AFINAL DE CONTAS, O QUE É TEORIA CRÍTICA? [AFTER ALL, WHAT IS CRITICAL THEORY (original) (raw)

A TEORIA CRITICA

A Teoria Crítica tem sua origem na Escola de Frankfurt, um centro de pesquisa cuja finalidade era discutir e analisar a sociedade a partir de uma perspectiva dialética. Esta teoria traz em seu bojo a relação dialética entre conhecimento e prática social, uma vez que o sujeito é visto como um ser histórico e, portanto, pertencente a uma sociedade. A prática social do sujeito do conhecimento é o que vai possibilitar a transformação social. É, então, na Teoria Crítica que surge a concepção de intelectual orgânico. Na tentativa de explicar melhor esta teoria, dividimos o trabalho em 7 capítulos, nos quais fazemos um estudo que vai, gradualmente, se aprofundando nos conceitos utilizados para descrever a mesma. Assim, no capítulo 2, fazemos uma contextualização histórica da origem da Teoria Crítica, no intuito de situar o leitor para melhor compreensão das idéias defendidas pelos estudiosos da Escola de Frankfurt; já no capítulo 3, abordaremos a escola em si, sua origem e seus principais teóricos; o capítulo 4 é dedicado à explicação da Teoria Crítica e seus fundamentos a partir dos diversos artigos publicados por seus teóricos entre as décadas de 20 e de 70, abordando especialmente o papel da dialética e da indústria cultural; a relação da teoria crítica com a educação se dá no capítulo 5, no qual expomos a vertente psicológica surgida a partir da Escola de Frankfurt, mais precisamente da Dialética do Esclarecimento, que dá as bases teóricas para a formulação da psicologia sócio-histórica de Vygotsky, trazendo a Teoria Histórico-Crítica como uma possibilidade de concretização da Teoria Crítica através do processo educacional de construção do conhecimento que, aliado à práxis social, é capaz de transformar os sujeitos, resgatando, assim, a idéia de transformação social através do intelectual orgânico; no capítulo 6, fazemos uma crítica à Teoria Crítica nos dias atuais; e, para finalizar, trazemos as nossas conclusões, abordando a necessidade do resgate do papel social do educador enquanto intelectual orgânico responsável pela formação de opiniões.

APRESENTAÇÃO A ATUALIDADE DA TEORIA CRÍTICA

Em 1931, na Universidade de Frankfurt, Theodor Adorno proferiu sua conferência inaugural intitulada " A atualidade da filosofia ". Entre questionamentos sobre a possibilidade de o pensamento apreender a totalidade do real, a ontologia e o existencialismo, o neokantismo e a filosofia da vida, as ciências da natureza e a lógica científica, mais que um balanço sobre a filosofia de seu tempo, levantava a questão de uma possível aniquilação da filosofia. Esta, no entanto, permaneceria viva frente aos desafios decorrentes dos avanços das ciências particulares se assumisse como tarefa interpretar fragmentos para formar imagens legíveis que respondessem apenas temporariamente às suas próprias perguntas. Por mais estranho que possa soar, o dissonante programa adorniano para a sobrevivência da filosofia se aproximava de um projeto materialista dedicado a investigar os detalhes do cotidiano, os absurdos, os esquecimentos, aquilo que Freud chamou de escória do mundo dos fenômenos, ou que Marx identificara como os feitiços da forma mercadoria. A interpretação das imagens não simbolizadas e não intencionais da história seria uma importante tarefa da teoria crítica. A seriedade do materialismo estaria no fato de que tais imagens não deveriam se fazer presentes apenas no conhecimento, mas na práxis e na criatividade da ars inveniendi. Diante dos que poderiam refutar suas ideias, Adorno defendeu o direito de existência da teoria crítica não por sua irrefutabilidade, mas por sua fecundidade. Nosso dossiê se propõe a uma paráfrase reflexiva da pergunta adorniana: quase um século depois, numa atualidade filosófica cujo cenário se compõe de virada linguística, pós-estruturalismo, pós-modernismo, neopragmatismo, a teoria crítica está em processo de aniquilação ou se faz ainda fecunda? O centenário das revoluções russa e mexicana, num contexto histórico de conservadorismo e barbárie pelo mundo afora, se apresenta como um bom motivo para que um periódico filosófico revisite a teoria crítica.

TEORIA CONTINGENCIAL: UMA ABORDAGEM TEÓRICA SOBRE SUA EVOLUÇÃO

RESUMO A Teoria da Contingência, uma das principais teorias administrativas, é apresentada e comentada na ótica de diversos autores e aborda, em seu contexto geral, os pontos de divergência de ideias dos autores num sentido de evolução do conhecimento e de ação e interferência dos fatores contingenciais, principalmente o ambiente, na interpretação e entendimento do assunto. Durante o desenvolvimento desta idéia, faz-se uma abordagem e revisão bibliográfica pela origem e crescimento da administração e comenta-se acerca dos primeiros pensadores e filósofos, passando-se pela revolução industrial e a grande explosão da atividade administrativa. Chega-se, por fim, aos princípios básicos e às teorias construídas durante o crescimento desta atividade cujo principal foco é a evolução da Teoria Contingencial. Dessa forma, conclui-se que a teoria da contingência enfatiza o fato de que não há um único modelo de gestão, pois os diversos fatores contingenciais, tais como, estrutura, tempo de vida da empresa, tecnologia, ambiente, dentre outros, interferem de forma decisiva na tomada de decisões e, como estes fatores também estão em constante mudança, as decisões tomadas hoje não necessariamente serão as mesmas a serem admitidas em processos futuros. A evolução social e empresarial mostra que os acontecimentos atuais são vistos de forma diferente de como eram no passado e, muito provavelmente, de como serão no futuro. Palavras Chave: teoria contingencial – evolução das escolas da Administração – gestão. INTRODUÇÃO A teoria da Contingência é, dentre as teorias de administração, provavelmente a mais divulgada e comentada atualmente e, surgiu quando a maioria das organizações utilizava os princípios da teoria clássica em sua gestão. O enfoque principal desta teoria vem da condição de que " tudo é relativo " , " tudo depende " e, neste contexto, diversos fatores contingenciais surgem e são levados em conta para a tomada de decisões e definição dos rumos das organizações, dentre os quais, pode-se citar como exemplo o ambiente, a tecnologia, o tamanho da organização, a estratégia e o ciclo de vida. A teoria da Contingência conseguiu aliar pressupostos, tanto da teoria clássica quanto da teoria dos sistemas, mas é claro que também recebeu influências das outras teorias antecedentes. Sua visão sistêmica, com enfoque principal no ambiente externo, mas sem esquecer-se dos funcionários e suas necessidades. A elaboração deste artigo se deu pelo fato desta teoria ser uma das principais teorias administrativa, com conceitos simples na forma de visualização do trabalho a ser desenvolvido, porém que se tornam bastantes complexos em virtude de aplicar conceitos e atividades diferentes em cada ambiente, além de estar em constante evolução devido a alta velocidade da comunicação e a rápida melhora dos processos tecnológicos, fato este que influencia na atividade do Administrador tornando necessário um constante aperfeiçoamento nos processos de gestão.

AXEL HONNETH E O LEGADO DA TEORIA CRÍTICA

Introdução O texto aqui apresentado pretende discorrer sobre alguns aspectos da teoria do reconhecimento de Axel Honneth, mostrando suas contribuições para a elaboração de uma teoria crítica no presente contexto histórico das sociedades ocidentais, mas igualmente algumas limitações que entendemos nela se manifestar, considerando o horizonte dos próprios problemas teóricos e históricos que foram levantados pela Teoria Crítica desde os anos 1930. Tais limitações não se centralizam, entretanto, no conjunto de questões já levantados por Nancy Fraser acerca das relações entre redistribuição e reconhecimento, mas pretendemos inserir uma outra ordem de problematização teórica que toma como parâmetro conceitos e categorias que nos parecem insuficientemente tratados por ambos os autores, mas que dizem respeito ao legado iniciado pela primeira geração da Teoria Crítica. Inicialmente, tentaremos apresentar brevemente algumas das características da Teoria Crítica ao longo de seu desenvolvimento histórico, destacando os aspectos mais relevantes para nossa argumentação, e para que possamos entender de que modo o pensamento de Honneth aparece no desenvolvimento histórico dos que se reivindicam herdeiros de uma teoria crítica. Cuidando para não sermos demasiado repetitivos acerca de questões já debatidas por diversos autores 1 , tentaremos nos ater ao mais fundamental para a argumentação aqui proposta. Aliás, a reconstrução do pensamento frankfurtiano é objeto de uma obra seminal do próprio Honneth (1991), embora uma das sugestões aqui presentes é de que parece haver um hiato teórico entre esta e sua obra posterior sobre o reconhecimento (Honneth, 2003). Num segundo momento, tentamos expor as teses de Honneth sobre uma " luta por reconhecimento " sempre no âmbito das questões históricas que ocuparam a Teoria Crítica desde o seu início, considerando principalmente os pensamentos de Adorno e Habermas. Pretendemos expor tanto alguns aspectos

RAÍZES DA ESCOLA DE FRANKFURT: UMA REFLEXÃO SOBRE OS ASPECTOS DA TEORIA CRÍTICA

Revista de Ciências Sociais e Jurídicas, 2021

The Marxian reading of the world is not exactly a Marxist reading. The scientific method adopted by Marx is not the same as Stalinism. For this reason, the Frankfurt School will have a great influence on the study of critical theories during the 20th century and, above all, now in the strange 21st century

CRÍTICA DA " TEORIA CRÍTICA DO DIREITO "

PROFESSOR DO CPGD -UFSC 1. Existe, na teoria jurídica brasileira, uma dicotomia caracterizada por duas posturas, tidas como opostas e, conseqüentemente, excludentes: uma dominante, conhecida como dogmática e outra, ainda um tanto incipiente, auto-denominada crítica.

TEORIA CRÍTICA DA SENSIBILIDADE E CONTRAPARTIDAS INCONGRUENTES EM KANT

A Estética Transcendental é uma peça chave no programa de pesquisa que Kant desenvolveu e nomeou de filosofia transcendental. Ela se anuncia na Dissertação de 1770 e se configura de forma bem explícita na primeira edição da Crítica da razão pura, de 1781. O modo como Kant a concebeu permitiu-lhe separar radicalmente intelecto e sensibilidade, mas seria importante compreender a raiz dessa separação. Nesse texto procuramos mostrar que o opúsculo “Sobre o primeiro fundamento da distinção de direções no espaço”, de 1768, traz características bastante decisivas para a estética proposta no período crítico. Para evidenciar isso, expusemos ideias marcantes do texto sobre as contrapartidas incongruentes e as cotejamos com as reflexões expostas nos itens 3 e 4 relativos à Exposição Metafísica do conceito de espaço e aquelas apresentadas nos itens 4 e 5 relativos à Exposição Metafísica do conceito de tempo.