Resenha: Die Idee des Sozialismus, de Axel Honneth (original) (raw)
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Resenha de Die Idee von sozialismus de A. Honneth
ethic@ - An international Journal for Moral Philosophy
Em 2011, Axel Honneth publicou O direito da liberdade, 2 que pode ser considerado seu opus magnum ao lado de Luta por reconhecimento, de 1993. 3 O livro recebeu várias críticas; em particular, seu autor foi acusado por alguns comentadores de ter renunciado "à perspectiva crítica de uma transformação da ordem social existente", como afirma o próprio Honneth no prefácio do seu novo livro, intitulado significativamente A ideia do socialismo (p. 12). Este tipo de crítica motivou o filósofo alemão a escrever um texto no qual apresentar uma tentativa de "atualização" das ideias fundamentais do socialismo (como já afirma o subtítulo da obra) e de mostrar que a celebração da liberdade contida no livro de 2011 não significa de forma nenhuma uma aceitação do status quo. O resultado é este livro relativamente curto (se comparado a O direito da liberdade, com suas mais de seiscentas páginas), que provavelmente está destinado a suscitar ainda mais críticas e objeções do que o seu predecessor, uma vez que, longe de limitar-se a um diagnóstico do presente e da sociedade capitalista contemporânea, como em 2011, o autor pretende apresentar possíveis estratégias de transformação de tal sociedade-estratégias que, possivelmente, irão desagradar tanto os defensores do capitalismo em sua forma atual, quanto os que propõem um ideal de revolução ou de mudança radical do presente sistema econômico. Embora não seja necessário ter lido os livros anteriores de Honneth, o leitor que possua familiaridade com eles reencontrará no presente livro alguns dos seus temas e conceitos centrais, como a noção de reconhecimento ou a tripartição entre uma esfera das relações íntimas, uma das relações econômicas e uma das relações políticas democráticas. Honneth faz primeiramente uma reconstrução crítica das posições teóricas que adotaram ou receberam o adjetivo de socialistas (de Saint-Simon a Proudhon, de Marx à social-democracia alemã do início do século XX), para, em seguida, apontar as correções que
Axel Honneth e a sua proposta de renovação da ideia de socialismo
2019
Axel Honneth, a partir da ideia original de socialismo, procura responder às críticas à sua teoria da justiça, ao mesmo tempo que expõe uma alternativa exequível à atual ordem social, alternativa que Honneth vislumbra já nos ideais normativos apresentados pelos primeiros socialistas – de Robert Owen ao jovem Karl Marx, passando por Charles Fourier, Henri de Saint-Simon e Pierre-Joseph Proudhon. A sua ambição com este último trabalho, além de defender o seu modelo de teoria da justiça, é dupla: por um lado, resgatar a ideia original do socialismo como uma crítica ao desvio individualista e egoísta da sociedade capitalista através da ênfase na relação entre liberdade e fraternidade; por outro, corrigir o caráter teleológico e economicamente centrado do socialismo, apresentando-o como um experimento democrático da implementação da liberdade social. O objeto desta comunicação é, para além de analisar a tentativa de Honneth de defender a sua teoria da justiça da objeção de não possuir um...
Do trabalho ao Reconhecimento: Axel Honneth entre Marx e Habermas
Cadernos de filosofia Alemã: Crítica e modernidade, 2020
In his first publications, Axel Honneth makes a fruitful confrontation with Marx and Habermas and explains the tasks that would still have to be faced by those who seek to develop a critical social theory today. Taking this confrontation as central to his critical project, I will analyze here some texts written by Honneth in the 1980’s, in which he seeks to resume the concept of work in critical theory and, while trying to expand and to complement it, develops a method of negative reconstruction and approaches the recognition category. My aim is to show that Honneth’s recognition theory can be understood as an intersubjective reformulation of his initial project of developing an immanent critique of capitalism able to encompass the moral dimension of class struggles and to identify a potential for transformation based on social experiences of injustice.
Resenha: "Revolt im bürgerliche Erbe", de Helmut Reinicke - Moishe Postone (2024)
Esse estudo de vultos literários da primeira metade do século XIX t ira sua inspiração metodológica do modos de Marx interrelacionar formas econômicas e formas de consciência em sua crítica da economia política. Reinicke aborda a problemática da relação entre as possibilidades de conhecimento social no meio artístico e a especificidade das formas sociais, ao investigar o conteúdo e as estratégias literárias nas obras de Lichtenberg, Jean Paul e Heine enquanto revolta contra a crescente mercantilização das pessoas e da natureza. O período compreendido entre 1800 e 1850 caracterizou-se pela difusão da mercantilização, que ocorreu em uma forma de produção na qual a subsunção do trabalho era ainda "formal" e não "real". Marx chama a subsunção do trabalho ao capital de "formal" quando pequenos artesãos e outros trabalhadores "livres" são organizados sob o controle do capitalista ou de capitalistas sem que as técnicas de produção se alterem radicalmente, tal como na manufatura, enquanto que por subsunção "real" do trabalho ao capital Marx entende a organização industrial da produção acerca da maquinaria. A subsunção "formal" do trabalho ao capital no período de investigação pode ser considerado inadequado ao conceito de capital porque não logra dar consequência à lógica de produção de mais-valia. Que a forma-mercadoria floresça nesse período enquanto a forma-capital está ainda brotando é importante para o argumento desta resenha porque a forma-mercadoria, ao contrário da forma-capital, não
Axel Honneth e O Renascimento Da Teoria Crítica
Revista Ideação, 2018
A obra de Axel Honneth está entre as mais exigentes da filosofia social contemporânea. Nela, ele busca vincular a filosofia com as ciências empíricas para elaborar uma teoria crítica do reconhecimento. Este artigo oferece uma introdução crítica ao pensamento do autor alemão com todos seus problemas e questões não resolvidos. Apresenta as diferentes etapas de Honneth, desde sua crítica à Escola de Frankfurt, passando pelo desenvolvimento de sua Teoria do Reconhecimento, até a dedicação, na atualidade, a instituições sociais nas quais acredita ter encontrado um ponto de referência de institucionalização do reconhecimento. Mostra-se como Honneth tenta reatualizar a ideia da crítica e da “transcendência intramundana”, ou “crítica imanente”, e superar o déficitsociológico das primeiras duas gerações da Escola de Frankfurt. Não obstante, também se enuncia uma série de problemas vinculados tanto com a imanência quanto com a transcendência da crítica e com a aplicabilidade de sua teoria à i...
Revista Brasileira de Desenvolvimento Regional
Resenha do livro "Economia do Desejo: a farsa da tese neoliberal", de Eduardo Moreira (2020). O livro faz uma critica ao modelo econômico neoliberal e suas principais teses, através de uma linguagem simples e contemporânea. A obra contrapõe uma economia estruturada na acumulação e na realização de desejos, propondo uma economia baseada nas necessidades humanas e dos territórios.