Transexualidades - psicanálise e mitologia grega Transexualities - psychoanalysis and Greek mythology (original) (raw)
Related papers
Transexualidades: psicanálise e mitologia grega
2017
Anchyses Jobim Lopes Transexualidades-psicanálise e mitologia grega Transexualities-psychoanalysis and Greek mythology Anchyses Jobim Lopes Resumo A transexualidade como desafio à psicanálise por reduzi-la em terapia de ego e por aparentemente estar além do modelo edípico. Conceituação e diferenças entre: identidade de gênero, expressão de gênero, escolha objetal e investimento genital. Descrição e análise de mitos e divindades gregas: Tirésias, Cenis ou Ceneu, Ífis Hermafrodito e Afrodito. A construção da identidade de gênero, expressão de gênero, escolha objetal e investimento genital de acordo com vários autores, principalmente Robert Stoller e Jacques André.
Da 'transexualidade' às transidentidades: psicanálise e gêneros plurais
Contemporary Western transexuality is an artifact of medical and legal power. Psychoanalysis is, by definition, distinct from these fields, and does not proceed from any psychiatric knowledge. However, in the name of psychoanalysis, many authors try and find in Freud grounds to classify a transsexual pathology. Thus forgetting its own historicity, essencializing and pathologizing transexuality, psychoanalysis ends up being anti-psychoanalytical. The author aims to point out the psychiatric origin of various psychoanalytical theories of transsexuality, and present some of their development, in order to conceive of a post-transsexuality psychoanalysis. A transexualidade, na sua forma ocidental contemporânea, é uma categoria oriunda do encontro entre os poderes médico e jurídico. Destes dois discursos, a perspectiva psicanalítica se separa por definição: a sua vocação não é retomar o saber psiquiátrico. Todavia, numerosos discursos em nome da psicanálise tentam ver, em Freud já, os fundamentos da classificação de uma patologia transexual. Este esquecimento da sua historicidade e a essencialização patologizadora da categoria transexualidade torna a psicanálise anti-psicanalítica. O autor tenta situar a filiação psiquiátrica de várias teorias psicanalíticas da transexualidade, expor elementos de algumas delas, para ver se e como seria possível pensar uma psicanálise da pós-transexualidade.
Transexualismo e psicanálise: considerações para além da gramática fálica normativa
A Peste Revista De Psicanalise E Sociedade E Filosofia, 2010
Mestre em Psicologia Clínica pelo IPUSP (2010), especialista pelo curso "Teorias, técnicas e estratégias especiais em psicanálise" (2002) pelo IPUSP, graduação em Psicologia pela USP. Participante de atividades da EPFCL-SP desde 2004. Realizou atendimentos psicológicos na USP vinculados ao laboratório SUCOR (Sujeito e Corpo) do IPUSP, de 2000 a 2010. Atuou como psicólogo clínico da instituição ATEAL de Resumo: Este trabalho propõe uma investigação teórica acerca do transexualismo, buscando instrumentos da teoria psicanalítica que possam abrir novas possibilidades de compreensão do fenômeno para além do campo da patologia. Inicialmente, expõe sua defi nição clássica e a distinção diagnóstica de quadros clínicos próximos. Trata do desenvolvimento da identidade sexual segundo Freud e segundo Stoller, que importou para a psicanálise a noção de gênero. Discorre sobre a clínica que relega o transexualismo ao campo da patologia sustentada pelas teorias de Stoller e de alguns psicanalistas lacanianos. Aborda a teoria de gênero de Butler e as questões que endereça à psicanálise de cunho estrutural, que ratifi caria a visão patologizante dos gêneros ininteligíveis prevalecente na cultura heteronormativa da modernidade. Como forma de se contrapor à clínica lacaniana que restringe o transexualismo à psicose, este artigo trabalha as noções psicanalíticas de estádio do espelho, Verleugnung e semblante. Finalmente, contempla o registro do real, privilegiado nos últimos momentos da obra lacaniana, e o papel determinante do objeto a na sexualidade humana. Com a noção de sinthoma, o caráter patologizante da clínica psicanalítica é esvaziado: a direção é a singularidade de cada sujeito. Consequentemente, a psicanálise lacaniana se desvencilha da heteronormatividade, abrindo lugar para a legitimação de novas manifestações da sexualidade. Palavras-chave: transexualismo; psicanálise; gênero; real. Abstract: Th is article propounds a theoretical investigation into transsexuality by seeking instruments from the psychoanalytic theory to open up new possibilities of understanding the phenomenon beyond the fi eld of pathology. At fi rst, this article states the classic defi nition of transsexuality and the diagnostic distinction of approximate clinical RAFAEL KALAF COSSI 200 A peste, São Paulo, v. 2, n. 1, p. 199-223, jan./jun. 2010
Transexualidade, psicose e feminilidade originária: entre psicanálise e teoria feminista
Psicologia USP
Resumo O presente estudo procura analisar as teorizações sobre a transexualidade, com o objetivo de problematizar sua inclusão no campo das psicoses. Várias concepções sobre a transexualidade, que se estendem desde o DSM até as teorizações recentes de psicanalistas da vertente lacaniana, são analisadas de maneira crítica através de um diálogo com autoras da teoria feminista. A hipótese defendida é a de que o destino dado à feminilidade originária é diferente na transexualidade e em alguns casos de psicose, conduzindo assim à conclusão de que a transexualidade não pode ser classificada a priori como uma patologia.
Olhares psicanalíticos sobre a transexualidade
2017
O presente trabalho busca discutir a transexualidade e os enfoques psicanalíticos sobre este fenômeno. Primeiramente levantam-se algumas questões gerais referentes ao fenômeno da transexualidade na sociedade. Em seguida, expõem-se as elaborações realizadas por diversos psicanalistas sobre o assunto e por fim levantam-se algumas considerações e reflexões sobre o assunto abordado. Um ponto que ressalta dos discursos sobre a transexualidade é a falta de consenso sobre o tema. A história deste fenômeno é marcada pelo discurso médico e a possibilidade de realização da cirurgia de transgenitalização. A partir deste enfoque, a transexualidade é vista como uma patologia. Por outro lado, diversas pessoas e movimentos sociais expõem o sofrimento, a violência e a exclusão que pessoas trans enfrentam. Na psicanálise também há discordâncias entre os teóricos. Separamos os autores em três linhas de pensamento. A primeira surge com as formulações de Robert Stoller, o primeiro autor psicanalista a ...
Transexualismo, psicanálise e gênero:do patológico ao singular
2000
, que me introduziu à leitura de Lacan e me acompanha há anos, marcando definitivamente a minha clínica, pela confiança depositada em mim quanto o percurso que decidi trilhar neste trabalho, pelo exemplo de determinação e força de vida. Ao Prof. Dr. Avelino Rodrigues, cujas considerações em exame de qualificação foram decisivas para o re-direcionamento desta pesquisa. Ao Prof. Dr. Christian Dunker, pela leitura cuidadosa, sugestões preciosas e criativas em exame de qualificação, pelas indicações bibliográfica fundamentais, pela oportunidade concedida de acompanhar sua transmissão estimulante, rica e profunda da psicanálise. Ao Prof. Dr. Fernando Megale, por gentilmente ter aceitado o convite de fazer parte da banca examinadora de defesa desta dissertação. Ao Prof. Dr. Jalma Jurado e à Shirley Acioly Monteiro de Lima, por terem me recebido tão bem, pelas contribuições decorrentes das exposições de seus valiosos trabalhos. À minha mãe Rosana, aos meus avós Victor, Aracy, Herval e Nêmesis, aos meus tios Eduardo e Laura, à minha cunhada Camila, à Cibele e aos meus queridos e companheiros irmãos Renato e Paula, pelo respeito às minhas escolhas, valorização do meu trabalho, e pela paciência. Ao meu pai Márcio, pelos constantes apoio profissional e incentivo a desenvolver uma carreira acadêmica, pelo modelo de honestidade, autenticidade e coragem. À Sílmia Sobreira, por me manter no caminho. À Universidade de São Paulo, pelo espaço oferecido à minha busca de conhecimento. Aos funcionários da secretaria do departamento de psicologia clínica, da secretaria de pós-graduação do IPUSP e da biblioteca Dante Moreira Leite, por sempre estarem prontos a me atender. À Maria Laura, meu braço direito, que acompanhou passo a passo a elaboração desta dissertação, por ter me concedido o privilégio de tê-la como interlocutora, pela enorme disponibilidade, olhar detalhista e ajuda inestimável, pelas pontuações inteligentes e correções bemhumoradas, por ter tornado este terreno bem menos árido, pela doçura com que me acolheu e tranqüilizou quando mais precisei e, sobretudo, pelo carinho.
Transes, crises e diagnósticos: religião e espiritualidade em debates recentes dos saberes "psi"
Universidade Estadual de Campinas, 2021
Esta dissertação tem como objeto debates recentes realizados por psiquiatras e psicólogos em torno do tema da religião e da espiritualidade. O foco empírico é a criação, em 1994, de duas categorias diagnósticas no principal guia de diagnósticos psiquiátricos nos Estados Unidos, o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM): “problema religioso ou espiritual” e “transtorno de transe dissociativo”. A análise desenvolvida se centra sobre os modos como os propositores desses dois diagnósticos articulam uma série de categorias psicológicas e antropológicas para conceitualizar as experiências religiosas e espirituais como fenômenos normais ou como psicopatologias, situando suas produções na psicologia transpessoal e nos estudos sobre dissociação psicológica. A partir da leitura de artigos científicos, obras acadêmicas e entrevistas, busca-se compreender como são produzidos novos e distintos entendimentos psicológicos sobre fenômenos como o transe religioso, a possessão espiritual e a experiência transcendental.
A psicanálise e o perigo trans (ou: por que psicanalistas têm medo de travestis?)
Periódicus, 2016
Neste artigo, pretendemos demonstrar a necessidade de recolocar o debate sobre as experiências transgênero no campo psicanalítico a partir do impacto que tais experiências e suas formas de enunciação e justificação produzem sobre o pensamento psicanalítico e a clínica que nele se apoia e não mais com base na discussão psicopatológica ou etiológica. Com esse objetivo procuramos indicar inicialmente os principais eixos problemáticos e desafios colocados à teoria psicanalítica por novas formas de experiência sexual e de gênero, partindo de uma breve contextualização histórica do embate entre psicanalistas, sobretudo de orientação lacaniana, e teóricos queer, e destacando os principais aspectos de tal embate, com ênfase na aproximação efetuada por autores do campo psicanalítico entre teoria queer e perversão. Acreditamos que tal percurso nos conduz para além do problema psicopatológico, ponto no qual a maioria dos debates travados parece se encerrar, colocando em pauta a discussão sobre os elementos centrais da compreensão psicanalítica do humano e sua retomada numa perspectiva crítica não apenas de caráter epistemológico, mas também ético. Ao fim, esperamos contribuir para a compreensão do modo como a psicanálise parece muitas vezes se colocar numa posição defensiva – e, para muitos, conservadora – nos debates contemporâneos em torno do sexo. Abstract: In this paper, we intend to demonstrate the need to relocate the psychoanalytical debate on transgender experiences considering the impact which those experiments and their forms of articulation and justification produce on psychoanalytic thinking and the clinical activity supported by such thinking, and no longer based on the psychopathological or etiological discussion. To this end, we seek to initially indicate the main problematic axes and challenges facing psychoanalytic theory by new forms to experience sexuality and gender, from a brief historical background of the clash between psychoanalysts, particularly those of Lacanian orientation, and queer theorists, and highlighting key aspects of such a clash, emphasizing the approach made by the authors of the psychoanalytic field between queer theory and perversion. We believe that this pathway leads us beyond the psychopathological problem, point at which most debates seem to stop, putting on the agenda the discussion of the core elements of psychoanalytic understanding of the human from a critical perspective, not only from an epistemological perspective, but also from an ethical one. In the end, we hope to contribute to the understanding of how psychoanalysis seems often to place itself on a defensive – and for many, a conservative – position in contemporary debates around sex. Resumén: En este artículo, pretendemos demostrar la necesidad de replantear el debate sobre las experiencias transgéneras en el campo psicoanalítico, a partir del impacto que tales experiencias y sus formas de enunciación y justificación producen sobre el pensamiento psicoanalítico y la clínica que en él se apoya, mas no en la discusión psicopatológica o etiológica. Con ese objectivo, procuramos señalar inicialmente los principales ejes problemáticos y desafíos puestos a la teoría psicoanalítica por las nuevas forma s de experiencia sexual y de género, a partir de una breve contextualización histórica del embate entre psicoanalistas, sobre todo de orientación lacaniana, y teóricos queer. Se destacarán los principales aspectos de tal embate, con énfasis en el acercamiento perpetrado por autores del campo psicoanalítico entre teoría queer y perversión. Acreditamos que tal recorrido nos lleva más allá del problema psicopatológico, punto en el cual la mayoría de los debates entablados parece encerrarse, proponiendo como tema la discusión sobre los elementos centrales de la comprensión psicoanalítica del humano y su retomada en una perspectiva crítica no solo de carácter