Os caminhos do sindicalismo nos anos 2000 (original) (raw)

O sindicalismo deixou a crise para trás?: um novo ciclo de greves na década de 2000

Caderno Crh, 2010

O objetivo deste texto é retomar, de modo preliminar e indicativo, o debate sobre a crise ou o declínio histórico do movimento sindical. A questão que queremos levantar é a seguinte: a atividade sindical, na década de 2000, é um indicativo de que o sindicalismo brasileiro superou a crise? O nosso texto analisa o ciclo de greves em curso no Brasil a partir do ano de 2004, destacando, dentre outros elementos, o número de greves e de grevistas, o caráter ofensivo dessas greves e as vitórias que os trabalhadores vêm obtendo em suas reivindicações. Defendemos a hipótese, ainda sob investigação, de que a atividade sindical no Brasil nos anos 2000 é um indicador muito forte do equívoco da tese do declínio histórico do sindicalismo. PALAVRAS-CHAVE: sindicalismo, greves, crise, Brasil.

A reconfiguração do sindicalismo brasileiro nos anos 2000: as bases sociais e o perfil político-ideológico da Conlutas

Resumo Resumo Resumo Resumo: : : : Este artigo tem como objetivo contribuir para a compreensão do perfil socioeconômico e político-ideológico das bases sociais da Conlutas, central sindical e popular criada em 2004 a partir de uma dissidência da CUT, e que conta com a participação de diferentes movimentos sociais. A análise tem como base um survey realizado durante o 1˚ Congresso Nacional da Conlutas, ocorrido em julho de 2008 na cidade de Betim (MG). Os dados mostram que a Conlutas representa, em sua maioria, trabalhadores não manuais, do setor público, especialmente da educação, que recebem até 3 salários mínimos e que têm uma situação de trabalho caracterizada pela estabilidade.

Sindicalismo no Brasil os primeiros 100 anos

Sindicalismo no Brasil: os primeiros 100 anos?, 2007

Sindicalismo no Brasil: os primeiros 100 anos? Talvez tenhamos uma diversidade de respostas à pergunta e, ao mesmo tempo, nenhuma, pois este é, também, um dos propósitos deste livro. São só 100 anos, são realmente os primeiros 100 anos...? Uma obra coletiva organizada por José Reginaldo Inácio, que conta com textos próprios e artigos de: Ricardo Antunes, Kátia Paranhos, Giovanni Alves, Márcio Pochmann, Paulo Paim, Luiza Erundina, Antônio A Queiroz, Antônio Lambertucci, Delze Santos, Domingos Giroletti, Edésio Passos, Fausto Arruda, João PP Vasconcelos, José C Ramos, Manoel F Vieira, , Ricardo Oliveira, Sávio Bones, Sebastião Soares e Sérgio Domingues. Além da expectativa de contar uma parte da história sindical brasileira, responder à questão central e determinante do livro, levou-nos a dividi-lo em cinco temas, de maneira que uma sequência complementar entre si pudesse mostrar a origem e a evolução sindical no país, incluir os diversos setores da sociedade, nacional e internacional, no tempo e no espaço, interagindo com o sindicalismo e, ao mesmo tempo, influenciando-o e sendo influenciado. No entanto, pode-se prescindir de uma leitura linear. Cada autor consegue em seu artigo introduzir o leitor ao seu tema e ao mesmo tempo remetê-lo a novas buscas. I - Fundamentação Histórica do Sindicalismo No Brasil  Antônio Augusto de Queiroz: Movimento sindical – passado, presente e futuro  Antônio Roberto Lambertucci: A ação do Estado frente ao movimento sindical no Brasil  Delze Santos: O Sindicalismo Rural – luta pela posse da terra e contra a exploração do trabalhador do campo.  Fausto Arruda: Movimentos sociais e sindicalismo no Brasil II - Estruturas formadoras da classe trabalhadora e do sindicalismo brasileiro  Kátia Rodrigues Paranhos: Trabalho e cultura – elos da formação operária  Luiza Erundina de Souza: Os sindicatos na construção do papel político da mulher  Márcio Pochmann: Capitalismo tardio e sindicalismo brasileiro  Sérgio Domingues: Sindicatos, esquerda e jornalismo – as batalhas da guerra por hegemonia  Sebastião Soares: Influências estrangeiras na formação do sindicalismo brasileiro III - Direitos trabalhista e sindical no Brasil – ascensão e declínio  Edésio Passos: Os direitos dos trabalhadores – no limite da desconstituição do sistema legal de contratação do trabalho  João Paulo Pires de Vasconcelos: Década de 1960 – a construção e os efeitos de um golpe  José Calixto Ramos: Estrutura sindical brasileira – origem e evolução  Manoel Frederico Veira: Custeio das entidades sindicais – história sem fim Ação sindical brasileira – concepções de seu comportamento  Giovanni Alves: Crise e Limites do Sindicalismo – Elementos para uma reflexão crítica da práxis sindical  José Reginaldo Inácio: Líder sindical – ação, transição pelo poder e ética  Ricardo Luiz Coltro Antunes: Uma breve radiografia das lutas sindicais no Brasil recente e alguns de seus principais desafios. Visões perspectivas ao sindicalismo brasileiro  Domingos Giroletti: Os desafios do sindicalismo no século XXI  Paulo Renato Paim: A ação parlamentar e o sindicalismo brasileiro  Ricardo José de Souza Oliveira: Ferramentas estratégicas para o sindicalismo  Sávio Bones: Chegou à hora – renovar o movimento sindical para reencontrar o futuro

Sindicalismo - um passado portador de futuro

Ser Médico Veterinário: Riscos e Desafios, 2021

Nascidos na sequência da emergência da sociedade capitalista, os sindicatos são organizações duplamente centenárias que constituem uma das mais relevantes instituições do mercado de trabalho. A partir da década de 70, os seus principais recursos de poder começaram a ser erodidos e o movimento sindical passou a estar confrontado com uma crise profunda que não pode ser negada, a qual constitui atualmente a sua característica dominante à escala internacional, mas cujos contornos convém delimitar com precisão. As suas causas são múltiplas, nelas se mesclando fatores exógenos ao movimento (ciclos económicos, mudanças estruturais na economia, no social, no domínio político e no campo cultural), com outros endógenos, remetendo para a sua burocratização, oligarquização e deficiente capacidade de adaptação à mudança. O movimento sindical só muito tardiamente enfrentou esta situação, implementando desde então um conjunto de ações diversificadas, onde se contam fundamentalmente a realização de campanhas de recrutamento que não têm como objetivo central o reforço da organização sindical e dos laços dos trabalhadores com as suas estruturas, mas apenas o aumentar do número de efetivos sindicais, e os processos de reestruturação organizacional, numa perspetiva defensiva e não transformadora. Portugal segue o padrão internacional, quer no que respeita ao decréscimo da sindicalização quer no que se refere às respostas que tem sido dado ao refluxo na sindicalização, daí o amplo processo de reestruturação organizativa, no quadro de um movimento sindical extremamente fragmentado. No entanto, esta crise não representa uma decadência inexorável do sindicalismo que conduzirá ao seu desmoronamento definitivo. Estamos antes perante uma mudança qualitativa, em que à medida que declina o sindicalismo operário se consolida um sindicalismo ancorado no sector público, em torno de grupos socioprofissionais técnicos dotados de um elevado capital escolar. Neste sentido, e adotando uma perspetiva transformadora, o sindicalismo tem futuro.

O 'novo'eo 'velho'sindicalismo: análise de um debate

Revista de Sociologia e Política, 1998

O artigo analisa as linhas mestras que orientaram o debate ocorrido em fins da década de setenta tanto no movimento social brasileiro quanto nos estudos acadêmicos, quando da reemergência do sindicalismo no cenário nacional. A disputa pela hegemonia política e sindical na esquerda brasileira, que marcou aqueles anos, teve como palco não só diferenciações acerca do presente, mas também trouxe a história como elemento de disputa, consolidando certas visões sobre o passado. Esta análise toma por base uma das perspectivas envolvidas, aquela que acabou por se tornar hegemônica. PALAVRAS-CHAVE: movimento sindical; "Novo Sindicalismo "; partidos de esquerda; trabalhadores. "Uma geração pode ser jidgada pelo mesmo juízo que ela faz da geração precedente, um período histórico, por seu próprio modo de considerar o período por quem foi precedido" (A. Gramsci). "Vocês que vão emergir das ondas em que nós perecemos, pensem, quando falarem de nossas fraquezas [...], pensem em nós com um pouco mais de compreensão " (B. Brecht).

Panorama do sindicalismo no Brasil 2015-2021

Fundação Friedrich Ebert, 2022

A conjuntura em que se move o sindicalismo brasileiro no período compreendido por esta pesquisa (2015-2021) é bastante adversa. As mudanças na estrutura produtiva e na organização do trabalho, associadas ao baixo crescimento econômico e a um mercado de trabalho historicamente desestruturado, impactam diretamente sua base social. Essa situação, que se desenvolve desde os anos 1990, agravou-se com a crise econômica e política de 2015, que levou à ofensiva neoliberal-conservadora, ao processo sistemático de desmantelamento dos direitos sociais e trabalhistas e ao ataque à organização sindical. Esse contexto é agravado pela aprovação da reforma trabalhista em 2017 e à vitória eleitoral da extrema direita em 2018. A isso, somam-se movimentos de longo prazo no mundo do trabalho e os limites históricos da estrutura sindical brasileira1, desenhando um cenário desafiador para ação coletiva neste que pode ser considerado o momento mais desfavorável ao movimento sindical desde a ditadura militar. Esse breve esboço indica que o sindicalismo brasileiro vem sendo afetado por um conjunto expressivo de mudanças estruturais e conjunturais que alteram as condições e relações de trabalho, levando ao enfraquecimento de sua capacidade de fazer frente ao processo de desmonte de direitos e de envolver trabalhadoras e trabalhadores nas atividades de organização e mobilização.