A entoação da ordem no português do Brasil: uma descrição dialetal a partir do corpus ALiB (original) (raw)

command intonation in Brazilian Portuguese: a dialectal description from ALiB corpus

2021

In this paper, we described the command intonational contours in the twenty-five Brazilian capitals included in the corpus “Linguistic Atlas of Brazil” (ALiB). This work aims at: (i) describing the intonational contour of twenty-five capitals from the corpus ALiB; (ii) comparing the intonation of the directive speech acts in the five Brazilian regions and (iii) proposing a phonological representation of the variation of this contour. Our corpus is composed of fifty imperative utterances produced by male and female speakers of the analyzed capitals. We observed that there is a predominance of a rising F0 movement in the prenucleus of the command contours with the phonological notation L*+H or L+H* in the twentyfive Brazilian capitals. In the nuclear position, the pitch accent can be defined for the majority of the capitals as H+L*L%, a falling F0 movement, with the variant H*L% for the capital Belém (PA). The capital that presented a different F0 movement in the nucleus was Florianóp...

Ordem V2 no português arcaico: revisitando a problemática da periodização

2015

Resumo: A discussão acerca da periodização do português em geral se baseia em fatores de cunho morfo-fonológicos. A periodização de Galves, Namiuti e Paixão de Sousa (2006, doravante GNPS), que se baseia em fatores sintáticos, como a posição do verbo, propõe uma divisão alternativa à tradicional, considerando que o português arcaico e clássico eram línguas V2. Contudo, não há consenso em relação à que tipo de gramática pertencia o português em tempos pretéritos. Além disso, a problemática envolve uma questão teórica importante: a periodização de GNPS é baseada na noção de gramática de Chomsky (1985) convencionada como Língua-I, o que apresenta uma consequência sobre o critério de datação dos documentos: uma vez que a emergência de uma nova gramática é analisada como parte do processo de aquisição, um critério de datação relevante a se seguir será não a data em que um texto foi escrito, mas a data de nascimento do autor. No entanto, as discussões acerca da posição do verbo no português arcaico raramente contemplam a questão da periodização. Assim, este artigo se propõe a revisar as principais análises sobre a sintaxe do verbo no português arcaico, relacionando essa discussão com a questão da periodização. Abstract: The discussion on the periodization of Portuguese is generally based on morphophonological factors. The periodization proposed in Galves, Namiuti and Paixão de Sousa (2006, henceforth GNPS) suggests an alternative segmentation, which is based in syntactic factors, among them, the position of verb. They argue that Portuguese had, in previous phases, a V2 syntax. Nevertheless, there are no consensus about it in the literature. Besides, the issue also involves an important theoretical question: GNPS's proposal is based on Chomsky's (1985) notion of grammar. According to this perspective, grammatical change is the result of the relation between the individual's innate capacities and language knowledge experienced by the successive speaker's generations. Linguistic change consequently takes place in the language acquisition. This notion of grammatical change presents an important consequence on the criteria to divide the language's different phases: since the emergence of a new grammar is analyzed as part of the acquisition process, a relevant criterion should be the date in which the author of the document was born and not the date in which the text was written. Consequently, GNPS's periodization has a different division than the traditional ones. However, the discussion on the verb position in Old Portuguese barely look on the periodization issue. Given these facts, this paper aims to review the most relevant analyses on Old Portuguese verb syntax, relating the discussion to the periodization issue.

FILOSOFIA DA LINGUAGEM ORDINÁRIA

Para a filosofia da linguagem ordinária, o problema está no uso das expressões da linguagem, não nas expressões em si mesmas. Portanto, o que está em questão não é, por exemplo, palavras comuns versus (digamos) técnicas; nem é uma distinção baseada na linguagem usada em várias áreas do discurso, por exemplo, discursos acadêmicos, técnicos, científicos ou leigos, gírias -usos comuns da linguagem ocorrem em todos os discursos. Às vezes, uma expressão tem usos distintos em discursos distintos, por exemplo, a expressão "espaço vazio". Ou seja, pode ter um uso tanto leigo quanto científico, e ambos os usos podem contar como comuns; desde que seja bem claro qual discurso está em jogo e, portanto, qual dos usos distintos da expressão está em jogo. Embora conectada, a diferença no uso da expressão em diferentes discursos, sinaliza uma diferença no sentido com o qual é usada, na visão da linguagem ordinária. Um uso, digamos, na física, no qual se refere ao vácuo, é distinto do uso leigo, no qual se refere, de maneira mais flexível a, digamos, uma sala sem objetos ou uma extensão de terra sem edifícios ou árvores. Contudo, nesse aspecto, um sentido da expressão, embora mais preciso que o outro, não serviria de Filosofia da Linguagem -Mestrado em Filosofia Primeiro semestre/2020

Interface sintaxe-semântica: em defesa de uma abordagem construcionista para a ordem VS do português brasileiro

Letrônica, 2015

Inserindo-se no quadro teórico da Gramática de Construções (GOLDBERG, 1995; 2006; CROFT, 2001; dentre outros), este trabalho se ocupa de um tema já extensamente discutido na literatura: o problema da inversão do sujeito no português brasileiro (PB). Buscamos mostrar que o esquema verbo-sujeito do PB se constitui como uma unidade simbólica, isto é, uma construção gramatical. Para isso, procedemos a uma análise da semântica da construção VS, buscando descrevê-la em dois níveis (nos termos de Verhagen (2005)): o nível do objeto (associado à cena efetivamente predicada pela construção) e o nível do sujeito (ligado ao modo como a cena é construída/conceptualizada pelo falante). Argumentamos também que a correlação, comumente encontrada na literatura, entre sujeito pós-verbal, de um lado, e inacusatividade ou não-agentividade, de outro, decorre naturalmente da proposta apresentada aqui.

Sobre a ordem Verbo-Sujeito no português brasileiro: 30 anos em mirada crítica

2016

O presente artigo faz uma retrospectiva de pesquisas sobre a ordem Verbo-Sujeito (VS) no portugues do Brasil (PB), tendo como referencial estudos gerativistas e variacionistas, sobre o tema e dados analisados sob perspectivas sincronica e diacronica. As principais conclusoes da pesquisa sao: a) a analise detalhada dos estudos diacronicos revela um relativo consenso em relacao as generalizacoes descritivas feitas sobre a ordem VS, o que permite classifica-las como inversoes locativas, com foco identificacional e b) estudos diacronicos revelam o surgimento das oracoes VS do PB como inversoes locativas, desde o seculo 19.

A linguagem na ordem do universo segundo São Tomás de Aquino. Lumen Veritatis, vol. 4, n. 16 (Jul-Set.), 2011, p. 36-57

Lumen Veritatis, 2011

No início do Gênesis, o autor sagrado narra a maravilha da Criação por diversas etapas. Ao término de cada uma delas, Deus as contempla individualmente, considerando-as como "boas". Mas, ao concluir sua obra, Ele "viu tudo o que havia feito, e tudo era muito bom" (Gn 1, 31). Através deste episódio bíblico, evidencia-se que, embora haja uma bondade inerente a cada uma das criaturas, há, sobretudo, uma excelente harmonia final que proporciona ao conjunto uma perfeição inigualável.

Aspectos sintáticos e semânticos das orações com ordem verbo-sujeito no português do Brasil

2006

À minha querida orientadora Dra. Lucia Maria Pinheiro Lobato (in memoriam) por todo aprendizado que me proporcionou desde o mestrado, além das palavras ficaram os exemplos. Aos meus queridos orientadores ad hoc Dra. Heloisa Salles e Dr. Acrísio Pires pela ajuda fun-da-mental para a conclusão desta tese. Além dos agradecimentos, ficam registradas aqui minha grande admiração e gratidão pela generosidade de vocês. Aos membros da Comissão examinadora, Dra. Daniele Marcelle Grannier, Dra.

Coordenações assimétricas no português antigo

Linguística: Revista de Estudos Linguísticos da Universidade do Porto, 2021

This paper takes into account some asymmetries found in Medieval Portuguese coordinate structures containing infinitival clauses. These are cases of coordination of a non-inflected infinitive with an inflected one and cases of apparent extraction of an element from the first clause of a coordinate structure. Both asymmetries can be eliminated if we assume that the coordination takes place at a higher structural level than that of the infinitival clauses; however, this solution entails that we have to postulate a gap in the second conjunct with the ellipsis of some elements (and/or the presence of some abstract elements) recoverable on the basis of elements expressed in the first conjunct. We show that only this more abstract hypothesis can explain in a direct manner the data examined in this work.