A Mente, a Religião e a Ciência (original) (raw)

A Divida da Ciência com a Religião

Revista Adventista, 2017

V ivemos num mundo estruturado sobre a tecnologia e que, por isso, é incrivelmente dependente dela. Graças ao avanço científico, somos capazes de enviar robôs a outros planetas, carregar computadores na palma da mão ou amarrados ao pulso e até modificar o código genético de espécies. No entanto, a ciência nem sempre teve essa precisão e status. Os "cientistas" da Idade Média trabalharam em condições bem precárias, comparadas às atuais. E essa diferença não se explica somente pelo abismo tecnológico e de conhecimento que separa os dois períodos, mas também pelo modo com o qual as pessoas interpretavam os fenômenos naturais. Alguns estudiosos defendem a ideia de que existe uma relação íntima entre a forma com que a Bíblia (o livro da revelação especial de Deus) era interpretada e como a natureza (o livro da revelação natural de Deus) era estudada. Este artigo pretende mostrar como o método de interpretar o texto sagrado redescoberto pelos protestantes teve impacto no modo de fazer ciência.

Ciência, Religião e Filosofia

Cadernos de Linguagem e Sociedade, 2018

Neste trabalho, adotando a perspectiva da Análise do Discurso de linha francesa, com ênfase nas reflexões de Maingueneau sobre a noção de discurso constituinte, tratamos de algumas particularidades da constituição do discurso espírita kardecista. Mais exatamente, tratamos de demonstrar que, constituindo-se a partir de outros discursos constituintes (o discurso religioso, do científico e do filosófico), o discurso espírita kardecista assume uma posição paratópica para se legitimar, simulando superar os limites desses discursos a partir dos quais se constitui, o que o legitima de um modo especial e lhe reveste de autoridade. Além disso, analisamos a figura do “médium espírita”, considerando-a como um caso de paratopia de identidade, o que também reforça a condição paratópica do discurso espírita kardecista na qualidade de discurso constituinte.

Ciência, Religião e Cultura

Trago alguns elementos de minha trajetória acadêmica recente para compreender as relações entre o saber científico e o fenômeno da religião em uma cultura. 1 Apesar de ser um ser com múltiplas inserções no mundo, falarei sobre esses temas a partir de meu lugar de cientista social no programa de mestrado e doutorado da UFRRJ. O programa CPDA tem uma abordagem interdisciplinar de Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade. Estarei inspirado por duas ordens de questões, a busca do entendimento das sociedades contemporâneas e, em especial, das relações entre natureza, ciência e saberes, núcleos temáticos das disciplinas que ministro e ministrei naquele programa. 2 Desenvolvo esta problematização analítica em três dimensões argumentativas:

Ciência” e “Religião”: construindo os limites

2007

Os conceitos "ciência e "religião" são, ambos, produtos da modernidade. "Religião" recebeu seu sentido presente no século XVII; "ciência", durante o século XIX. Um entendimento dos processos históricos e sociais que levaram à formação das categorias duais de "ciência" e religião" é vital para qualquer avaliação de suas relações contemporâneas. Em cada caso, a formação da categoria surgiu através de um processo de reificação, que mudou o foco da atenção para fora do âmbito das atividades humanas relevantes, em direção a corpos abstratos de conhecimento ou conjuntos de proposições. Isso levou a um entendimento distorcido dos fenômenos que tais termos procuravam representar, uma distorção que é aumentada em discussões de suas supostas relações. A natureza construída da relação ciência-religião sugere uma revisão de algumas abordagens-padrão do tema da ciência e religião.

Ciência Da Religião

REVER: Revista de Estudos da Religião

Versão portuguesa dos dois primeiros capítulos da obra clássica La science des religions (Paris: Maisonneuve et Cº, 1876)

Tecnologia e Religião

A tecnologia digital, o advento de aparatos eletrônicos governados por programas matemáticos nas sociedades industriais fez esquecer dimensões que outrora eram centrais na vida de um indivíduo, como a religião. Durante um longo período da sociedade as práticas religiosas eram ordenadoras das proteções e mobilidades do indivíduo em sua relação com os deuses, os objetos sagrados, o sentido da morte. As sociedades teocráticas europeias se industrializaram e se secularizaram e a religião de um indivíduo passou a ser uma identidade menos importante que sua cidadania. Isso significa que rituais, símbolos, textos, hábitos, o movo de viver sofreu uma transformação, assim como as demandas por significado desses elementos. A razão teológica localizava o sujeito diante do coletivo de uma confissão particular foi confrontada com a razão critica que o colocava diante de todos os homens, iguais e identificados. A influência da religião diminui ao mesmo tempo em que a presença dos artefatos tecnológicos cresce, no sec XX

A Filosofia entre a Religião e a Ciência

Os conceitos da vida e do mundo que chamamos "filosóficos" são produto de dois fatores: um constituído de fatores religiosos e éticos herdados; o outro, pela espécie de investigação que podemos denominar "científica", empregando a palavra em seu sentido mais amplo. Os filósofos, individualmente, têm diferido amplamente quanto às proporções em que esses dois fatores entraram em seu sistema, mas é a presença de ambos que, em certo grau, caracteriza a filosofia.