Provas Cientificas e teorias da verdade: análise introdutória acerca da necessidade de uma mudança de paradigmas (original) (raw)

O paradigma racionalista e o momento de modificação do ônus da prova

Revista Brasileira de Direito Processual, 2014

Resumo: O presente artigo objetiva a análise do momento de modificação do ônus da prova sob uma nova perspectiva, à luz de uma superação do paradigma racionalista. O debate sobre a temática continua atual em sede doutrinária e jurisprudencial, com a utilização de diversos argumentos por ambas as posições. Entretanto, nenhum dos defensores de ambas as posições optou por uma análise tendo por base as ideias construídas por Ovídio Baptista, que serão utilizadas para a construção de nossas ideias nesse artigo, de modo a tornar inexplicável a defesa da modificação do ônus da prova na sentença. Palavras-chave: Paradigma racionalista. Ônus da prova. Momento da modificação. Sumário: 1 Introdução – 2 O paradigma racionalista – 3 O momento da modificação do ônus da prova: visão tradicional – 4 O momento da inversão do ônus da prova e o paradigma racionalista – 5 Conclusão – Referências

ENTRE PRODUZIR PROVAS E CONFIRMAR HIPÓTESES: O RISCO DO ARGUMENTO DA "BUSCA DA VERDADE REAL" NA INSTRUÇÃO E FUNDAMENTAÇÃO DAS DECISÕES

Área do Direito: Processual Resumo: O presente artigo discorre sobre o pensamento, enraizado na cultura jurídica brasileira, de que a finalidade do processo seja a busca pela verdade, e de que o juiz está imbuído da tarefa de não se conformar com verdades "formais" para atingir a verdade "real" no julgamento de um caso concreto. Palavras-chave: Provas-Poderes instrutórios-Verdade real-Ativismo-Hermenêutica. Abstract: Questo articolo discute il pensiero, radicato nella cultura giuridica brasiliana, che lo scopo del processo sia la ricerca della verità, e che il giudice è impregnato con il compito di non accontentarsi di verità "formali" per raggiungere la verità "reale" nella decisione di un caso.

CONTROVÉRSIAS SOBRE A BUSCA DA VERDADE CIENTÍFICA

De acordo com o senso comum, falar de “verdade” significa conhecer o que realmente é conformando a mente segundo a realidade objetiva. Alguns filósofos (os racionalistas) julgavam ser capazes de atingir essa meta apenas com a razão. Os primeiros empiristas julgavam que podiam atingi-la através dos sentidos e outros empiristas posteriores julgavam que não havia maneira alguma de atingir com certeza a verdade. Para outros pensadores, a verdade de uma afirmação consiste na sua aceitação consensual no interior de uma comunidade.

A contextualização da verdade ou como a ciência torna-se periférica

Civitas - Revista de Ciências Sociais, 2014

Porto Alegre v. 14 n. 3 p. 556-574 set.-dez. 2014 Artigos A matéria publicada neste periódico é licenciada sob forma de uma Licença Creative Commons-Atribuição 4.0 Internacional. http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ A contextualização da verdade ou como a ciência torna-se periférica The contextualization of truth or as science becomes peripheral Fabrício Monteiro Neves* Resumo: O trabalho trata do tema dos contextos da verdade. A argumentação teórica estrutura-se em torno de questões levantadas pelos estudos sociais em ciência e tecnologia, focando-se na vertente de estudos que levam em conta as diferenças de legitimação e circulação do conhecimento científico em contextos periféricos no sistema global de ciência e tecnologia. Deter-se-á na discussão do que se chamou sistema biotecnológico, um complexo articulado, formado por instituições acadêmicas, empresas públicas e empresas de pesquisa biotecnológicas especializadas na produção de conhecimento e tecnologia voltados para a manipulação da vida. A análise é desenvolvida por meio do conceito de regime de produção de conhecimento periférico, um regime de perturbações recíprocas entre sistemas, limitado pelas configurações institucionais dos estados nacionais, mas em relação com os centros de produção tecnocientíficos. Tal regime, no Brasil, foi caracterizado como tradutor de demandas locais, neste sentido, produtor de pesquisa de interesse meramente periférico, sem capacidade de circulação ampla na rede global do sistema, e, portanto, negligenciada no centro. Palavras-chave: Estudos sociais em ciência e tecnologia. Sistema científico. Centro-periferia. Teoria dos sistemas sociais.

Mudança de paradigma em museu de ciências

Museologia & Interdisciplinaridade

O Museu de Ciências Naturais – MUCIN – da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) está localizado em Imbé, litoral norte do Rio Grande do Sul (RS). Especializado em fauna marinha e costeira, tem trabalhado em suas exposições temas relacionados à composição desses ecossistemas, ressaltando sua biodiversidade e discutindo sustentabilidade e conservação, bem como patrimônio cultural e natural. Discutimos nesse trabalho, a mudança de paradigma desse espaço a partir da construção do diálogo com seus visitantes, viabilizada através das exposições e ações educativas. A prática de tais atividades contribui para uma mudança e ampliação da função do MUCIN.

O Enredo Da Experimentação No Livro Didático: Construção De Conhecimentos Ou Reprodução De Teorias e Verdades Científicas?

Ensaio Pesquisa em Educação em Ciências (Belo Horizonte), 2013

Este trabalho buscou avançar na discussão das interfaces que o livro didático exerce na produção conceituai de práticas pedagógicas, de ideologias e na produção de sentido nas ciências e em seu ensino. Para tal, utilizou-se a pesquisa qualitativa com análise documental, a fim de analisar conteúdos organizados por meio de uma categorização temática. Foram analisados dez livros didáticos de Ciências de diferentes séries, autores e coleções, em uso e catalogados no Banco do Livro de escolas públicas de Dourados , Mato Grosso do Sul. Na maior parte dos livros analisados ficou clara a presença de uma visão de ciência reproducionista, o que pode ser expresso pela frequência de 9:10. Tal fato permite uma compreensão de que os livros têm propiciado a reprodução de verdades científicas, e com isso acabam comprometendo a construção do conhecimento científico na escola. Evidenciou-se, também, que o discurso que o conteúdo apresenta é modo autoritário, fortalece a visão simplista de docência e ...

Uma breve incursão pelas teorias da verdade clássicas: a verdade sob as óticas correspondentista, coerentista e pragmatista

Sapere Aude, 2024

O presente texto tem como objetivo apresentar uma conceituação geral das três teorias da verdade mais conhecidas, a saber: a teoria da verdade como correspondência (verdade como correspondência entre linguagem e fatos do mundo), a teoria da verdade como coerência (verdade como coerência em um sistema de crenças) e a teoria da verdade pragmática (ou pragmatista) a qual, a princípio, aparenta mesclar características das outras duas teorias clássicas. Baseado na literatura, sobretudo na obra Filosofia das lógicas (2002) de autoria da filósofa Susan Haack, pretendemos, na conclusão, também problematizar brevemente a possibilidade de se adotar uma teoria pragmatista da verdade, analisando em que medida ela consegue responder à questão acerca da natureza ontológica da verdadetal como as demais teorias. Argumentamos, ao final, que essa resposta se faz um tanto relativa, pois, diferentemente das teorias correspondentista e coerentista, as propostas pragmáticas se interessam por outras questões de cunho filosófico acerca da noção de verdade.

Em Prol do Realismo Científico no Ensino

Ciência & Educação, 2020

EnglishIn face of current examples of unscientific attitudes with detrimental results to public health, we seek to problematize the teaching of sciences in a sociological way that, while emphasizing relevant aspects of scientific activity, are limited and biased. Illustrating some episodes of the development of science that attest to a frank correlation between scientific theories and an underlying reality, we try to address some typical approximations of relativistic thinking to draw attention to aspects of scientific objectivity that are not addressed in science education. We aim, therefore, to contribute to the teaching practice of teachers interested in questions about scientific objectivity and the uses and abuses of scientific precepts in dubious contexts, so that they complement their own position in this respect. portuguesDiante de exemplos atuais de atitudes anticientificas com resultados perniciosos a saude publica, buscamos problematizar o ensino de ciencias em moldes soc...

O Argumento do Milagre em Prol do Realismo Científico (Dissertação)

2016

Scientific Realism has been defended almost exclusively by the Non-Miracle Argument, which states that either it‘s assumed that scientific theories are true or the success of the scientific enterprise becomes a mysterious and unexplainable fact. At first, the main criticisms of the Non-Miracle Argument are gathered in five objections: (i) it‘s presented an alternative explanation to the success of science that competes with the realist explanation and does not assume the truth of the scientific theories; (ii) it‘s defended that the realist hypothesis is not a satisfactory explanation to the success of science, charging it of being an empty explanation, or (iii) charging its capacities to reach the scientific methodological rigorousness that itself imposes to the warrant of theories; (iv) it‘s affirmed that the argument is a petition principii, on account of presupposing an abductive rule of inference accepted only by the realist perspective; (v) it‘s proposed that the argument constitutes a statistical fallacy on account of neglecting a relevant base rate; When replying to the presented objections, some authors come up with the distinction between a semantic version of the argument, based on the empiric success reached by scientific theories considered as semantic entities, and a methodological version of the argument, based on the pragmatic success of scientists at choosing fruitful theories and discovering succeeded theories. Furthermore, other authors offer a second distinction between a general version of the argument, statistically based on the generalized success of science, and a retail version of the argument, based on its specific application to an individual theory. After comparing the advantages and drawbacks of each interpretation, the relevance of each distinction is reanalyzed and a new version of the argument by making a synthesis of its different interpretations is defended in a way to answer the five initial objections.