A cultura de violência no cárcere: um estudo criminológico da relação entre o Agente Penitenciário e o Prisioneiro (original) (raw)
Sumário: Introdução; 1.Imperfeições do universo da prisão e a formação técnica do pessoal penitenciário; 2. O Agente Penitenciário: homem de primeira linha de contato com o preso. Estereótipos, crenças e mitos; 3. Tensão, hostilidade e violência como tônica do ambiente carcerário e a formação da cultura " antidetento " ; 4.A postura do Estado frente ao problema do cárcere; Conclusão. Referências bibliográficas. Resumo: O texto aborda a relação que se estabelece entre o agente de segurança penitenciária e o recluso, analisando o desenvolvimento de uma cultura antidetento que nasce desta convivência. Milhares de homens e mulheres encontram-se encarcerados no sistema penitenciário brasileiro, sendo necessário estabelecer uma abordagem da atividade daqueles que atuam diretamente em contato com os prisioneiros, buscando perquirir quais são os problemas e as necessidades dos servidores penitenciários e quais os compromissos éticos e políticos do Estado frente à questão carcerária. O medo, a tensão e a violência compreendem a tônica do ambiente das prisões, causando uma sensação de justiciamento por parte dos agentes penitenciários que imaginam que as leis penais são extremamente brandas. Por outro lado, os prisioneiros passam a nutrir um sentimento de ódio com relação aos funcionários da prisão. A formação profissional e a constante reciclagem através de cursos de aperfeiçoamento e de capacitação apresentam-se como fatores de extrema relevância para a sobredita especialização do pessoal penitenciário. O agente de segurança, assim capacitado, seria uma peça chave no cumprimento da finalidade de ressocialização da pena. Abstract : The text discusses the relationship that is established between the prison security officer and the inmate, analyzing the development of a culture antidetento born this coexistence. Thousands of men and women are incarcerated in the Brazilian prison system, it is necessary to establish an approach to the activity of those who work directly in contact with the prisoners, seeking to assert what the problems and needs of prison staff and what the ethical and political commitments the State and the prison issue. Fear, tension and violence include environmental tonic prison, causing a feeling of justiciamento by the correctional officers who imagine that criminal laws are extremely lenient. On the other hand, the