As reflexões J. Chasin sobre sociedades pós revolucionárias regência do Capital Niep.pdf (original) (raw)

Resumo: Marx apontou alguns pressupostos necessários ao sucesso de uma empreitada revolucionária de superação da regência do capital: a existência de uma massa de pessoas destituída de propriedade de par com um mundo de riquezas e cultura abundante, pré-requisitos que só ocorrem quando há certo nível de desenvolvimento das forças produtivas; e, ainda, que tal se dê num nível histórico-mundial que possibilite uma revolução já com base nesse desenvolvimento universal e por iniciativa dos povos desenvolvidos, súbita e simultaneamente. Ora, a Revolução Russa de 1917, que completa 100 anos, ocorreu, de forma imprevista, num dos países mais atrasados da Europa e não conseguiu tornar-se o estopim de uma verdadeira revolução mundial. Com isso, desenvolveu-se um regime que não era capitalista, que precisava criar os citados pressupostos (que em outros lugares haviam sido efetivados pelo capitalismo), mas que também não era socialista. Pretendemos, aqui, recuperar as reflexões de J. Chasin sobre o tema, centrando-nos na distinção entre capital e capitalismo e no argumento de que aquelas sociedades superaram o segundo, mas se mantiveram sob a lógica de um capital coletivo/não-social. Configuraram-se, então, sociabilidades imprevistas, plenas de contradições e limites, que não ascenderam da revolução política à revolução social e portanto não chegaram ao socialismo, etapa de transição para o comunismo. Abordamos, ainda, as características e questionamos sobre o agente da revolução social da época da produção e do intercâmbio globais. Palavras-chave: J. Chasin; União Soviética; sociedades pós-revolucionárias; revolução socil; emancipação humana. J. Chasin's reflections on post-revolutionary societies: the regency of collective / non-social capital Abstract: Marx pointed to some of the presuppositions necessary for the success of a revolutionary enterprise of overcoming the regency of capital: the existence of a mass of people deprived in parity with a world of riches and abundant culture, prerequisites that only occur when there is a certain level of development of the productive forces; And also that this should take place on a world-historical level that will enable a revolution already based on this universal development and at the initiative of the developed peoples, suddenly and simultaneously. The 1917 Russian Revolution, which turns 100, occurred unexpectedly in one of the most backward countries in Europe and failed to become the trigger for a true world revolution. With this, a regime that was not capitalist was developed, that needed to create the mentioned presuppositions (that in other places had been effected by the capitalism), but that also was not socialist. We intend here to recover the reflections of J. Chasin on the subject, focusing on the distinction between capital and capitalism and on the argument that those societies surpassed the second, but remained under the logic of a collective / non-social capital. Uma versão mais curta deste texto foi publicada como uma " Apresentação " a excertos de Chasin relativas ao tema da revolução e da emancipação humana (ASSUNÇÃO, 2017).