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Pedagogia Decolonial-Kanteatro: Prática De Uma Educação Antirracista

2019

Este trabalho academico tem como tema o grupo de teatro experimental estudantil – Kanteatro, que atua na escola Isaac Pereira da rede municipal de Olinda, analisado a partir das categorias da Pedagogia Decolonial e da Educacao Antirracista. O objeto da pesquisa e um grupo de teatro estudantil idealizado por uma professora que procurou desenvolver uma pratica pedagogica transformadora a fim combater o racismo na sua unidade escolar. Este grupo e composto por criancas e adolescentes negros e negras que moram na periferia de Olinda e sofriam com o racismo em sala de aula. Elaboramos um conjunto de objetivos que nortearam nossos passos durante as diversas etapas do trabalho. Sendo assim o principal eixo de nossa pesquisa, isto e, o nosso objetivo geral buscou compreender se as praticas desenvolvidas pelo grupo de teatro experimental estudantil Kanteatro podem ser categorizadas como uma Pedagogia Decolonial que efetiva a lei 10.639/2003 no combate ao racismo. Em relacao aos objetivos esp...

Pedagogias decoloniais e interculturalidade: desafios para uma agenda educacional antirracista

Educação em Foco, 2017

Esse trabalho se baseia em um constructo no qual a “decolonialidade” é a chave para a consolidação de outras visões sobre nossa autoformação e aprendizagens possíveis a partir das proposições que saem das configurações de resistência antirracista. Ganha centralidade as pedagogias decoloniais por fazerem parte de uma visão educacional emergente e que será mais bem compreendida quando alinhada aos estudos desenvolvidos no diálogo com os movimentos sociais na região conhecida como América latina. O intuito é discutirmos sobre as aprendizagens possíveis a partir do que nos é próprio. Apoiamo-nos em um amplo espectro de aportes que favoreceram o desentranhamento de um conjunto de saberes legitimados socialmente e que têm sustentado a crítica decolonial para propor outros modos de pertencimento. Sugerimos o enfrentamento de problemas relacionados com as diversas operações que facilitaram a configuração de um novo universo de relações intersubjetivas de dominação entre Europa e as demais r...

Diálogos possíveis entre educação antirracista e decolonial: vozes insurgentes, pedagogias críticas e a Lei 10.639/03. Cadernos do Aplicação (UFRGS), Porto Alegre, v.33, n.2, jul.-dez. 2020. p. 1-23.

Cadernos do Aplicação , 2020

Resumo: O artigo tem por objeto discutir os diálogos possíveis entre a perspectiva decolonial e a proposição de uma educação antirracista. Busca-se retraçar, brevemente, o percurso dos embates e das negociações envolvidas na promulgação da Lei 10.639/03, sobretudo no que concerne à luta e ao protagonismo do Movimento Negro. Trata-se de analisar de que modo as práticas e as legislações antirracistas redefinem os itinerários de formação docente e impactam nos trajetos curriculares-de estudantes e professores/as, com consequências políticas e epistemológicas notórias. Por fim, são apresentados os desafios atuais para o combate ao racismo nas escolas, com ênfase nas vozes insurgentes e contracoloniais, no letramento racial crítico e nas práticas antirracistas. Abstract: The article aims to discuss the potential dialogues between the decolonial perspective and the proposal for an anti-racist education. It seeks to retrace, in brief, the course of the clashes and negotiations involved in the enactment of Law 10.639/03, especially with regard to the struggle and the protagonism of the Black Movement. It is about to analyze how the anti-racist practices and legislation redefine teacher training itineraries and impact curricular paths-of students and teachers-with remarkable political and epistemological consequences. Finally, the current challenges for combating racism in schools are presented, focused on the insurgent and counter-colonial voices, critical racial literacy and anti-racist practices.

Literatura brasileira, decolonialidade e educação antirracista

Cefiro - Texas Tech, 2020

This paper discusses didactic paths of Brazilian literature from the perspective of "decoloniality" (Bernardino-Costa e Grosfoguel). To this end, we observed the role that the social and historical structure from the 19th century to the 21st century had in the production and reception of literary works produced by blacks and mestizo from Brazil. We parallel the action of the policies of the Brazilian State to create an anti-racist agenda within school institutions and how the reading of the discourses of some literary texts can favor the anti-racist struggle or, on the other hand, contribute negatively to "epistemicide"-"epistemicídio" (Carneiro)and the erasing of the identities of artists and/or "consumers" of literary art, especially students from Brazilian elementary schools. To this do, we briefly discuss the reorganization of the space occupied in Brazilian literature by Gonçalves Dias (1823-1864), mainly due to his (re)discovery work Meditation (1845-1846), as well as some didactic possibilities that may favor an anti-racist education in the works of

Educação Antirracista e a Formação De Professores(As) Em Uma Perspectiva Decolonial

Revista em Favor de Igualdade Racial, 2020

O racismo no Brasil manifesta-se de diversas formas, perpassando pela idealização da democracia racial, no qual é propagado o mito de que, o país vive num verdadeiro paraíso diversamente racial, assim, ocultando e negando a existência do racismo na sociedade brasileira. Isto posto, e, considerando que o Estado brasileiro constata a existência do racismo na sociedade nacional, surgiu como avanço no combate ao racismo a Lei 10.639/2003, fruto da luta antirracista do Movimento Negro, determinando o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana na Educação Básica (BRASIL, 2003), tornando imprescindível a discussão em torno de uma educação antirracista na formação continuada de professoras/es, numa perspectiva decolonial. Compreendendo que, esta formação é uma maneira de expandir a prática pedagógica e os conteúdos disciplinares aos professores(as) que não tiveram uma experiência com a Educação das Relações Étnico-Raciais (ERER) em sua formação inicial, dessa forma, ampliando os debates, as construções de conhecimentos e um maior arsenal de saberes, pois, uma educação antirracista não só proporciona bem-estar humano, como também promove a construção saudável da cidadania e da democracia brasileira. (CORENZA, 2018; SILVA; ROCHA, 2020). Essa pesquisa objetiva analisar como a educação antirracista tem sido introduzida na formação continuada de professores(as) no estado do Acre. Seu processo metodológico constitui-se em três fases: levantamento e estudo de referenciais bibliográficos; construção e aplicação de um questionário e/ou roteiro de entrevista destinados aos responsáveis pelas formações continuadas da Secretaria de Estado de Educação e Secretaria Municipal de Educação de Rio Branco, bem como da Universidade Federal do Acre e do Fórum Permanente de Educação Étnico-Racial; análise e discussão dos dados obtidos. A pesquisa encontra-se em andamento, na primeira fase, após sua finalização espera-se concluir como a educação antirracista vem sendo introduzida nas formações continuadas de professores(as) na Educação Básica do estado do Acre.

Apresentacao Do Dossie Estrategias Decoloniais Perspectivas Antirracistas e Contra Hegemonicas

Revista Eletrônica Interações Sociais, 2020

Ao propor este Dossiê para a Revista Eletrônica Interações Sociais, entendemos que a descolonização não pode ser encarada simplesmente como uma metáfora (TUCK, YANG, 2012), ou seja, como um novo modelo da crítica acadêmica que, de tempos em tempos, atualiza seu modus operandi em uma política de subjetivação construída nas bases ontológicas, jurídicas e epistemológicas da modernidade. Sendo assim, a práxis decolonial, a qual opera por (mas não se resume a) uma descolonização do conhecimento, põe em xeque os fundamentos da colonialidade do poder, do saber e do ser forjados para sustentar o projeto moderno de subjetivação política, projeto que engendrou o mundo tal como o conhecemos, segundo as formulações de Aníbal Quijano (2000), Sylvia Wynter (2003) e Denise Ferreira da Silva (2019). O sentido radical da descolonização-quando lembramos do fato de que em outras línguas que não o português o termo decolonial carrega a complexidade do seu sentido mais radical de declosão do mundo (MBEMBE 2019, p. 9-95), não havendo diferença entre as palavras decolonização e descolonização (décolonisation em francês, decolonisation/decolonization em inglês)-orienta a proposta deste dossiê em apontar estratégias decoloniais mais do que propor uma "leitura decolonial" da realidade social.

Educação decolonial e antirracista: a importância do pensamento fanoniano

2021

Compreendendo o pensamento decolonial e a luta antirracista na conjuntura do Brasil do séc. XXI, a proposta é refletir através da diáspora africana como os pensamentos fanonianos contribuem para a condução de uma educação decolonial e antirracista, para consolidação do protagonismo histórico que a população negra tem, que foi negada e ocultada. Colabora com o estudo aqui apresentado duas obras de Frantz Fanon, Os Condenados da Terra (1968), por detalhar o sistema de violência contra a população negra argelina, condenada em decorrência do colonialismo europeu e as formas de enfrentamento. E o livro Pele Negra, Máscaras Brancas (2008), por trazer questões sobre a identidade negra. Recorremos também a Abdias do Nascimento, Kabengele Munanga e Achille Mbembe pelas influências de Fanon em suas reflexões e Ângela Davis, formando assim os principais aportes teóricos

Contribuições Para Uma Educação Antirracista – Apresentação

Revista Eixo, 2017

Esta edicao especial da Revista Eixo configura-se como uma acao da Coordenacao de Cultura, Sustentabilidade, Genero, Raca e Estudos Afro-Brasileiros (IFB/CBRA) a fim de gerar espacos de reflexao e debate sobre os saberes negros. E ao promover a reflexao sobre estas afroepistemologias, nao raramente esbarramos com o racismo no contexto educacional. Diante da lei n. 10.639/2003 e a necessidade de promover a educacao e a diversidade etnico-racial, espera-se que as reflexoes presentes nesta revista colaborem para a pratica de uma educacao antirracista. Sobretudo diante do racismo epistemico que e afirmado diariamente, nos brancos cadernos e livros da educacao nacional que ainda se constituem com base no sujeito universal inexistente. No pais cuja populacao e majoritariamente indigena e negra, forjam-se perigosas identidas brancas que insistem em desqualificar os grupos ja citados, chamam-(n) os de minorias e rejeitam os saberes ancestrais.