HISTÓRIA E MEMÓRIA: DESAFIOS DE UMA RELAÇÃO TEÓRICA (original) (raw)

MEMÓRIA E TRAJETO SECULAR: OS TERENA COMO PROTAGONISTA DE SUA HISTÓRIA

Resumo: O presente artigo possui como objetivo apresentar duas situações de protagonismo Terena na luta pela terra ao longo do século XX e historiar o movimento Terena em defesa de seus direitos. A metodologia utilizada foi à história oral e a etnografia (trabalho de campo), portanto um diálogo entre a História Indígena e a Antropologia. Os resultados apresentados foram de intensa movimentação dos indígenas para recuperação de seus territórios tradicionais. As duas situações reivindicativas em destaque demonstram que essa etnia e seus "guerreiros" (autodenominação dos homens que vão para frente dos embates com os fazendeiros) estão dispostos a retomar seus territórios, ao menos esses dos quais não se apartaram, para dar continuidade ao seu jeito de ser Terena. Os Terena atuais, pelo que pudemos perceber, foi tomando consciência de seu lugar social na sociedade brasileira. A partir desse movimento foram traçando novas estratégias políticas para ocupar novos espaços sócio-políticos. A arte da dissimulação faz parte do conjunto de táticas de negociação dos Terena e é amplamente utilizada pelas lideranças. Essas costumam concordar e aceitar as propostas que lhes são feitas em espaços não-indígenas de poder. Muitas vezes se comprometem a desenvolver as atividades propostas que lhes são favoráveis. Ou seja, concordam e se propõem a executar as atividades desde que sua população o aceite. Entretanto, se o grupo de apoio na aldeia discordar dos encaminhamentos propostos, simplesmente engaveta o projeto e suas ações.

AS TAREFAS TEÓRICAS DA HISTÓRIA: APONTAMENTOS DE UMA HERMENÊUTICA HISTÓRICA EM TEORIA DA HISTÓRIA DO BRASIL 1949

2018

Resumo: Este trabalho tem como foco investigativo o conceito de " teoria da história " , que sustenta e é sustentado por José Honório Rodrigues na escrita de sua Teoria da História do Brasil, publicada em 1949. Investigar o conceito de " teoria da história " por meio da escrita de Rodrigues abre perspectivas in-terpretativas para se compreender a historicidade da constituição da história como disciplina no Brasil. Atrelado a isso, a escrita de Teoria da História do Brasil possibilita entender que a definição de " teoria da história " inscreve uma delimitação do ser historiador, ou seja, sanciona uma identidade historiadora. Logo, José Honório, por meio de Teoria da História do Brasil, oferece ao leitor de sua época uma nar-rativa que instrumentaliza os pressupostos práticos, teóricos e narrativos da produção do conhecimento histórico. Nesse sentido, essa comunicação objetiva compreender os traços teóricos e as legitimações epis-temológicas da noção de teoria da história em Teoria da História do Brasil, e da concepção de conheci-mento histórico reivindicado por meio dessa mesma definição. Palavras-chave: Teoria da História; História da Historiografia; José Honório Rodrigues. O texto permanece, a teoria passa; o texto é revisto e interrogado e segundo os novos ideais. Daí o fincapé que o historiador faz no respeito e tratamento do texto, que é o único permanente na mudança contínua. A variabilidade das opiniões interpretativas e a firmeza do texto, eis dois pólos do trabalho histórico. Mas, para distinguir as sombras e obscuridades as teorias são indispensáveis. (RODRIGUES, 1949, p. 254)

APONTAMENTOS HISTORIOGRÁFICOS SOBRE A HISTÓRIA

Com o objetivo de compreender como se deu a construção das políticas públicas de saúde e higiene na cidade de Santa Maria durante a segunda metade do século XIX, optou-se por fazer uma revisão bibliográfica deste tema. Isto posto, destaca-se que se trata de uma pesquisa inicial que resultará numa dissertação de mestrado do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Santa Maria. A partir de algumas teses analisadas que abarcavam o período da segunda metade do século XIX, como a de Nikelen Witter (2007) e a de Beatriz Weber (1999) sobre o final do XIX e início do século XX; se percebeu uma grande preocupação com as práticas de cura no Rio Grande do Sul, bem como os saberes e interpretações dos grupos relacionados com as doenças. Entretanto, ainda que não se desconsidere a análise desses agentes envolvidos diretamente com as enfermidades, percebe-se a necessidade de compreender as implicações externas que isso causou na sociedade. Ou seja, uma investigação que permeie quais as influências materiais que as doenças podem causar nos meios por onde passam. Assim sendo, inclui-se uma apreciação da formação urbana da cidade de Santa Maria sob uma perspectiva de intervenções políticas com fins relacionados à saúde pública. A análise, na dissertação, será desenvolvida sobre a segunda metade do século XIX, justificando-se porque em 1858 foi a data da primeira carta trocada entre um pároco de Santa Maria com o Presidente da Província do período, tendo a finalidade de realocar o cemitério da cidade em função de garantir a salubridade do local. Ou seja, mesmo que indiretamente, já se percebe uma ação política na área de saúde que implicou em uma modificação urbana, visto que o cemitério referido estava localizado na região central e foi trocado para um local mais afastado. Decorrendo desta data, houve outros meios de intervenção até chegar-se ao início do

DIÁLOGOS COM A MEMÓRIA: UMA PROPOSTA LÚDICA NO ENSINO DE HISTÓRIA PARA O NÍVEL MÉDIO EM TORNO DE TEMAS RELACIONADOS À CULTURA AUTORITÁRIA BRASILEIRA

Os pedidos de intervenção militar no Estado brasileiro, o senso comum de uma "administração pacífica e exitosa feita pelos militares", que tem encontrado reverberação no ambiente escolar, motivaram a busca por uma ferramenta pedagógica que possibilite a problematização de tais "verdades". Este trabalho propõe a utilização de memórias como "objetos geradores" (LOPES, 2004), visando à produção de um jogo para abordagem dialógica do tema. Proceder-se-á ao estudo dos conceitos sobre Memória e Ensino de História, adotando como tema Ditadura Civil Militar e como são estudados no Ensino Médio. O jogo facilitará diálogos entre os temas visando à cientificização da cultura histórica (RUYSEN, 2014) no ambiente escolar. Conclui-se que tal instrumento permitirá que professores e estudantes relacionem o conhecimento histórico à vida prática.

QUESTÃO ZO'É: A HISTÓRIA QUE NÃO É CONTADA

QUESTÃO ZO'É: A HISTÓRIA QUE NÃO É CONTADA, 2011

“QUESTÃO ZO’É: A HISTÓRIA QUE NÃO É CONTADA” propõe mostrar aos leitores de bom senso a verdadeira história dos primeiros anos de contato da população Zo’é com a sociedade nacional e os efeitos positivos desse contato formal, que os autores da maioria dos artigos publicados sobre eles procuram ocultar. De fato, os Zo’é estavam em um sério processo de extinção devido à malária contraída em encontros informais com caçadores e seringueiros, bem antes do contato oficial. Graças a essa iniciativa e à dedicação dos que ali aturam tratando a saúde do povo, essa etnia voltou a crescer de 119 pessoas no primeiro censo para 136 em um período de apenas quatro anos (1987-1991).

DIREITO E HISTÓRIA: UMA RELAÇÃO EQUIVOCADA

Editora Humanidades, 2003

Texto de 2002, com exploração inicial sobre as relações entre direito e história. O argumento central consiste no fato de que não há uma história do direito, que não seja uma mera referência retórica e discursiva. Livro esgotado, publicado pela Editora Humanidades, dirigida por Leonardo Prota, a quem devo muito em minha trajetória.

CINEMA E HISTÓRIA – RELAÇÕES POSSÍVEIS

Dentro do âmbito de uma convergência entre História Cultural e História Política, este artigo busca esclarecer e discutir as várias possibilidades de interação e as relações possíveis entre História e Cinema, particularmente examinando o Cinema como fonte histórica, como meio para a representação historiográfica, como tecnologia de apoio para o trabalho historiográfico, e como agente que interfere no processo histórico. Na última parte do artigo, são apresentadas as modalidades fílmicas que conservam algum tipo de relação com a representação historiográfica.

HISTÓRIA E MEMÓRIA NO CHILE CONTEMPORÂNEO

Resumo: Este artigo buscou realizar uma discussão acerca do problema das relações entre memória e história, a partir de algumas considerações sobre acontecimentos recentes da história chilena. Nesse trajeto, desvelou-se que o processo de resgate do passado e as estratégias seladas para tal resgate configuram-se claramente como programas políticos, o que remete o historiador a uma reflexão sobre seu protagonismo enquanto sujeito produtor de conhecimento.