Resumo: Durante o período medieval no Ocidente, a Igreja Católica teve quase completo monopólio sobre diversos aspectos da vida social, incluindo as formas de produção musical e cultural. Visto isso, o objetivo desta comunicação é apresentar a difusão da música medieval destituída de temas religiosos, também conhecida como música profana ou secular, datada por volta dos séculos XI e XV. As canções e danças seculares entretinham o povo e davam vida às festas, feiras e até mesmo visitas de monarcas. Ao decorrer da comunicação, serão expostas desde as primeiras formas da monodia secular conservada (canções de uma linha melódica apenas), passando pelos diversos gêneros de artistas, pela música instrumental e os instrumentos trazidos do Oriente. Recorreremos, em termos metodológicos, à análise crítica da bibliografia de referência. Palavras-chave: Música profana medieval. Monodia. Canções. Introdução A Idade Média circunscreve-se a um período da história europeia entre os séculos V e XV. 2 Iniciou-se após a queda do Império Romano do Ocidente, fato que promoveu uma miscigenação da cultura latina proveniente dos romanos, com a cultura germânica, originária dos povos que migraram e se instalaram nas terras até então pertencentes ao Império. Como desdobramento dessa migração das nações indo-europeias, deu-se o êxodo para o campo, também chamada de ruralização da Europa ocidental e origem do sistema feudal. Com a imbricação das heranças romana e germânica, a adesão à fé cristã foi extensa. Consolidando o domínio do cristianismo, se estabeleceu a influência e controle espiritual e material da Igreja Católica sobre a cultura, religiosidade e sociedade medievais. Isso tornou-a a mais poderosa instituição e, portanto, a maior acumuladora de riquezas e terras de seu tempo.

Gladis Massini-Cagliari Desvendando a prosódia medieval A música da fala dos trovadores

A música da fala dos trovadores Esta obra tem como o objetivo central a investigação de fenômenos prosó-dicos do Português Arcaico, a partir de uma comparação das características lin-guísticas das cantigas medievais profanas com as das cantigas religiosas. Para a análise fonológica, será usado o aparato fornecido pela Teoria da Otimalidade. Durante a análise, são colocados lado a lado fenômenos fonológicos seg-mentais e fenômenos prosódicos (tais como acento, ritmo, estruturação silábica e processos fonológicos que façam referência direta a esses fenômenos), em um período passado, do qual não se tem registros orais.

O cantar dos trovadores: carta fictícia de Dom Dinis

Portugal: Uma retrospectiva, 2019

General presentation of the Galician-Portuguese troubadour tradition, as if written by King Dinis in a letter to his son Pedro, the future compiler of its most comprehensive songbook, transcribed with a commentary by its imaginary 19th-century discoverer.

Estrutura e ornamentação melódica nas cantigas trovadorescas

The paper first sets the stage for the analysis of secular troubadour songs, then the situation in chant and troubadour music is discussed. The Galician-Portuguese cantigas by Martin Codax and King Dinis are then analyzed in detail and their style compared.

«Paródia e contrafactum: em torno das cantigas de Afonso X, o Sábio», in Cantigas trovadorescas: da Idade Média aos nossos dias, coord. Graça Videira Lopes e Manuele Masini, Lisboa-Pisa: Instituto de Estudos Medievais, 2014, pp. 19-43.

Contrafaction, allusion and parody are related concepts, yet the extent to which they can be applied in song before 1300 is very different. This paper explores the uses of contrafactum in early Iberian song, from the time of the Emirate of Cordoba onwards, and examines in detail Galician -Portuguese cantigas by Alfonso X (+1284), of both secular and devotional nature, trying to determine the presence of such procedures. Cantigas de Santa Maria include nr. 90 (compared with the responsory Gaude Maria Virgo); 350 (compared with the sequence Dies irae); 422 (compared with the Song of the Sibyl); 421 (compared with the offertory Recordare, Virgo Mater); 340 (compared with the alba S'anc fui belha by Cadenet); 132 (compared with Alfonso's satyre Nom me posso pagar tanto). Other cantigas include the debate of Alfonso with Arnaut, Senher, ad-ars ie'us venh' querer (confronted with Can vei la lauzeta mover by Bernart de Ventadorn) and the former's satirical song Com'eu en dia de Pascoa (which recalls the Latin Kyrie Cunctipotens genitor). An English version of this paper is forthcoming.

A Gaia Ciência dos trovadores medievais

Entre os séculos XII e XIV -no contexto do desenvolvimento do trovadorismo medieval -prosperaram, em reinos que iam desde a França até os reinos ibéricos de Portugal e Castela, movimentos trovadorescos que continham similitudes e contrastes. Frente a isso, este artigo delimita os principais traços desses movimentos, suas especificidades, bem como suas influências obtidas por meio do diálogo com outros movimentos trovadorescos. As fontes utilizadas são as cantigas provençais, as cantigas do Carmina Burana e as cantigas satíricas do Cancioneiro Galego-português, nesse último caso, mediante suas três coletâneas principais: o Cancioneiro da ajuda (CA), o Cancioneiro da biblioteca nacional (CBN) e o Cancioneiro da Vaticana (CV).

Trovadorismo e contemporaneidade: uma expressão literária medieval nas canções populares dos judeus sefarditas

Arquivo Maaravi: Revista Digital de Estudos Judaicos da UFMG

O adjetivo pátrio “sefardita” é relativo aos judeus oriundos da Espanha e de Portugal, expulsos, respectivamente, em 1492 e 1496. Durante as perseguições movidas pela Inquisição, o destino desses judeus foi muito variado: Norte da África, Itália, Holanda, sul da França e o Império Otomano. Em vista disso, eles levaram consigo uma tradição representada por meio da língua, o judeu-espanhol, com uma visão bastante ibérica, iniciada há dezesseis séculos, nas formas de expressão literária e musical, passadas de geração em geração. Nesse sentido, este artigo objetiva identificar, nas canções tradicionais, ou populares, sefarditas, elementos de uma tradição literária bastante trovadoresca. Para tanto, o nosso corpus se constitui a partir de músicas, consagradas nas vozes de cantores, dentre os quais, Yehoram Gaon, Fortuna e Yasmin Levy. Concluímos que, devido ao isolamento dessas comunidades judaicas em relação à Península Ibérica, os textos orais sefarditas mantêm um acentuado conservador...