A SUBUMANIZAÇÃO EM " QUARTO DE DESPEJO " (original) (raw)
De origem humilde, Carolina Maria de Jesus nasceu em Sacramento (MG), em uma família de negros analfabetos. Há registros de que ela teria sido filha ilegítima de um homem casado, vindo a ser tratada como "o patinho feio" durante a infância.Aos 23 anos de idade, sem perspectivas, foi residir na capital paulista, de onde alçou voo para se tornar escritora conhecida, de forma inimaginada. Instalada em São Paulo (SP), conseguiu emprego como empregada doméstica na casa do médico Euryclides de Jesus Zerbini. Apesar de ter frequentado escola regular por apenas por dois anos, Carolina despertou paixão pela arte de ler e de escrever. Um ano após de ter chegado em solo paulista, Maria de Jesus engravidou de seu primogênito, João José. Na sequência, teria tido mais dois filhos: José Carlos, em 1949; e Vera Eunice, em 1953. Ainda durante a primeira gravidez, ficou desempregada. Na ocasião, foi morar na favela, na rua A, barraco nº 9, na então favela do Canindé, na mesma São Paulo. Passou a sobreviver da cata e da venda de papel. Dos restos de cadernos e de folhas de papéis que encontrava nos lixos, utilizava-os como seus diários, o que viria a resultar em "Quarto de despejo". A propósito, o livro não teria se tornado livro e Carolina não teria ganho a notoriedade que ganhou se seu caminho não tivesse cruzado com o do jornalista Audálio Dantas, do extinto jornal "Folha da Noite".