Poéticas da desigualdade social no romance brasileiro contemporâneo (original) (raw)

Uma Digressão Pela Escrita Contemporânea Com Arremates No Romance Desse Tempo

Revista Ininga - ISSN 2359-2265, 2018

RESUMO: Este artigo busca analisar os itinerários percorridos pelo escritor contemporâneo em escrever na contemporaneidade, sendo ele um experienciador deste tempo. O propósito é traçar, em linhas gerais, as características do autor e do romance contemporâneos, bem como elementos necessários para situá-los neste tempo. Para tal, tomamos como elemento de análise trechos das obras Essa Terra, O Cachorro e o Lobo e Pelo Fundo da Agulha, do romancista baiano Antônio Torres, considerando alguns elementos das narrativas, como temática principal, personagens, tempo, dentre outros. Partimos do princípio de que o romance de Torres, por meio dessa trilogia, trazem à tona os transtornos e desdobramentos da migração na esfera contemporânea. Valemo-nos de estudiosos que discutem os dramas da migração, que vão além da fronteira geográfica, bem como da contemporaneidade, a saber:

Romance e realidade na ficção brasileira contemporânea

Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea, n.39, 2012

estudos de literatura brasileira contemporânea, n.39, jan./jun. 2012, p. 95-106 95 Romance e realidade na fi cção brasileira contemporânea Romance e realidade na fi cção brasileira contemporânea Juliana Santini 1 o medo, a fantasia, o sonho, a mentira, a atração espantosa da miséria, da violência, do obsceno, da ferida, da feiúra e do grotesco -, invertendo e revirando nosso olhar e convertendo o espectador em objeto visível, visto pelo mundo que não quer ver. 2 "O 'consenso fraco', chamado a caracterizar as relações humanas na contemporaneidade, tem sua origem explicada pelo esmaecimento dos valores e dos posicionamentos ideológicos de todo Palavras-chave: realismo; romance; prosa contemporânea brasileira

Ausências e estereótipos no romance brasileiro das últimas décadas

Letras de Hoje

O artigo apresenta e discute os resultados de uma pesquisa sobre os 689 romances de autores brasileiros publicados pelas mais importantes editoras do país entre 1965 e 1979 e entre 1990 e 2014. Os dados mostram que o romance brasileiro contemporâneo privilegia a representação de um espaço social restrito. Suas personagens são, em sua maioria, brancas, do sexo masculino e das classes médias. Sobre outros grupos, imperam os estereótipos. As mulheres brancas aparecem como donas-de-casa; as negras, como empregadas domésticas ou prostitutas; os homens negros, como bandidos. As mudanças ao longo do tempo, embora não estejam ausentes, não são de grande monta. Assim, o campo literário, embora permaneça quase imune às críticas que outros meios de expressão simbólica costumam receber, tende a reproduzir os padrões de exclusão da sociedade brasileira.

“Um homem pobre como eu não deve amar” desigualdade social na canção romântica brasileira da década de 1970

“Um homem pobre como eu não deve amar”: desigualdade social na canção romântica brasileira da década de 1970, 2022

"Um homem pobre como eu não deve amar": desigualdade social na canção romântica brasileira da década de 1970 "A poor man should not love": class issues in the brazilian romantic songs in the 1970's Matheus Bomfim e Silva, 1 UFC Resumo Nas discussões sobre música durante a ditadura militar apenas um grupo de artistas é priorizado: a famosa MPB. Isto ocorre em detrimento de outros artistas, como os chamados "cafonas", destratados pela crítica musical da época e esquecidos ou lidos como alienados e/ou sem relevância pela historiografia sobre a ditadura militar. Contudo, com a análise de algumas canções gravadas por Waldick Soriano e Fernando Mendes, percebemos que questões envolvendo desigualdade social eram abordadas por esse segmento menos priorizado, fazendo sucesso entre a camada pauperizada do país, sendo seus artistas também oriundos dela. Tais artistas cantaram como as desigualdades sociais se entrelaçam com os sentimentos afetivos.

AMOR E POLÍTICA, UMA COMUNIDADE DO DANO: condições precárias em alguma poesia brasileira contemporânea escrita por mulheres

Eutomia, 2020

Uma das tendências da poesia brasileira contemporânea é a grande presença de poetas mulheres e um dos pontos em comum que une parte dessa produção escrita por mulheres é a condição precária que se determina em vários fatores, como o gênero e a pobreza, por exemplo. Muitas poetas expõem a misoginia, o machismo, o feminicídio, o racismo, a normatividade de gênero e a pobreza em uma abordagem que entrelaça amor e política. Afinando-se com a noção de “precariedade” de Judith Butler, esse artigo pretende mostrar algumas condições de precariedade que fazem dessas poetas uma comunidade pautada no dano, aproximando-se em uma luta lá onde elas aparentemente não se aproximariam. Serão abordadas as poetas Tatiana Nascimento e Tatiana Pequeno.

Hermenêutica literária na contemporaneidade

Artigo recebido em 15 de outubro de 2010 e aprovado em dezembro de 2010. A problematização do saber, desvencilhado do ideal da Bildung, está na base do que Jean-François Lyotard (2002, p.XV) denomina "a condição pós-moderna" no seu estudo homônimo, de 1979. Nessa configuração, a condição pós-moderna "[d]esigna o estado da cultura após as transformações que afetaram as regras dos jogos da ciência, da literatura e das artes a partir do final do século XIX, com a crise da ciência". O efeito dessa crise conduz à derrocada de valores tais como totalidade, verdade, sujeito,