A Ética entre Religiões e Filosofias (original) (raw)

Ética, Política e Religião

Cauriensia. Revista anual de ciencias eclesiásticas, 2019

Partindo do texto de Paul Ricoeur sobre Ética e Política, propõe-se uma releitura que, seguindo a mesma direção, vá além da posição de Ricoeur, atribuindo à dimensão ética um estatuto mais fundamental. Para isso, é inevitável abordar a questão do seu fundamento primeiro. É precisamente nesse nível da abordagem que se toca a questão do religioso. Nesse sentido, a dimensão religiosa poderia constituir um recurso fundamentador da ética, por um lado, e, através desta, da atividade política. Algumas sugestões de J. B. Metz inspiram esta última perspetiva.

Notas Sobre Ética, Religião e Mídia

Interacoes Cultura E Comunidade, 2014

RESUMO O objetivo deste artigo é refletir sobre a possível conexão entre ética, religião e mídia na sociedade contemporânea secularizada. Para tanto, a pesquisa sobre ética, religião e mídia desenvolve-se em três momentos. No primeiro momento, busca-se contextualizar brevemente o tema em questão na sociedade contemporânea globalizada, mostrando que a ética e a religião não podem ser alheias às prementes questões contemporâneas fomentadas, sobretudo, pela sociedade atual altamente cientificizada e tecnicizada. No segundo momento, tenta-se apresentar uma possível e plausível definição dos conceitos de ética e religião e sua relação livre, dialógica e autônoma. Por último, trata-se de mostrar não ser possível na contemporaneidade nem à ética e tampouco à religião prescindir dos recursos midiáticos, com a ressalva, porém, de que ambas não podem enveredar-se e deixar-se envolver pelos mesmos sem espírito de discernimento crítico pela mera ambição de status e jogo midiáticos, acabando por perder, por conseguinte, cada qual sua respectiva identidade.

ÉTICA E RELIGIÃO

ÉTICA E RELIGIÃO (SOARES, A.M.M. ; BORGES NETO, R.S.), 2019

ÍNDICE PREFÁCIO INTRODUÇÃO

Religião: Teologia, Ética e Sociedade

Livro, 2022

Religião é um sistema de regras e valores morais estabelecido por meio de crenças e práticas que caracterizam um grupo de indivíduos. Um aspecto importante das religiões é servirem de ponte entre o mundo humano e o espiritual. As crenças mencionadas são introduzidas por meio de narrativas que procuram atribuir sentido à vida. Elas também explicam a origem das coisas, como o mundo e o universo. Nesse momento de crise sanitária, os seres humanos são chamados a reaprender a viver. Essa deve ser a grande lição: olhar outros humanos, e demais seres vivos, com respeito. "Amar ao próximo como a si mesmo". Faz-se urgente deixarmos o individualismo para viver uma sociedade coletiva, deixar para traz o "eu" e construir o "nós". A educação (humanizada) deve ser voltada para a colaboração e não para a competição. Em tempos em que o Estado laico no Brasil é subvertido por meio de relações escusas entre religião, poder econômico e representação política, e em que o restante do mundo vê reforçadas as dimensões religiosas de conflitos entre povos, a luta contra a intolerância religiosa e a existência de iniciativas que promovem o diálogo interreligioso se tornam ferramentas de transformação social da maior importância. A sociedade atual, conforme ponderado pelos religiosos, precisa repensar os valores que orientam as decisões pessoais e coletivas. O que propõem é uma profunda reflexão sobre uma "nova sociedade". Com valores humanos, voltados para a colaboração, para uma cultura de paz, em que prevaleça o respeito e a diversidade.

PERSPECTIVAS SOBRE A RELAÇÃO ENTRE ÉTICA E RELIGIÃO

Outramargem: Revista de Filosofia, 2021

The aim of this article is to show some pertinent relationship between ethics and religion on James Rachels, Paulo César Nordari and Everaldo Cescom thoughts. We have shown that some of their criticism, although relevant, lacks in superficial approaches about what is faith in religious thoughts, which contributes to maintain the Brazilian stereotypes that theologies and religious studies only make reference to spiritual concerns.

De Leis Morais À Fidelidade Íntima, Percursos Da Ética

Revista de Propriedade Intelectual - Direito Constitucional e Contemporâneo, 2020

Apresenta-se aqui a forma como se desenvolveu o debate ético no ocidente. Trata-se de assunto com duas fontes bem definidas, a tradição bíblica e a filosófica herdada da antiga Grécia. Na medida em que a vida renovou os problemas de convivência foram necessários ajustes e desenvolver as teses do movimento inicial o que se procura mostrar destacando o surgimento de diversos modelos éticos no ocidente. Como não é possível abordar todos esses modelos num artigo recortam-se os que parecem mais relevantes. Essa leitura histórica do processo reflete a compreensão culturalista de que os modelos propostos representam a atualização de valores em resposta aos problemas filosóficos da tradição e aos desafios que a história impôs à sociedade.

Sobre Ética e Religião em Schopenhauer

UNESP Os escritos de Schopenhauer sobre a religião assumem, em diferentes momentos, perspectivas aparentemente paradoxais. Encontramos nesses escritos uma abordagem crítica, paralela à uma valorização da inspiração ética de algumas religiões e, em aspectos centrais da fundamentação de sua " moral da compaixão " , a filiação de sua ética com algumas tradições e doutrinas religiosas orientais. Schopenhauer faz profissão de ateísmo. Sua visão pessimista do mundo não comporta a idéia de um Deus benévolo ou de um Bem Supremo como causa de todas as coisas. As questões da origem do mundo ou de sua justificação não são matéria de sua filosofia, por se tratar de questões que nos remetem à transcendência. Para o filósofo não se pode saber a origem do mundo, nem se deve dar importância a questões sobre o início ou o fim das coisas, pois, a distância que nos separa destes extremos só nos permite conjecturas. O que é certo, julga, (por experiência), é que o mundo tem um princípio uma essência maligna. A simples existência dos seres representa já uma injustiça fundamental. Para Schopenhauer o princípio de um mundo assolado por guerras, doenças, dor e sofrimento, não pode ser um Deus todo-poderoso e benévolo. À tese leibniziana do melhor dos mundos possíveis o filósofo opõe a sugestão de que este deve ser o pior dos mundos possíveis. Esta posição ateísta e pessimista é contrária ao espírito da filosofia alemã de sua época. Podemos afirmar que Schopenhauer é o inimigo das teodicéias, sua filosofia pode ser considerada uma " anti-teodicéia " , não obstante sua aproximação ética com o cristianismo. No quadro da filosofia alemã, o sistema de Schopenhauer representa uma reação às filosofias de Kant, Hegel e Fichte, e, sobretudo, uma reação à influência da teologia sobre a filosofia. Na crítica à filosofia de Kant, Schopenhauer afirma que o postulado da existência de Deus na introdução da Crítica da Razão Prática não passa de um sintoma do " inexorável peso da senilidade sobre a lucidez do mestre de Konigsberg ". A Hegel os ataques são ainda mais provocativos. A oposição de Schopenhauer à esta " tendência " filosófica tem como um dos fundamentos a separação que ele defende entre discurso filosófico e discurso religioso, frutos, no seu entender, da mesma necessidade metafísica do homem, mas radicalmente diferentes no método e no valor. Para Schopenhauer, enquanto o discurso filosófico serve-se de conceitos e argumentos lógicos para provar