Análise clínica e quanti cação da brose renal e cardíaca em pacientes hipertensos com ou sem acidente vascular encefálico (original) (raw)

A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é fator agravante para a ocorrência de acidente vascular encefálico (AVE) e pode provocar no coração hipertro a e brose e no rim, nefroescle- rose. Foram registrados 41 casos de pacientes hipertensos no período de 1985 a 2004. Selecionaram-se 23 casos que apresentavam os fragmentos de coração e rim para a análise morfológica. As lâminas foram coradas com picrossírius e quanti cadas as porcentagens de brose cardíaca (%FC) e renal (%FR). A pressão arterial média (PAm) foi calculada segundo a fórmula: PAm (pressão arterial média) = PD (pressão diastólica) + (OS (pressão sistólica)-PD)/3. Foram encontrados 17 (73,9%) casos de AVE, dos quais 8 foram hemorrágicos (47%), 2, isquêmicos (11,7%) e 7 (41,2%) não tinham descrição do tipo. A média da PAm foi de 135,3 mmHg nos pacientes com AVE (147,1 no hemorrágico e 88,3 no isquêmico; p = 0,036) e de 97,9 mmHg nos sem AVE (p = 0,032). A mediana da %FR nos pacientes com AVE foi de14,3enossemAVEfoide13,9(p=0,878),ada%FCfoi de 1,7 e 0,3 (p = 0,205), respectivamente. As correlações entre %FC e %FR com PAm foram positivas (rS = 0,253 e p = 0,305; r = 0,167 e p = 0,508, respectivamente). Os pacientes com AVE, especialmente o hemorrágico, e os que tiveram maior %FC e %FR apresentaram níveis mais elevados de PAm, PA sistólica e glicemia. Portanto, esses fatores estariam relacionados ao acometimento mais intenso dos órgãos-alvo da HAS. Porém, as análises da %FC e %FR mostram que a ocorrência de AVE não está relacionada à intensidade da lesão nos outros órgãos-alvo.