Albert Schweitzer A Busca do Jesus Historico (original) (raw)

O Jesus Histórico - Otto Borchert

SOCIEDADE RELIGIOSA EDIÇÕES VIDA NOVA Rua Antonio Carlos Tacconi, 75 -04810 São Paulo -SP Título do original em alemão: DER GOLDGRUND DES LEBENSBILDES JESU Baseado na edição inglesa, sob o título THE ORIGINAL JESUS, publicada por THE LUTTERWORTH PRESS, em 1933. Detentor de direitos autorais © -sendo procurado por EVN. Revisão de estilo -Robinson Norberto Malkomes Revisão de provas -Vera Lúcia dos Santos Barba Foto de capa -Cortesia do Consulado de Israel em São Paulo -SP Primeira edição em português -1985 Reimpressãofevereiro 1990 Publicado no Brasil por SOCIEDADE RELIGIOSA EDIÇÕES VIDA NOVA Caixa Postal 21486 -04698 São Paulo -SP PREFÁCIO DO EDITOR ORIGINAL Fazer uma tradução concisa e satisfatória de Der Goldgrund des Lebensbildes Jesu constitui um problema formidável. O título escolhido, embora não seja totalmente adequado, pode ser considerado sofrivelmente apropriado, pois este livro apresenta a glória de Jesus como fons et origo das inumeráveis bênçãos que obtemos em Sua salvação. Ele, que é "o resplendor da glória de Deus," é "o autor e consumador da nossa fé." Este livro também exibe a originalidade de Jesus no sentido de Sua "não-invenção." O quadro teria sido totalmente diferente se fosse inventado pelo gênio humano, não importa quão talentosa fosse a mente, ou quão dotada fosse a imaginação. Der Goldgrund des Lebensbildes Jesu teve uma história notável. Teve que esperar dezesseis anos para encontrar quem o publicasse, tendo sido oferecido e rejeitado pelo menos dez vezes. A explicação reside no fato de que ele estava adiantado em relação à sua época. Com a desilusão causada pela Grande Guerra, e a Paz subseqüente, ele encontrou o seu público, e a sua mensagem atingiu o seu alvo. Muitas edições do original em alemão se esgotaram; ele foi traduzido para o holandês, dinamarquês, sueco e inglês; e agora aparece em português, oferecendo ao homem comum, em linguagem livre de todas as filigranas teológicas, um estudo do quadro do Evangelho novo, profundo e abrangenteque faz com que Jesus viva diante dos olhos do leitor. O Dr. Otto Borchert estudou em Leipzig, Halle e Wittenberg. Quando militou no comércio, em seus primeiros anos, encontrou céticos que haviam sido afetados pela crítica bíblica e pelo ceticismo filosófico. A Vida de Jesus, de Strauss, causou nele uma influência perturbadora, levando-o a um estudo intenso e independente das narrativas dos Evangelhos. Desde 1901 ele ocupou a posição de pastor e Inspetor de Escolas em Westerhausen, Hanover, Alemanha, e os seus escritos enriqueceram e fortaleceram a mente de milhares de leitores em muitos países. A srta. G. M. Brown Douglas e o Rev.

A pesquisa do Jesus histórico

Revista de Cultura Teológica. ISSN (impresso) 0104-0529 (eletrônico) 2317-4307, 2001

A pesquisa do Jesus histórico Jesus histórico é uma expressão peculiar. Parece também muito óbvia. Falar de qualquer pessoa é falar de uma pessoa histórica. Isto é verdade também para Jesus. Mas, ao longo da história ocidental, ele chegou a ser mais do que uma figura da História. Ele chegou a ser objeto de fé. Milhões o adoram como Deus. A literatura da fé cristã presume a sua divindade e a assume quando se dirige a uma audiência que concorda totalmente com esse pressuposto. Os quatro evangelhos apresentam a sua história como a de um ser divino, cujo destino começa e termina em outro mundo, diferente do nosso. Estamos frente a uma vida que não é meramente vida, de uma pessoa que não é meramente pessoa, de uma história que chegou a ser muito mais que história. Para os antigos, tais paradoxos não teriam posto os tipos de dificuldade que hoje se colocam. Que uma pessoa pudesse ser ao mesmo tempo tanto humana quanto divina, era concebível. O mundo, como os antigos o concebiam, era um mundo aberto, com deuses indo e vindo e interferindo regularmente nas vidas e histórias dos seres humanos. Pensar em Jesus como tal pessoa não era difícil. Mas hoje, nossa visão de mundo é bem diferente. Vivemos em um universo fechado. Ele se comporta segundo modos consistentes, que sabemos são imutáveis, ao menos, para fins práticos. A maçã de Newton, uma vez caída, sempre cai. Deus não interfere na sua queda. Quando hoje falamos de história, falamos de acontecimentos que procedem através de causas e efeitos, ainda que muitas vezes possam parecer caóticos e complexos. Assumimos que a História não está secretamente comandada por forças misteriosas de algum Olimpo. Mas os evangelhos pertencem ao mundo antigo, um mundo em que às vezes Deus pega a maçã, um mundo em que humanos e deuses conversam normalmente, às vezes contendem, lutam, e inclusive têm relações sexuais. Os evangelhos se sentem em casa nesse mundo, não no nosso. Eles são território estrangeiro para nós. As perguntas que realizamos a esses textos como: "Como era Jesus, historicamente falando?" ou "Como aquilo realmente aconteceu?", são perguntas que não seriam feitas neste mundo. Essas são nossas perguntas e refletem distintamente interesses modernos. Para bem ou para mal, as sensibilidades modernas estão direcionadas para a História. Tendemos a associar, e até equacionar, história com verdade, muitas vezes relegando modos mais antigos de exprimir verdades religiosas, assim como poesias e hinos. Isso foi verdade especialmente nos séculos XVIII e XIX, quando brilharam novos métodos de fazer história, movidos por linhas racionais, objetivas. Em vista desses novos modelos de verdade, teólogos começaram a elaborar as questões óbvias: "Estamos interessados no Jesus da história ou no Cristo confessado pelos primeiros cristãos? Estamos interessados no que Jesus ensinou ou no que a igreja primitiva ensinou acerca de Jesus?" As respostas a estas questões podem ser encontradas, em parte, percorrendo as fases pelas quais o interesse acadêmico tem se passado, desde Reimarus, até hoje. Mas, antes de mostrar as etapas marcantes dessa busca, devemos clarificar os termos maiores, para ter mais precisão no uso de nossa linguagem. O "Jesus da História" significa o Jesus que viveu na antiga Palestina antes do ano 40 d.C. O único meio de conhecer tal pessoa seria sermos completamente judeus do primeiro século, vivendo na Galiléia, nas três primeiras décadas, a fim de encontrar Jesus. Isto é e sempre será impossível. Por outro lado, o "Jesus histórico" é o Jesus construído, com juízo crítico e depois de longa investigação, por especialistas do Novo Testamento. Essa figura será sempre diferente do Jesus da História. Por último, o "Cristo da fé" ou o "Cristo kerygmático", denota o Jesus que confrontamos na fé e que encontramos na palavra pregada. Porque os métodos históricos modernos foram desenvolvidos somente no final do século XVII, uma reconstrução histórica da vida, ensino e proposta de Jesus é um fenômeno moderno. A distinção entre o Jesus da História e o Cristo da fé era desconhecida em séculos anteriores. Isso devido a dois pressupostos que evitavam qualquer questionamento sobre os Evangelhos: apesar das discrepâncias em detalhes, eles eram considerados como sendo escritos sob inspiração divina e, portanto, a sua

Paul Tillich e a Busca pelo Jesus Histórico

Correlatio, 2006

Resumo Esse artigo visa mostrar como Paul Tillich, reconhecido teólogo sistemático, encarou a busca pelo Jesus histórico. Atualmente, esse tema tem sido objeto de inúmeros documentários, matérias em revistas especializadas e de conhecimento geral, debates etc. Na verdade, o Jesus histórico é o fomentador de um mercado que rende milhões todos os anos. Mas nem sempre foi assim. A época de Tillich é conhecida como No-Quest [Sem Busca], ou seja, ao Jesus histórico não era dada tanta importância como para o Cristo da fé. Nosso teólogo seguiu essa linha com grande convicção e, possivelmente, ainda hoje manteria tal atitude cética quanto à pesquisa.

História da pesquisa sobre o Jesus Histórico

Religare, 2014

Este artigo apresenta brevemente o percurso feito pela pesquisa sobre o Jesus histórico e elucida algumas das possíveis origens da crise pós-moderna da identidade cristã. O processo histórico da pesquisa sobre Jesus desembocou no retorno às raízes bíblico-judaicas do cristianismo visando à elucidação do conceito de "messias" como tentativa de resolver a crise de identidade cristã na atualidade.

A Nova Busca pelo Jesus Histórico (Revista Ministério, 2007).pdf

Ao longo da história a pessoa de Jesus sofreu ataques múltiplos e de diversas formas. Um desses ataques mais ferozes foi a negação de sua historicidade; ou seja, que a pessoa de Jesus jamais teria existido. Recentemente, contudo, Jesus tem sido posto sob fogo cerrado em uma perspectiva bastante diferente. Os cientistas agora dizem que eles creem na existência histórica de Jesus, mas que, para conhecer sua pessoa, é necessário eliminar os mitos com os quais Jesus ficou associado por causa dos acréscimos feitos ao registro escrito por seus seguidores.

O Histórico em Jesus e o Despertar da Fé Segundo Tillich

Correlatio, 2013

ResumO O propósito deste artigo é analisar o posicionamento de Tillich sobre a pessoa de Jesus no que tange a sua historicidade, bem como a fé em seu ser. Percebe-se, em sua Teologia Sistemática, que o filósofo não dava muita importância a uma construção do Jesus histórico segundo os moldes da historiografia (por mais que valorizasse a historiografia). Ele considerou as apresentações historiográficas de Jesus como um fracasso, passando em seguida a propor um novo olhar para se entender o Jesus na história. Tomando como base a cristologia desenvolvida por Tillich, o presente artigo busca fazer um levantamento das suas principais idéias cristológicas com o propósito de aprofundarmos o entendimento do pensamento tillichiano acerca do Jesus Histórico e do processo da fé neste Jesus. A pesquisa orientou-se pelo método exploratório e bibliográfico e teve como objetivo geral: obter compreensões do pensamento de Tillich sobre o Jesus histórico. O objetivo específico foi: entender o seu pensamento acerca do processo dinâmico de fé que se dá frente à crença em Jesus como Cristo-Histórico. Palavras-chave: Tillich; Jesus Histórico; fé. The hisTORic in Jesus and The awakinG OF FaiTh accORdinG TO Tillich absTRacT The purpose of this paper is to analyze the positioning of Tillich on the person of Jesus in relation to its historicity. It can be seen in his Systematic Theology, the philosopher did not give much importance to * Pesquisador FAPESP, doutorando em Ciências da Religião pela UMESP. E-mail.

O Jesus histórico

Hoje em dia proliferam sites e vídeos na web e alguns escritos de duvidoso valor histórico que pretendem, descaradamente e com inusitada presunção, reescrever a historia de Jesus, personagem fundamental da civilização ocidental que, além disso, marcou a história da humanidade mais que qualquer outro, dando origem, inclusive a uma nova era. Em alguns escritos propaga-se, inclusive, a teoria da inexistência histórica de Jesus (a chamada teoria do "mito de Jesus"); em outros, que o Jesus descrito pelos Evangelhos não existiu, senão que, por outro lado, existiu um "Jesus exaltado" ou um "Jesus zelote", que teria por objetivo a independência do povo hebreu do jugo dos romanos. É estranho que os autores desses escritos, ignorando o debate histórico sustentado ao longo de quase dois mil anos por muitos filósofos, pretendam apropriar-se de sua história, a maioria das vezes sem basear-se em estudos sérios, como se fosse uma nova verdade, obviamente irrefutável. Aparte disso, não está claro por que estes supostos "expertos historiadores" se interessam em Jesus; se não existiu nunca, ou era somente um exaltado ou zelote, por que dedicam tanto tempo tentando desacreditar sua figura? Os autores desses escritos não compreenderam, de fato, a mensagem de Jesus: uma ideia revolucionária, certamente não em sentido "militar" do termo, mas em um sentido interior e espiritual; uma mensagem que indica uma mudança de paradigma, uma ideia de paz, de respeito pelos demais e de amor, inclusive por quem se declara seu inimigo. Segundo as extravagantes teorias dos detratores de Jesus, nunca confirmadas por fontes históricas, mas impulsionadas por um profundo ódio anticlerical (confundindo, por outro lado, com o anticlericalismo uma mensagem original de Cristo), os escritores dos evangelhos e os apóstolos divulgaram um Jesus que nunca existiu com fim de criar uma religião nova, absorvendo cultos preexistentes (ver Hórus, explicado mais adiante neste artigo), que minavam as bases do império romano. Aos defensores desse extraordinário complô, recordo que os apóstolos morreram todos em cadafalsos (com exceção de João), por não renegar a Divindade de Jesus Cristo, na qual acreditavam firmemente. Os primeiros cristãos, por exemplo, Estevão, Paulo, Barnabé, Policarpo, Justino, Orígenes, Cipriano etc., morreram também em um cadafalso, culpados de não ter renegado a Divindade de Jesus Cristo. Se o objetivo era um sinistro e torcido complô antirromano, não faz sentido matar depois de atrozes torturas (como as infligidas a Bartolomeu, por exemplo, que foi esfolado vivo), senão que nega, salva sua vida leva adiante suas ideias de outra maneira. Mas aqui, normalmente, os detratores de Jesus e de sua mensagem

A Terceira Busca Pelo Jesus Histórico, a Partir De N.T. Wright

2014

A literatura teologica especializada tem desenvolvido um interesse sobre a biografia de Jesus, no que se convencionou denominar de a busca pelo Jesus historico . Nesse sentido, identificam-se tres momentos distintos nesse empreendimento. Cada um desses momentos expressa uma compreensao distinta tanto em termos metodologicos, como em termos de uma perspectiva geral sobre a melhor maneira de lidar com a questao. Neste artigo, apresentam-se – em linhas gerais - os principais elementos dessas tres buscas, com uma atencao especial a perspectiva desenvolvida pelo teologo britânico N.T. Wright, autor que cunhou o termo third quest – terceira busca .

A mística do cuidado em Albert Schweitzer

A mística do cuidado em Albert Schweitzer Josias da Costa Júnior* Resumo O objetivo deste artigo é discutir alguns aspectos da mística do cuidado a partir do pensamento de Albert Schweitzer. Sua noção de "reverência pela vida" é fundamental para compreensão do seu pensamento e implica profundo respeito a todas as formas de vida (humana e não humana). Essa atitude de respeito é encontrada em sua postulação ética, baseada na experiência mística do desejo de viver, que se manifesta em todos os seres vivos. É, portanto, através da compreensão dessa noção de reverência pela vida que a mística do cuidado encontra sua expressão. O trabalho privilegiará escritos do próprio Albert Schweitzer e de Martin Heidegger para entender a noção de cuidado.

O Jesus Cristo histórico

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