INTERDISCURSIVIDADE E INTERTEXTUALIDADE NA MÚSICA PAIS E FILHOS (original) (raw)

INTERTEXTUALIDADE IDIOMÁTICA NA MÚSICA: APONTAMENTOS PARA UM CONCEITO E PRÁTICA NO SÉCULO XXI

No estudo de questões pertinentes a composição intertextual encontrou-se uma atitude compositiva particular — a intertextualidade musical idiomática — da qual buscou-se maiores esclarecimentos quanto a sua conceituação e compreensão. Este artigo traz um recorte da minha pesquisa de mestrado em música (2012), área de concentração composição, relacionando idiomatismo e intertextualidade. O trabalho apresenta apontamentos específicos para a teoria musical intertextual no âmbito da composição. O objetivo é averiguar como poderiam estar operando determinados enlaces entre as duas áreas (música e literatura) e algumas ocorrências relacionadas ao tema, a fim de esclarecer melhor a questão intertextual musical idiomática. São utilizados exemplos musicais que subsidiam tanto a parte prática como conceitual. Dessa forma são apresentadas algumas definições da área de literatura, principalmente Lodovici (2008), e uma única definição encontrada em música com Barbosa, Barrenechea (2003) que possibilitou um caminho inicial. Ao alinhar achados sobre o idiomatismo na literatura e na música, pode-se considerar a intertextualidade idiomática sob duas perspectivas: 1) como idiomática pura ou estrita; 2) como idiomática expressiva. Portanto, a intertextualidade idiomática, tanto se referiria à noção mais específica de como está sendo apresentada a ação, o seu modo de funcionamento, um violonismo, um pianismo, um trompetismo, entre outros — idiomática estrita; quanto poderia indicar diversas condições de leitura e escrita — idiomática expressiva —, surgindo de um modo de enunciação; e desta maneira está invariavelmente conjugada com o meio e fatores do qual ela dispõe. Ao final propõe-se um entendimento mais amplo ao valorizar tanto aspectos técnicos quanto culturais na construção dessa intertextualidade.

A METÁFORA DO MÓDULO NA MÚSICA INTERATIVA

2023

Entre o final do século XIX e metade do XX nos deparamos com uma série de invenções no ramo da elétrica e eletrônica que possibilitaram experimentos com registro e edição de áudio, além da criação de novos instrumentos que tinham por base sinais elétricos. Por volta do final dos anos 50 começam a surgir os primeiros sintetizadores modulares, que são instrumentos criados a partir de módulos específicos de geração e modulação de sinais, conectados através de cabos (patches). Com base nesta breve contextualização, e a partir dos conceitos desenvolvidos por Simondon sobre a transdução e mediação, propomos traçar um paralelo de como o objeto "módulo" e uma lógica de pensamento modular são um padrão sistemático para diversas abordagens de criação na música interativa, que vão desde a combinação de sistemas e instrumentos elétricos até ao processo de desenvolvimento musical computacional em softwares e ambientes de programação.

INTERTEXTUALIDADE NO DISCURSO CANCIONEIRO DE LUIZ GONZAGA INTERTEXTUALITY IN THE SONG'S DISCOURSE OF LUIZ GONZAGA

analisamos as marcas de intertextualidade no discurso cancioneiro de Luiz Gonzaga. Objetivamos observar de que maneira o fenômeno da intertextualidade aparece nas letras de duas canções interpretadas por Gonzaga: Asa branca e A volta da Asa branca. A análise indica que a intertextualidade permeia as letras das canções em foco, assinalando o diálogo entre elas e promovendo a construção dos sentidos das canções. Palavras-chave: intertextualidade; construção de sentidos; letra de canção. analyze the intertextuality marks in Luiz Gonzaga's discourse. We aim to observe how the phenomenon of intertextuality appears in the lyrics of two songs interpreted by Gonzaga: Asa branca and A volta da Asa branca. The analysis indicates that intertextuality permeates the lyrics of the songs in focus, marking the dialogue between them and promoting the construction of the meanings of the songs.

EM DEMANDA DOS MUSICAIS: CRUZAMENTOS ENTRE TEATRO E INTERMEDIALIDADE

Trata-se de uma reflexão em torno das formas dramático-musicais, com ênfase sobre aspectos históricos concernentes à importação de peças musicais, que põem em debate processos estéticos referentes às interrelações entre dramaturgia musical e intermedialidade, mediante uma compreensão ampliada de possibilidades de apreensão do extrato textual em diversos suportes nesse campo interartístico.

A INTERTEXTUALIDADE NA CONSTRUÇÃO DE SENTIDOS EM MÚSICAS DO POP NACIONAL

Anais do Encontro Virtual de Documentação em Software Livre e Congresso Internacional de Linguagem e Tecnologia Online, 2020

Ao longo das últimas décadas, a expansão cultural pop no Brasil evidenciou novos cantores e músicas, solidificando-se no cenário musical nacional. Reconhecendo a importância e diversidade desse gênero musical, o artigo busca, ancorado aos pressupostos de Fiorin (2006), apresentar as relações intertextuais que músicas pop atuais vêm estabelecendo com outras canções e a relação dessa intertextualidade na construção de sentido de suas letras. Para a efetivação de tal análise, foi constituído um corpus de análise com base em três músicas pop de sucesso, lançadas nos últimos três anos por cantores nacionais. A partir de um movimento descritivo-interpretativo, refletimos sobre as relações dialógicas externas (MACIEL, 2017) e sobre as relações de intertextualidade (JENNY, 1979) que essas músicas constroem ao se relacionarem com outras músicas que foram lançadas anteriormente a elas.

A INTERTEXTUALIDADE APLICADA NO CONTEXTO PEDAGÓGICO

Este artigo dialoga acerca das práticas metodológicas que podem usufruir dos recursos construídos pela intertextualidade, sendo ela stricto sensu ou latu sensu. Parafraseando teóricos como referência estabelece-se um debate a respeito das práticas de ensino no nosso mundo contemporâneo. Identificando e explicando os tipos intertextuais, são feitas propostas e métodos a serem considerados pelo corpus docente, com a finalidade de propor uma reflexão quanto a facilidade de assimilação de conteúdos pelos educandos em sala de aula.

MÚSICA, INTERDISCIPLINARIDADE E FORMAÇÃO DE PROFESSORES 1

2019

Resumo A música sempre esteve presente na vida humana desde os acalantos para o bebê até o último toque dos cantos fúnebres. Presente na educação brasileira desde o início da colonização, embora com finalidades diversificadas, atualmente é possível afirmar que sua utilização além de promover o desenvolvimento do senso estético e artístico, pode contribuir para o conhecimento e reconhecimento da diversidade cultural do país, mesmo sendo considerada apenas como um dos conteúdos obrigatórios na disciplina Arte. Na educação contemporânea, especialmente na área de música, o conceito de interdisciplinaridade tem despertado muitos questionamentos. Segundo Lima (2007), o conceito tem cerca de cem anos e adveio de uma necessidade científica que buscava substituir uma ordem hierárquica das ciências veiculada por Auguste Comte. Para Keith Swanwick (2003), a música promove e aprofunda nossa compreensão sobre nós mesmos e sobre o mundo e, assim, podemos ouvir música de diferentes maneiras, extraindo diferentes significados. Arroyo (1999) considera que as músicas devem ser valorizadas de modo contextualizado, pois desencadeiam dinâmicas sociais de acordo com as biografias dos indivíduos envolvidos nas situações culturais. Entretanto, mesmo fazendo parte da vida das pessoas de forma tão significativa, por ser apreciada, em geral, mais como forma de entretenimento do que como elemento cultural, buscou-se conhecer se os professores em formação poderiam utilizar-se da música popular brasileira composta em diferentes períodos de nossa história, como recurso pedagógico para elaboração de estratégias de ensino de conteúdos diversos. O presente estudo objetivou averiguar em que medida a pesquisa sobre aspectos da História da Música Popular Brasileira realizada numa disciplina cursada nas modalidades presencial e à distância num curso de Pedagogia poderia auxiliar os futuros educadores na preparação de estratégias pedagógicas para o ensino de temas transversais, segundo os PCN. Foram elaboradas com os discentes algumas propostas interdisciplinares direcionadas aos alunos do ensino fundamental, utilizando esses conhecimentos como ponto de partida. Concluiu-se que é preciso considerar a possibilidade de aprendermos a pensar e ensinar interdisciplinarmente e que a contribuição do professor generalista à reflexão cultural, será proporcional à compreensão que este profissional tiver sobre a importância da arte, mais especificamente da música, na formação dos indivíduos. Palavras-chave: Música na educação; Interdisciplinaridade; Funções da música.

A INTERTEXTUALIDADE NA COMPOSIÇÃO MUSICAL: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Demétrius Alexandre da Silva Souza¹ & Luís Felipe Oliveira

Resumo: A intertextualidade é um fenômeno linguístico que no plano da linguagem verbal é inconteste e assumido academicamente como parte componente das operações cognitivas de construção de sentido do texto. Entretanto, a sua aplicação ao contexto da análise musical é incipiente e ainda carece de bases epistemológicas mais sólidas. Este trabalho tem como objetivo confrontar os textos, Towards a New Poetics o Musical Influence de Kevin Korsyn e The 'New Poetics' of Musical Influence: a Response to Kevin Korsyn de Martin Scherzinger, dois artigos basilares de musicologia que versam a respeito da possibilidade de elaborar um modelo analítico que contemple as operações intertextuais entre composições musicais. Nossa metodologia residiu essencialmente na leitura e fichamento do material. Ao fim da pesquisa, observamos que a definição da referida metodologia em música ainda está distante de ser consensual na medida em que a musicologia, para tal intento, carece de despojar-se de toda uma carga histórica estruturalista e de estreitar seus laços com a área do saber da qual o conceito de intertextualidade é oriundo, a linguística textual. Palavras-chave: intertextualidade, análise musical INTRODUÇÃO As aproximações e afastamentos entre a música e a linguagem são diversas e recorrentes na história da música, entretanto é no século XX que sistematicamente há a apropriação de modelos oriundos da linguística, no intento de melhor compreender o discurso musical. A estética formalista de Edward Hanslick que identificava o significado da música com a percepção da estrutura interna da obra tornou-se insuficiente para explicá-la, de forma que foi oportuno inseri-la na problemática mais ampla da linguagem e da comunicação. É nesse contexto que os estudos de intertextualidade emergem como um fator determinante na análise musical. A incorporação de tal elemento impele a musicologia à revisão de alguns paradigmas, como o entendimento do significado musical através de suas relações formais internas ou a noção de criação como produção de novo material melódico. A