CAPÍTULO: Entre a representação e a festa: a figura dionisíaca de J-C-Martinez Correa.pdf (original) (raw)

A representação: dois momentos da reflexão barthesiana

O artigo explora dois momentos da reflexão barthesiana sobre a representação: no primeiro, Barthes centra-se na questão da representação literária, para a qual aciona o conceito de “efeito de real”; no segundo, num dos textos dedicados à fotografia, surge o problema da “representação traumática”, na qual o sentido encontra-se suspenso. Em ambos os casos, o que preocupa Barthes é a possibilidade de emergência de um “aquém da linguagem”, o grau zero do sentido, irredutível à codificação. Ao traçar este percurso, pretende-se evidenciar a sutil inflexão na reflexão barthesiana quando migra do signo verbal para o icônico/indicial, ou da literatura para a fotografia: se, naquela, a autoreferencialidade parece facilitada pela própria natureza do signo verbal, nesta, os traços do real fixados na materialidade fotográfica dificultam a exclusão do referente, obrigando à admissão da existência de um real para além do signo.

Ponto 8 – Participação e representação na Teoria Democrática co

Teóricos da Ciência Política têm se ocupado de um profícuo debate durante boa parte do século 20. Trata-se da questão da participação na Teoria Democrática Contemporânea. Por um lado, os participacionistas defendem a participação popular como um elemento primordial para o fortalecimento democrático, ou seja, os participacionistas consideram que não há democracia sem participação; por outro, para os institucionalistas ou minimalistas (antiparticipação), a participação política é considerada perigosa para a democracia porque questiona indefinidamente as decisões políticas. O institucionalismo minimalista defende o fortalecimento das instituições para o aprimoramento democrático. Partindo deste pressuposto, pretende-se discutir a questão da participação nas diferentes correntes, entre os elitistas, pluralistas, neomarxistas e participacionistas.

O PAPEL DO DIREITO ESTRANGEIRO NA CULTURA JURÍDICA BRASILEIRA

revista dos tribunais, 2024

Resumo: O presente artigo visa analisar o papel do direito estrangeiro na cultura jurídica brasileira. Assim, partindo de uma perspectiva cultural, centrada no modo de fazer e pensar o direito, procura, em um primeiro momento, esclarecer o modo como o jurista brasileiro concebe e se posiciona frente ao direito estrangeiro, com destaque para a prática de importar teorias e doutrinas elaboradas em outros sistemas jurídicos. Em um segundo momento, são elencadas possíveis explicações para aquele fenômeno, jurídicas e não jurídicas.

Pela Participacao Politica Democracia e Critica Do Sistema Representativo Contemporâneo Em Cornelius Castoriadis

Sofia, 2014

O artigo a seguir pretende apresentar, de maneira breve, a nocao de democracia do filosofo Cornelius Castoriadis, bem como sua critica as “democracias” contemporâneas – que ele nao admitia como tais – dividindo-se para tanto em duas partes, correspondentes a cada um de seus objetivos, acrescidas de consideracoes finais. Para apresentar a democracia pela visao castoriadiana, aborda-se tambem a distincao feita pelo autor entre “politica” e “politico” e entre publico e privado, bem como do que ele entende por “autonomia”, objetivo da politica, chegando tao proximo de uma definicao de democracia quanto o autor se permite. A segunda parte segue os argumentos de Castoriadis contra o sistema representativo corrente, atacando-o tanto nos principios quanto em seu funcionamento mais especifico. Por fim, as consideracoes finais tentam apontar alguns dos caminhos aos quais esta critica pode nos levar hoje, inclusive fazendo uma breve relacao com as manifestacoes ao redor do mundo desde 2011.

Dilemas de representação na carreira e obra de Emilio Fernández

Diálogos, 2024

O presente artigo analisa os dilemas de representação na carreira e obra do ator e diretor mexicano Emilio “El Indio”Fernández a partir dos melodramas Flor Silvestre (1942), Las Abandonadas (1945), Pueblerina (1949) e especialmente MariaCandelária (1944) e La Perla (1947). Na disputa pela formulação de uma iconografia nacional através do cinema, os filmes deFernández foram pioneiros na inserção da experiência indígena e na inclusão de debates sobre justiça social. No entanto, por outrolado, esse avanço é marcado por inúmeras contradições, tais como uma naturalizada violência de gênero e o fortalecimento deconservadores modelos de masculinidade

Resenha de MARTINS, Paulo. A Representação e seus Limites. Pictura Loquens, Poesis Tacens. São Paulo: EDUSP, 2021. 368 pp. ISBN: 978-65-5785-007-7.

Revista Codex, 2022

Se analisada a produção de Paulo Martins, professor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, é possível compreender o motivo de seu mais novo livro "A Representação e seus Limites. Pictura Loquens, Poesis Tacens" (2021), publicado pela Editora da Universidade de São Paulo. Formado (graduação, pós graduação e livre-docência) em uma instituição pública, o docente da USP tem devolvido-por meio de vasta publicação-o conhecimento que acumulou, ao longo destes trinta e um anos de estudos, à sociedade e às instituições que possibilitaram a materialidade de Recebido em 03/03/2022

Da Representação No Processo Educacional: Entre a Festa e o Espetáculo

In the course of social relations, man passes from the representation of objects to the representation of himself. According to the Second Discourse, the social order makes a deceptive spectacle of occurrences; instead of uniting people, it ends up separating them, interposing phenomena or appearance. If in this way the world has become pure representation, and life a performance, the best mask to be put on is that of a civil man, and the best role to be developed is that of a virtuous man who does everything for the collective. The way out seems to be through education, given that in Émile Rousseau expounds a project of human formation that uses representation in a well-intentioned manner, as it does not generate spectacle, pomp, or usurpation. Such a situation can be understood as the employment of art for the benefit of morals, and the use of fiction, play, games, and the imagination, in favor of an action whose art is that of affecting the restoration of nature in man and preparing him for fellowship with those like him. Emile is taught to resist the spell of the representative game. He is also placed in direct relationship with reality, that is, with nature and with conditions approximate to those of the natural state. This explains Rousseau’s appreciation of peasant life with its festivities as the starting point of Emile’s education. Nevertheless, Emile will finish his education in the midst of social turmoil, and it will include taking advantage of spectacles.