Música Popular como mensagem (original) (raw)

Música Popular como Soft Power Cultural

OBETS. Revista de Ciencias Sociales , 2023

A globalização intensificou o contacto entre os principais grupos culturais definidos por Toynbee e Huntington. Esta pesquisa mede as assimetrias geradas pelo "soft power" cultural através do consumo de música popular. Um soft power capaz de promover estilos de vida ou socializar em diferentes hierarquias de valores. A metodologia utilizada foi a análise de conteúdo e seu posterior tratamento estatístico multivariado. Usando a plataforma Spotify, 177011 músicas são analisadas, controlando por idioma, presença nas paradas, bem como a relação entre oferta e demanda, medida pelo número de reproduções. A língua inglesa é hegemónica na maioria das sociedades da cultura ocidental, identificando agrupamentos linguísticos europeus de natureza histórica. A América Latina apresenta uma significativa diferenciação cultural atenuada de acordo com sua proximidade com os Estados Unidos da América, finalmente debatendo como os estilos musicais são o suporte formalizado da difusão cultural e do soft power.

Dinheiro e música popular

2016

A primeira metade do século XX foi um período marcado por uma intensa construção de identidades nacionais no Brasil e nos Estados Unidos. A música popular desses dois países, especialmente o samba e os blues, reflete esses processos. Um dos temas centrais nas canções da época é o dinheiro e o modo como ele permeia o cotidiano.The first half of the XX century was a period characterized by an intense construction of national identities in Brazil and the United States. Popular music of both countries, specially samba and blues, reflects those processes. One of the central themes in the songs of that period is money and the way it permeates daily life

O rádio e a música popular

A proposta deste artigo é discutir o papel que o rádio desempenha no consumo da música popular, com base na participação do meio entre os indicadores de popularidade, conforme propõe Shuker. O artigo recupera, por meio de fontes bibliográficas, a história, natureza e características do rádio e as relacionam com a cadeia produtiva da música. Considera ainda mudanças ocasionadas pelo desenvolvimento tecnológico nos modos de consumo de música e suas implicações sobre a prática de se ouvir música por meio do rádio.

Música popular, cidade e patrimônio

Você é o que passa e deixa seu rastro o lugar imantado do fato de que nele você tenha estado Ana Martins Marques Profundas transformações sociais e culturais na segunda metade do século XX afetaram as formas de pensar, preservar e difundir o patrimônio, provocando o alargamento dessa noção e a redefinição de seu sentido social. A música popular, fenômeno cultural profundamente associado às transformações sociais e hibridações culturais que configuraram as cidades no contexto da modernidade, foi também objeto desse alargamento, deixando de ser percebida apenas como produto da liquefação operada no mercado, expressão impura e indigna de reconhecimento como arte ou tradição. Do mesmo modo que foi do fundo de quintal para o Municipal, foi das espeluncas aos museus. Venho conduzindo uma investigação 1 sobre o Museu Clube da Esquina (MCE) 2 , museu digital dedicado a preservar e divulgar a produção artística e as memórias associadas aos músicos a que seu nome remete. Sua sede física será instalada num antigo prédio integrado ao Circuito Cultural Praça da Liberdade, em Belo Horizonte 3 . O museu também articula simbolicamente num "roteiro", através de placas e textos 4 , certos espaços da cidade, como o Edifício Maletta, o Edifício Levy e a própria esquina freqüentada pelos membros no bairro Santa. Teresa. Processo parecido ocorre na cidade natal dos Beatles, Liverpool, em pontos 2 como Penny Lane, Strawberry Field ou o bar Cavern Club. Uma análise comparativa apresentou-se como possibilidade valiosa para a pesquisa. Considerando que esses lugares constituem patrimônio urbano e são apropriados de diversas maneiras, proponho aqui investigá-los através de relatos de citadinos ou turistas, procurando compreender como participam da construção simbólica dos lugares e de que modo interagem com a narrativa oficial. Tomo como premissa que "Cada ato de reconhecimento altera as sobrevivências do passado (...) A interação com um patrimônio continuamente altera sua natureza e contexto, seja por escolha ou por acaso" (LOWENTHAL, 1985, p.263). Como nota este autor, essas mudanças podem ser perturbadoras. Se há necessidade de perceber o passado como "estável" para legitimar uma tradição e confirmar identidades, como lidar com um passado que é fluido e alterável? Reconhecer que se formam narrativas diversas sobre os lugares tem, portanto, implicações diretas sobre a política de patrimônio, uma vez que esta precisa dar conta disso ao invés de varrer as dissonâncias para debaixo do tapete. Não se pode esquecer que os museus, as práticas e as políticas de patrimônio são afetados por fluxos que conformam o espaço e o tempo, como a conversão da cultura em mercadoria, a espetacularização da memória e as requalificações urbanas. Nestas confluências pretendo refletir sobre as relações entre canção popular, cidade e patrimônio

Música Popular Massiva e Comunicação: um universo particular”

Revista Eletrônica Interin

A partir de exemplos verificados na produção musical relacionada à cultura midiática contemporânea, o artigo propõe uma abordagem da música popular massiva como um campo, no qual se verificam tensões permanentes entre processos criativos e lógicas comerciais. Discute as diferentes formas de atribuição de valor aos cantores, bandas, DJs, compositores, produtores, críticos e jornalistas, discorrendo sobre o capital simbólico acumulado por esses atores. Aborda quais parâmetros possibilitam aos integrantes da comunidade musical associar determinadas expressões às idéias de autenticidade, autonomia e criatividade, bem como as contradições verificadas quando essas idéias são confrontadas com as especificidades de gêneros e subgêneros da música popular massiva. 3 Palavras-chave música popular massiva-cultura midiática-gêneros musicais-campo artísticoautenticidade Corpo do trabalho Existe uma grande confusão quando se usa a expressão música popular massiva na cultura contemporânea. Esse termo guarda-chuva parece abarcar as mais diferentes formas de expressões musicais, desde as especificidades da música eletrônica e do rock até manifestações de consumo em massa, como a música axé e a sertaneja. Fala-se indistintamente de música não-massiva, música pop, música indie, música de raiz, música autêntica, música mainstream e música underground 4. Não é incomum ouvir, nos estúdios, garagens e bares, fãs negarem o aspecto serial de suas paixões musicais, 1 Trabalho apresentado no VII Encontro dos Núcleos de Pesquisa em Comunicação-NP Comunicação e Culturas Urbanas. 2 Bolsista Produtividade CNPq. Este artigo é fruto do trabalho de pesquisa desenvolvido no Laboratório de Análise da produção e do Consumo da Canção e dos Gêneros Musicais montados com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia e CNPq. 3 Grande parte das idéias aqui apresentadas se deve ao diálogo crítico estabelecido com a professora Maria Carmem Jacob (UFBA) e Simone Pereira de Sá (UFF). Agradeço também as sugestões da pesquisadora Tatiana Lima. 4 Para uma dis cussão sobre as noções de mainstream e underground ver CARDOSO FILHO, Jorge;

Música popular em um Conservatório de Música

Revista da ABEM, 2001

Resumo: 0 presente texto concentra-se na exposi9ao de dados e reflexoes finais de uma pesquisa, especificamente no tocante a presen9a da Musica Popular em um

Considerações sobre a música popular no ensino superior

Resumo. Este artigo discute o ensino da música popular em nível superior no Brasil, sua recente instituição e a necessidade de implementação de uma bibliografia básica para a formação do instrumentista popular, tendo em vista diversos fatores que influenciam sobremaneira a formação do estudante de performance, como, por exemplo, o material pedagógico e a grade curricular dos cursos de nível superior, que são submetidos ao Ministério da Educação e Cultura. Enquanto que na música clássica há um programa de ensino com uma bibliografia básica, ainda que seja com presença marcante de compositores europeus, em detrimento dos brasileiros, no âmbito do ensino da música popular, com raríssimas exceções, não há, até agora, um programa de curso que lhe sirva de base, um sistema que englobe uma escolha de repertório, ou pelo menos que tenha alguns métodos que possam ser considerados obrigatórios, uma vez que a confecção de material pedagógico, em franca produção, ainda sendo elaborada, dado o período relativamente curto que a música popular faz parte dos programas de ensino em geral. Espera-se que o cruzamento entre o erudito e o popular no ensino musical colabore para o melhoramento da cultura brasileira, reconhecendo o real contexto da música popular dentro da cultura brasileira.