O sitio dos Lagares Um espaco pluricultu(r)al (original) (raw)
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O sítio dos lagares (Lisboa): um espaço pluricultu(r)al
2017
During a rehabilitation project involving archaeological excavations at Rua dos Lagares, ner. 74, in Lisbon, several archaeological contexts were identified, dated from the period between the15th and the18th century (Medieval/Modern times transition). Two main phases of this space as a necropolis were identified: an Islamic (post late 15th century) and a Jewish one (vandalized in 1497). Both were sealed by deposits of discarded pottery belonging to units of mass pottery prodution located at the neighbouring Largo das Olarias. The study of the ceramic collection made it possible to attribute an “ante quem/post quem” date to the realities intervened, which represent an excepcional collection for the presented timeline.
ABSTRACT: Many writers think their native land may be a language, a memory, an individual or general history, the body, the suffering one deeply feels, the removal of the past, and the emptiness resulting form this process. What kind of relationship do migrant poets and writers establish with the language and place in which they live? This essay is a reflection on these matters, based on a brief analysis of the experiences of three foreign authors who have chosen the Italian language as their literary language.
Os lugares da espreita Stalker paper inédito
Ensaio inédito
O texto analisa o filme 'Stalker' de Andrei Tarkovsky, explorando como o diretor subverte as convenções da ficção científica através do personagem-título, uma espécie de guia místico para uma experiência transcendental na era científica. Examina o papel do ritual e da devoção em contraste com a filosofia nietzschiana, ao mesmo tempo que analisa os recursos cinematográficos que Tarkovsky emprega para tornar o espectador partícipe da narrativa. A construção metafílmica revela uma reflexão sobre a essência da criação artística, onde conteúdos são continuamente rearranjados no caleidoscópio de uma objetiva que nunca se deixa esquecer.
O Lugar: duas acepções geográficas
Anuário do Instituto de Geociências, 1998
O conceito de lugar tem sido alvo das diversas interpretações ao longo do tempo e entre os mais variados campos do conhecimento. Uma das mais antigas definições de lugar foi apresentada por Aristóteles na sua obra intitulada Física. Para ele o lugar seria o limite que circunda o corpo. Alguns séculos adiante, Descartes através de sua obra Princípios Filosóficos busca um aprimoramento do conceito introduzido por Aristóteles afirmando que além de delimitar o corpo, o lugar deveria ser também definido em relação a posição de outros corpos (Ribeiro, 1996). Na Geografia particularmente, a expressão lugar constitui-se em um dos seus conceitos-chave. Apesar das amplas reflexões já realizadas a cerca do seu significado, é possível afirmar que este é o conceito menos desenvolvido neste campo do saber. Porém é possível identificar duas acepções principais, sendo estas consideradas em dois de seus eixos epistemológicos: o da Geografia Humanística e o da Dialética Marxista. Embora ambas as correntes possuam fundamentações filosóficas diferenciadas, têm em comum o fato de terem surgido como reações ao positivismo então vigente o qual permite a descrição da natureza a partir de leis e teorias assim como a dissociação Homem-meio.
2005
O desejo de retorno à “natureza” e o interesse por lugares não tocados pela “civilizacão”, explicam a formação de um fascínio nostálgico pela paisagem, constituindo-se esta já não como uma imagem do mundo, mas como imagem da relação quebrada com o mundo. A paisagem não é por isso o mundo – o território – mas o seu espetáculo – o deslumbramento. E esse deslumbramento do mundo decorre da percepção simultânea do mundo rasgado pela visão – o trecho paisagístico – e do “rasgo” que uma dada visão do mundo – a cultura – opera e instaura. Daí a percepção da paisagem ser uma percepção deslumbrada. Uma percepção que se for-ma a partir do “espaço intermédio” de um miradouro: um lugar que se define como um “meta-lugar”, visto o mesmo constituir-se como varanda para lá de si mesmo, já que o que o miradouro visa não é o que nele está, mas o que a partir dele se oferece. O miradouro é, por isso, um lugar “intermédio”. Um lugar “suspenso” no mundo. Uma varanda “suspensa” sobre a realidade, e aberta àquilo que nela a transcende. O teleférico é, então, esse miradouro suspenso: um mecanismo que se suspende sobre o mundo, e que nos possibilita uma viagem suspensa entre dois lugares: a cidade que se constitui como lugar paradigmático da sublimidade da cultura, e a montanha que se constitui como lugar paradigmático da sublimidade da natureza. O esclarecimento destas questões pressupõe, então, a formulação de uma teoria dos lugares. Numa primeira fase, a nossa comunicação visará a explanação da teoria dos lugares e a da teoria dos não-lugares, tal como ambas foram enunciadas e entendidas por Christian Norberg-Schulz e Marc Augé, a fim de evidenciar os aspectos que se afiguram relevantes para a definição do “Génio dos Lugares” – Genius Loci – apresentando-se a percepção deste como condição necessária para a compreensão do carácter do lugar, assim como para a definição de propostas de intervenção artística que tenham como horizonte um determinado lugar. Numa segunda fase, a mesma visará analisar e problematizar práticas artísticas que elegem o lugar como foco aglutinador de projectos de intervenção que radicalizam, senão transcendem já, o mero entendimento objectual, inerente à condição site-specific. Referir-nos-emos, então, a projectos artísticos colectivos como o projecto Arte y Naturaleza, desenvolvido a partir de 1991, pelo Departamento de Cultura da Municipalidade de Huesca, com o objectivo de promover acções destinadas a estudar e potenciar as relações existentes entre a arte e a natureza, tendo como cenário territorial a província de Huesca, que se encontra integrada na Comunidade Autónoma de Aragão, Espanha. Mas abordaremos, também, práticas individuais e interdisciplinares, cujo trabalho, de forma autónoma, problematiza noções como funcionalidade e simbolização. E analisaremos, por fim, alguns casos notáveis de intervenção no espaço público em Portugal, como o caso da intervenção/reabilitação do Caminho da Fonte, em Belver, entre outros.
A "última morada" de Leça do Balio: história e património
QUEIROZ, Francisco - A "última morada" de Leça do Balio: história e património. Comunicação apresentada nas "III Jornadas de História e Património Local – Mosteiro de Leça do Balio: 1000 anos de história" (Leça do Balio, 17 e 18 de Outubro de 2003). In "Matesinus", n.º 5, Matosinhos, 2004, p. 146-155.URL: http://www.franciscoqueiroz.com/A\_ultima\_morada\_de\_Leca\_do\_Balio.pdf
XIV Colóquio Ibérico de Geografia, 2014
Espaço e lugar são categorias de análise antagônicas e ao mesmo tempo complementares que indicam experiências comuns. A experiência, constituída de sentimento e pensamento, torna-se um termo que abrange as diferentes maneiras através das quais uma pessoa conhece e constrói a realidade, variando desde os sentidos mais diretos e passivos como o olfato, paladar e tato, até a percepção visual ativa e a maneira indireta de simbolização. Este texto tem o objetivo de analisar a cidade de Lisboa como lugar do fado, símbolo musical da cultura portuguesa, a partir dos conceitos de lugar e espaço propostos pelo geógrafo Yi-Fu Tuan (1983), que caracteriza o primeiro como fechado, íntimo, seguro ou humanizado e o segundo como amplo, temido, liberto ou rejeitado.