APROPRIAÇÕES IMAGÉTICAS DOS ESPAÇOS URBANOS (original) (raw)
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OLHARES SOBRE A CIDADE E AS NARRATIVAS FÍLMICAS DO ESPAÇO URBANO
A prática de documentar e/ou ficcionalizar a cidade significa construir uma reflexão que compreenda as diferentes referências históricas, simbólicas e artísticas relacionadas a fenômenos políticos, econômicos ou espaciais da cidade. Com relação a esse fato, torna-se implícita nas narrativas fílmicas mesclar as perspectivas acerca de um determinado tema contextualizado em tempos e espaços específicos. O olhar sobre a cidade, nesse caso, é uma corrente de análise por meio do qual o indivíduo que " assiste " a cidade, também distribui sentidos afetivos do espaço urbano de convivência durante a produção de um filme. Nesse contexto, é objetivo deste trabalho identificar a cidade a partir de algumas obras cinematográficas que apresentam o espaço urbano através das narrativas documentais e ficcionais dos espaços por onde ocorrem dinâmicas, trajetos, conflitos e associações entre os atores sociais na construção dos lugares e dos sentidos simbólicos da cidade moderna. Conclui-se que ambas as narrativas possibilitam representar a cidade por meio de um " olhar " estético no fazer cinematográfico.
ESPAÇOS POÉTICOS MEMORIAIS, PEQUENOS E COTIDIANOS: ETNOGRAFIA DE RUA NA CIDADE IMAGINÁRIA
Revista Iluminuras, 2020
Este artigo desenvolve teoricamente sobre o potencial imaginário da cidade, e finda por evidenciar os espaços poéticos memoriais, pequenos e cotidianos do espaço urbano. Dividimos o texto em duas partes: primeiro debater cidade imaginária como um espaço macrossocial de investigação da cidade e, segundo, espaços poéticos memoriais como espaço microssocial de práticas cotidianas. Da problematização dos estudos urbanos indicamos uma etnografia de rua comprometida com as práticas urbanas cotidianas e os modos de viver na cidade. Etnografia de rua na cidade imaginária Queremos demonstrar como a cidade atua no lugar do olhar e caminhar, perceber o cotidiano como expressa Certeau (2014). Daremos vazão aos sentidos minúsculos, as experiências visuais e sonoras, estéticas e afetivas, simbólicas e políticas nas ruas visitadas e nos trajetos vividos no interior de histórias urbanas. Cremos que mais do que pessoas e grupos, os prédios, edifícios, parques, shoppings, ruelas, becos, pontes, portões e travessas se configuram como cenários potentes para descobrir evidências de enredos etnográficos (Costa, 2020). Conceitos diferentes, cenários goffmanianos (Goffman, 1985) são admitidos na pesquisa de etnografia de rua como "conjunto de ações, objetos e significações unidos e simultâneos em um mesmo espaço", e as cenas urbanas, que descreveremos por imagens urbanas, "são antes de tudo imagens em movimento, experiências físicas, experiências visuais de um espaço, em um espaço" (Gomes, 2013: 189-201). Do ponto de vista geográfico, cenas e cenários são situações e espaços culturalmente basilares para o que Santos (2014) chamou de a cidade-revolucionária o ambiente do acontecimento e do acontecido, no tempo globalizante do sistema capitalista moderno. As cenas são as situações de interação social, os cenários são os espaços onde as situações se desenrolam.
IMAGINÁRIO E TECNOLOGIA: CIDADES " INTELIGENTES " E POÉTICAS URBANAS
Em 2016, constituiu-se um grupo de estudos dedicado ao tema das Cidades ditas “Inteligentes” (ou “Smart Cities”) sediado na FAU-USP, integrado ao Núcleo NaWEB e ao Grupo de Pesquisa CNPq “Representações: Imaginário e Tecnologia” (RITe). O grupo reúne pesquisadores de diversas áreas e níveis acadêmicos com a proposta de abordar de modo crítico e consequente o fenômeno das Smart Cities considerando seus aspectos tanto tecnológicos como também antropológicos e sociopolíticos. Dentre as propostas deste Grupo de Estudos está a construção de indicadores quanto à dita “inteligência” das cidades. Por princípio, os indicadores propostos têm por meta a inserção da complexidade inerente à vida política das cidades contemporâneas nas considerações oficiais e legitimadas, que são tanto uma referência jurídica como certificado homologativo para a sanção pública e privada de linhas de investimento para o desenvolvimento urbano. Até agora, observa-se a tendência a uma interpretação tecnocêntrica quanto à integração da tecnologia digital no ambiente urbano, sendo as dimensões sociopolíticas preteridas tanto temporal como prioritariamente: aparecem como adendo a posteriori, em um segundo plano de prioridades – sendo que, para muitas referências urbanísticas (Jacobs, por exemplo) a cidade é eminentemente um fenômeno sociopolítico. Além disso, a dimensão poético-estética da urbanidade ainda é um aspecto apenas debilmente considerado, quando presente, neste contexto – sendo que, para muitos urbanistas (Argan, por exemplo), a cidade é uma entidade fundamentalmente poético-estética. Quais as implicações da atribuição da inteligência, característica tipicamente humana à cidade? O que torna uma cidade Smart? A medida que existem Smart Cities, existiriam “Stupid” Cities? Em cidades voltadas para a previsibilidade e o controle, o que de City resta à Smart City? Quais vivências seriam possíveis em uma versão brasileira da Smart City? Quando utiliza-se o termo “Smart City”, ao que se refere? Há um conceito guarda-chuva mais preciso e rigoroso para denominar a presença disruptiva da tecnologia digital no meio urbano? A proposta dessa mesa foi a de expor e debater critérios com os quais se possa constituir a ideia de uma urbanidade que dialogue de modo frutífero – mesmo que também de modo problemático e complexo – com a tecnologia de ponta: suas questões antropológicas, a renovação conflituosa dos embates das forças sociais, a alteração das modalidades perceptuais da ambiência urbana e a própria reconfiguração da ideia de “cidade”. Propõe-se, inclusive, questionar a própria denominação “inteligente” ou “smart”, procurando por elucidar outros planos e aproximações quanto a esse campo de entendimento da urbanidade que possa promover um entendimento mais rigoroso, crítico e fecundo. Pretende-se, nesse artigo, expor de maneira sintética o conteúdo apresentado na mesa e no subsequente debate. Palavras-chave: Imaginário; Tecnologia; Smart City; Cidade Inteligente.
Vista, 2018
A cidade é um universo que pode ser concebido a partir de diversos pontos de vista. É, desde logo, um território, com fronteiras formalmente definidas e com uma geografia que é ocupada por diferentes materialidades e seres (humanos e não-humanos). É, também, um universo social, na medida em que é habitada e vivida, ao longo do tempo, por diferentes pessoas e grupos sociais que vão produzindo a cidade. O espaço e o tempo são, assim, componentes da cidade que é fabricada em camadas, marcada pela permanente mudança da sua paisagem. Mas a cidade também é imaginário, é construída mentalmente não correspondendo necessariamente às suas configurações físicas concretas. Deste modo, a cidade imaginária é aquela que habita as nossas mentes mas, também, cada vez mais, aquela que se fabrica através dos circuitos digitais e dos ecrãs, com distintas conexões à realidade concreta que habitamos.
AS IMAGINAÇÕES DA CIDADE: PRÁTICAS CULTURAIS JUVENIS E PRODUÇÃO IMAGÉTICA
This paper presents an analysis of how the youth insurgent ways of using the urban space and producting images allow visibility and even, in some cases, certain social ascension. Ethnographic research is based on the observation of some youth cultural practices in São Paulo city, such as pixação, funk, rolezinhos (litle strolls) and the mockery at schools. Process of producing or articulating images, conducted by members of these practices, often dialogues, in complementarity and/or opposition, with the stigmatizing images produced, by traditional media, about the poor young people. New information and communication technologies and new medias have intensified capacities and possibilities of young people imagining themselves in other places or even in other social positions. Thus, mobilized in their leisure time, youth cultural practices and the process of self-image production can provide both reinforcement and reversal of stigma.
IMAGINAÇÃO E PESQUISA: APONTAMENTOS E FUGAS A PARTIR D'A POÉTICA DO ESPAÇO
This essay was written from a triple perspective: presenting some of Gaston Bachelard’s writings on imagination as a human creative faculty, bringing forth and discussing the methodological path followed by the author of this essay in his research and, at the same time, inserting escape and consolidation lines of both perspectives. The dialog between Bachelard and the author compose the main text. Thoughts that link and disperse this main dialogue to other authors and ideas are pointed out throughout the whole text.
Por Uma Geograficidade Do Imaginário Social Da Cidade
2016
O artigo discute a geograficidade da vivência nas urbes a partir da categoria imaginário social urbano pelas leituras da ciência geográfica e suas interfaces interdisciplinares. Conceitua o imaginário social a partir de autores e de argumentos do universo urbano e das cidades, passando pelos trilhos da produção do pensamento geográfico ao apontar pistas para os caminhos epistemológicos e metodológicos do estudo do imaginário na abordagem cultural da geografia urbana brasileira. Por fim, abriga uma discussão sobre uma geograficidade do imaginário social da cidade, buscando a terceira dimensão dos espaços urbanos, os quais inserem a atividade humana, o próprio imaginário e o conteúdo simbólico para traçar as rotas de uma espacialidade do imaginário da cidade. Palavras Chaves: geograficidade, imaginário e cidade. RESUMÉN El artículo aborda la experiencia en geografícidade urbs de la categoría imaginario social urbano por las lecturas de la ciencia geográfica y sus interfaces interdisciplinarios. Conceptualizar el imaginario social de los autores y los argumentos del universo de las ciudades y zonas urbanas, pasando por los carriles de la producción de pensamiento geográfico señalando pistas para los caminos epistemológicos y metodológicos del estudio del imaginario en el enfoque cultural de la geografía urbana brasilera. Por último, alberga una discusión sobre una geograficidade el imaginario social de la ciudad, buscando la tercera dimensión de los espacios urbanos, que caen fuera de la actividad humana, el propio imaginario y el contenido simbólico para trazar la ruta de una espacialidad del imaginario de la ciudad. Palavras-clave: geograficidade, imaginario e la ciudad.