CAPÍTULO 2 – A MORFOLOGIA URBANA (original) (raw)
A MORFOLOGIA URBANA O termo morfologia utiliza-se para designar o estudo da configuração e da estrutura exterior de um objecto. É a ciência que estuda as formas, interligando-as com os fenómenos que lhes deram origem. O conhecimento do meio urbano implica necessariamente a existência de instrumentos de leitura que permitam organizar e estruturar os elementos apreendidos, e uma relação objecto-observador. Portanto, podemos clarificar três pontos:-a morfologia urbana é o estudo da forma do meio urbano nas suas partes físicas exteriores, ou elementos morfológicos, e na sua produção e transformação no tempo;-um estudo da morfologia urbana ocupa-se da divisão do meio urbano em partes e da articulação destes entre si com o conjunto que definem. O que remete para a necessidade de identificação e clarificação dos elementos morfológicos, quer em ordem à leitura ou análise do espaço quer em ordem à sua concepção ou produção;-um estudo do morfológico deve ter em conta os níveis ou momentos de produção do espaço urbano. A FORMA URBANA Então a noção de " forma urbana " corresponderia ao meio urbano como arquitectura, ou seja, um conjunto de objectos arquitectónicos ligados entre si por relações espaciais, a arquitectura será assim a chave da interpretação correcta e global da cidade como estrutura espacial. Pode-se definir a forma urbana como: aspecto de realidade ou modo como se organizam os elementos morfológicos que constituem e definem o espaço urbano, relativamente à materialidade dos aspectos de organização funcional quantitativa e dos aspectos qualitativos e figurativos.-Aspectos quantitativos: todos os aspectos da realidade urbana que podem ser quantificáveis e que se referem a uma organização quantitativa: densidades, superfícies, fluxos etc.-Aspectos de organização funcional: relacionam-se com as actividades humanas: habitar, instruir-se, tratar-se, comerciar, etc, e também com o uso de uma área, espaço ou edifício, ouseja, o tipo de uso do solo.-Aspectos qualitativos: referem-se ao tratamento dos espaços, ao conforto e à comodidade do utilizador. Nos edifícios poderão ser a insonorização, o isolamento térmico, a correcta insolação, e no meio urbano pode ser o estado dos pavimentos, a adaptação ao clima, a acessibilidade, etc.-Aspectos figurativos: os aspectos figurativos relacionam-se essencialmente com a comunicação estética. Nos vários contextos históricos os elementos morfológicos são semelhantes: rua e praça, edifícios, fachadas e planos marginais, monumentos isolados. As diferenças resultam do modo como esses elementos se posicionam, se organizam e se articulam entre si para constituir o espaço urbano. A forma terá de se relacionar com a função de modo a permitir o desenvolvimento eficaz das actividades que nela se processam. Se os três princípios básicos da arquitectura – função, construção e arte – estão sempre presentes na arquitectura e na cidade, já o peso que cada um deles assume no processo criativo pode sofrer alterações entre duas posições extremas. Uma posição " funcionalista " , segundo a qual uma forma física que corresponde logicamente aos problemas funcionais do contexto é bela, uma vez que a beleza é uma qualidade inerente a todo o sistema bem resolvido, " FORM FOLLOWS FUNCTION ". Ou então o " antifuncionalismo " , que aceita que a concepção da forma seja ditada de modo independe por outros objectivos, para criar a emoção ou o embelezamento da estrutura. Ou seja, a própria função também se