Para uma história da Semântica Lexical — o olhar de Geeraerts (original) (raw)
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Uma Leitura Extravagante Da Semântica Fregeana
Dissertatio, 2011
This paper contains a reconstruction of the basic ideas of the fregean semantics in which senses are paraphrased as cognitive rules and existence and truth as the aplicabilitiy of these rules. Some of the most implausible fregean suggestions are rejected and their replacement by more intuitive candidates is considered, along with the speculative consequences of these choices.
A Semântica, a Pragmática e Os Seus Mistérios
2007
O presente ensaio analisa a distinção entre semântica e pragmática considerando o tipo de argumentos e entidades que cada disciplina mobiliza em suas explicações. Argumentaremos que a pragmática, em suas teorizações, lança mão de algum conceito de "aposta", seja ao apelar para a cooperação do falante, seja ao utilizar explicações como "a intenção do falante é/era..."; a semântica, por sua vez, não utiliza nenhuma noção de "aposta" e suas explicações envolvem o conceito de proposição, que remete, mas não coincide, com condições de verdade e sentido literal. Essa maneira de apresentar a distinção entre semântica e pragmática pode ser chamada de interna, pois se sustenta nos argumentos que os pesquisadores utilizam em suas pesquisas, encaixadas, por eles mesmos, numa ou noutra dessas disciplinas. Autores que tratam dessa mesma distinção caracterizando o que a semântica e a pragmática devem estudar situam-se em posições externas às disciplinas, e normativizam sobre elas, porque estabelecem o que deve ser uma e outra. Apropriando-nos de uma idéia de Michel Lahud (1977), diremos que os mistérios da pragmática (ou seja, o que ela toma como pressuposto, mas não define) remetem à filosofia da mente e da ação; diremos também que a semântica tem como mistério o conceito de proposição, provavelmente tratado pela filosofia da lógica. Seus mistérios são, pois, outros. PALAVRAS-CHAVES: semântica, pragmática, proposição, intenção, teoria da ação Com teorias tanto filosóficas quanto científicas pode-se explicar os conceitos teóricos usados, não pela sua definição, mas através de seu uso na explicação dos fenômenos.
A LINGUÍSTICA ANTES DE FERDINAND DE SAUSSURE – UMA RETOMADA HISTÓRICA
Resumo: Apresenta-se, neste trabalho, uma retomada histórica dos estudos linguísticos anteriores à publicação póstuma do Curso de Linguística Geral, considerado o divisor de águas dos estudos da linguagem. Esse percurso inicia-se com a descrição fonética e gramatical feita pelos hindus, passa pelos estudos linguísticos dos gregos e dos romanos, pela Idade Média, pelos estudos da época do Renascimento até o século XVIII e finalmente, pelos estudos da linguagem no século XIX. Apesar de serem considerados como uma preparação para os estudos linguísticos depois do advento de Curso, esses estudos deixam clara uma característica: o estudo das línguas antes de Saussure tinha motivações externas à própria língua.
Um percurso pela história da semântica da enunciação
Edição n° 09 -Janeiro/2012 -Maio/2012 - ISSN -1983-6740 www.discursividade.cepad.net.br proposta por Eduardo Guimarães, e de um diálogo teórico com a análise de discurso, proposta por Michel Pêcheux e Eni Orlandi e outros autores.
SEMIOLOGIA DA LINGUAGEM: O SAGRADO E SEU TESTEMUNHO
Revista Virtual de Estudos da Linguagem - ReVEL , 2016
RESUMO: Ao questionarmos os limites dentro dos quais uma teoria vem sendo pensada, propomos um alargamento na noção de enunciação para que, além da língua, ela comporte a linguagem. A partir daí, procuramos dar conta de analisar uma enunciação que se vale dos sistemas semiológicos da afetividade e do sagrado. O corpo é o articulador entre esses sistemas e a língua; é no corpo que se dá a enunciação do sagrado, durante a possessão afrorreligiosa. A essa enunciação só têm acesso aqueles que fazem parte dessa cultura. Aos " de fora " , resta o testemunho dos " de dentro ". Enunciação do sagrado e testemunho do sagrado são, assim, duas faces de um acontecimento de linguagem que integra língua, sistema afetivo e cultura do sagrado para significar por meio do corpo.
A semântica histórica: um campo abandonado da lingüística?
[PT] Trata-se de definir o campo da Semântica, apontando a sua trajetória desde os estudos iniciais, ligados aos da etimologia e da gramática histórica. São expostas as razões de prevalecer, na semântica tradicional, o enfoque lexical, discutindo-se também a questão do referente, excluído nos estudos estruturalistas, mas reintroduzido pelas teorias contemporâneas. Do exame das tendências atuais mais importantes – destacando-se a teoria dos protótipos como parte da lingüística cognitiva – chega-se a aproximações com a semântica histórica. As chamadas “vias evolutivas” seriam regidas por um saber enciclopédico e pela capacidade humana de categorização. Igualmente, ressurge a preocupação da semântica histórica com o léxico e com a polissemia, porém recolocada dentro da função comunicativa da linguagem humana. [EN] A definition of the field of semantics is attempted, approaching its development from the earliest studies, in connection with those of etymology as well as with those of classical grammar. Reasons are given for the prevalence of the lexical approach in traditional semantics, and the question of the referent, excluded in structuralist studies but reintroduced in contemporary theories, is also taken into account. An approximation with classical semantics is arrived at from the exams of the most significant contemporary trends, with emphasis on prototype theory as part of cognitive linguistics. Evolutionary paths are seen as based on encyclopedic knowledge as well as on the human ability of categorization. The concern of classical semantics with the lexicon and with polysemy is reconsidered and situated within the communicative function of language.
Representaçao Semântica Analisadores Gramaticais
Revista da ABRALIN, 2011
Até hoje, muitos analisadores gramaticais constroem apenas uma análise sintática. Na tentativa de reverter esta situação, revisaremos algumas implementações que também incluem alguma representação semântica; e, depois da identifi cação de algumas inadequações destas implementações, proporemos uma alternativa que se pretende mais consistente com as teorias semânticas modernas, baseada no cálculo de predicados e na redução-β.
Rangel Cerceau Netto, 2016
Resumo: Como não existe outra forma de pesquisar a língua pretérita que não seja por meio de documentação escrita, o corpus que servirá de análise deverá refletir fielmente o testemunho transcrito, do contrário os resul-tados alcançados podem ser enviesados. Assim, pretendemos apresentar e discutir a transcrição de um docu-mento, que é parte de um processo intitulado De Genere Vita et Moribus, de Francisco de Paula Meireles (1779), feita com critérios filológicos. Tais critérios permitem respeitar o texto original, o que possibilita ao linguista dia-cronista conhecer o uso linguístico de um estágio passado da língua. Os dados apresentados são o resultado par-cial de uma pesquisa realizada na UFOP. (Ed.14/2014/programa institucional de voluntários de iniciação científica da UFOP – 1º. semestre). Abstract: Since there is no way to research old language other than doing it by examining written documents, the corpus to be analysed may accurately reflect the transcript of the testimony. Otherwise, the results could be biased. We therefore intend to present and discuss the transcript of a document that is part of a process named De Genere Vita et Morbius, by Francisco de Paula Meireles (1779). The transcription followed philological criteria , which enables the original text to be faithful and permit the diachronic linguist to be aware of an earlier usage of language. The presented data consist of the partial results of a research carried out at the Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP. (Ed.14/2014/ programa institucional de voluntários de iniciação científica da UFOP – 1º semester 5).
A negritude de Antenor Nascentes e a escrita da história da Linguística
Para uma história das ideias linguísticas de Antenor Nascentes, 2024
Capítulo 4 da coletânea "Para uma história das ideias linguísticas de Antenor Nascentes". Nele, proponho uma reflexão sobre a tarefa do/a historiador/a da Linguística, motivado pela constatação de que Antenor Nascentes era negro e que essa informação foi omitida na maior parte da bibliografia e apagada na memória do campo dos estudos linguísticos. Analiso, a partir de uma abordagem histórica e micro-sociológica, os desafios enfrentados por ele como pessoa negra que veio ao mundo nos anos finais da escravidão e sobreviveu ao projeto de eliminação física e simbólica da população afro-brasileira durante a Primeira República. Ao colocar em perspectiva o lugar de Antenor Nascentes na história da Linguística brasileira, demonstro a centralidade da dimensão étnico-racial para situar o saber linguístico do passado em relação ao contexto histórico e sociocultural em que foi produzido. Essa interpretação é construída a partir da escassez de fontes documentais e de dados biográficos, pelo exame das condições de existência impostas a pessoas negras e dos impactos do racismo em sua trajetória. A proposta que emerge como agenda de pesquisa destaca a importância da identidade étnico-racial, de gênero e de classe como parâmetros mínimos para se investigar o saber linguístico de outras épocas. Desta perspectiva, a escrita da história da Linguística ajuda a desnaturalizar a vocação colonial e racista que marca esse campo de estudos. Uma apresentação oral sobre o tema está disponível em: https://youtu.be/YxnF-GyXTa4 Para baixar a coletânea completa, acesse: https://pedroejoaoeditores.com.br/produto/para-uma-historia-das-ideias-linguisticas-de-antenor-nascentes