A consumidora empoderada: publicidade, gênero e feminismo (original) (raw)
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Feminismo de mercado e publicidade no cenário brasileiro
Falas, percursos, práticas e modos de (r)ex(s)istir, 2023
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Revista Contracampo, 2009
O objetivo deste artigo consiste em investigar o consumo tanto como um conjunto de relações comerciais, quanto como uma prática que se funda no campo da cultura e que contribui no processo de formação identitária dos sujeitos. Apoiamos-nos no marco teórico-metodológico do circuito da cultura e na concepção Foulcoutiana de formações discursivas. Empiricamente, propomos analisar, de um lado, um anúncio da grife Calvin Klein, buscando evidenciar, em que medida o corpo feminino enfocado nesse anúncio se constitui enquanto um objeto de consumo. E, por outro lado, uma antipublicidade produzida pela ONG canadense Adbusters, como forma de demonstrar em que medida esse corpo que se oferece ao consumo não é uno, mas se constitui como um terreno de conflitos, negociações e (re)significações, oferecendo diferentes modelos identitários e possibilidades de apropriações.
Publicidade e gênero: análise do fenômeno femvertising na criação de campanhas
Intercom Sul, 2016
Resumo Considerando a hiperexposição midiática a que os públicos estão sujeitos, a Publicidade contemporânea precisa buscar formas diferenciadas de atingir o target. Desta forma, inúmeras marcas apostam no femvertising, uma linha criativa que busca empoderar mulheres ao mesmo tempo em que vende produtos. Como existem poucos estudos na área acadêmica, torna-se necessário refletir sobre estas investidas e analisar a criação das peças. Por isso, esta pesquisa analisa as formas de exposição da imagem feminina, os ideais de autonomia nas campanhas e os fatores de influência utilizados nas mensagens através da análise de conteúdo de três campanhas: Imagine the possibilities da Barbie, This Girl Can da Sport England Fitness e Linha 180 da Avon. Fica evidente que o femvertising é uma estratégia de comunicação que pode legitimar a imagem feminina e contribui para estabelecimento de uma marca bem vista. Palavras-chave: Publicidade; Femvertising; Estudos de Gênero; Criação Publicitária; Mulher na Publicidade. Introdução A atual configuração da sociedade resultou em mudanças nas relações sociais da modernidade. Deste modo, é importante voltar os olhos aos processos de midiatização considerando suas influências na sociedade e na cultura de maneira geral (HEPP, 2014), além de pensar o espaço que as diferentes mídias ocupam não só no cotidiano dos sujeitos, mas também nos processos de socialização. Neste sentido, é preciso compreender o estudo da produção de objetos díspares, seus reflexos no atual contexto sociocultural e suas possibilidades significativas no que diz respeito à recepção e produção de sentidos, que refletem sobre a instância das relações de poder na sociedade. Considerando a relevância da publicidade na formação do imaginário e da práxis cotidiana enquanto anunciadora de novas linguagens e no despertar de novas sensibilidades 1 Trabalho apresentado no XVII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul no DT 02-Publicidade e Propaganda 2 Publicitária com especialização em fotografia e mestre em comunicação pela Universidade Federal do Paraná. Docente do curso
CONSUMINDO COMO UMA GAROTA: SUBJETIVAÇÃO E EMPODERAMENTO NA PUBLICIDADE VOLTADA PARA MULHERES
O artigo explora o uso de temas feministas na publicidade contemporânea, com ênfase na apropriação publicitária da noção de “empoderamento”. A análise desse “feminismo da mercadoria” demonstra que, a despeito de potenciais aspectos emancipatórios, os usos publicitários do conceito de empoderamento revelam um sentido individualizante que se afina ideologicamente com o ethos do capitalismo tardio e com formas de subjetivação que enfatizam a autoconsciência, o autogoverno, a independência, o sucesso individual e a liberdade para fazer escolhas. Tal inflexão destoa dos compromissos coletivistas com transformações estruturais antes atrelados ao conceito pelo feminismo de segunda onda. Se o slogan feminista de que “o pessoal é político” vinculava a autotransformação individual à transformação social, a proposta de empoderamento veiculada no femvertising esvazia aqueles compromissos através da sugestão implícita de que “o político é pessoal”. O artigo ilustra tais argumentos com o exame de uma campanha publicitária promovida pela marca de absorventes Always, enfatizando como a dimensão política do feminismo de segunda onda, presente em reflexões como as de Carol Gilligan e de Iris M. Young, pode ser apropriada de forma a compatibilizá-la ao ethos neoliberal e suas formas específicas de subjetivação.
Consumo e gênero: revisitando as singularidades masculinas nas comunicações publicitárias
2017
O presente artigo versa sobre a questao das singularidades do masculino na linguagem publicitaria, colocando em discussao o que se compreende como genero e, consequentemente, a propria masculinidade hegemonica. Inicialmente, abordam-se questoes teoricas sobre genero desde a perspectiva sociologica e antropologica, para em seguida abrir espaco para as abordagens psicanaliticas. A visao que permeia todos esses campos de conhecimento e aquela fornecida pela semiotica, que parte do pressuposto de que o acesso ao real so e feito via signos, portanto, sempre mediado por algo aquem da capacidade sensoria do sujeito. O segundo movimento deste trabalho coloca em pauta algumas comunicacoes publicitarias, bem como garotos-propaganda criados a partir da decada de 70 e que deram espaco para contestacoes mais pertinentes e explicitas, como o video-manifesto da marca Natura Homem, que coloca em cheque o genero masculino hegemonico.
Publicidade, imaginário e consumo: anúncios no cotidiano feminino
Porto Alegre, 2007
A revista E-Compós é a publicação científica em formato eletrônico da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação (Compós). Lançada em 2004, tem como principal finalidade difundir a produção acadêmica de pesquisadores da área de Comunicação, inseridos em instituições do Brasil e do exterior.
A mulher na publicidade e os estereótipos de género
Comunicacao E Cidadania Actas Do 5o Congresso Da Sopcom, 2008
A descriminação da mulher na nossa sociedade ainda é uma realidade, com maior intensidade de acordo com o desenvolvimento de cada país. Isto tem conduzido a que se tenham estabelecido estereótipos por género em que a cada sexo são atribuídos determinados papéis sociais. Portugal como um país ainda com alguma dimensão conservadora foi mostrado numa meta análise de Furnham (1999) como um dos países onde estes estereótipos mais se acentuam. Com este estudo pretendemos identificar esta realidade na publicidade em Portugal e ao mesmo tempo verificar se os receptores dela os aceitam ou não. Para o efeito fomos analisar 220 mensagens publicitárias entre Julho e Setembro de 2005 que possuíssem personagens em todos os meios com excepção da rádio, utilizando uma grelha que nos permitia posicionar a personagem principal em relação aos estereótipos. Para o receptor fomos utilizar uma amostra de conveniência de 303 estudantes para tentar compreender se eles percepcionam estes estereótipos na publicidade. Os resultados mostram-nos que os estereótipos por género se mantêm na publicidade, embora com algumas características diferentes dos estudos internacionais (Gofman, 1979 e Furnham, 1999). Nos receptores verificamos que eles percepcionam estes estereótipos na publicidade, o que nos permite inferir que existe aqui uma circularidade de discursos que não será ultrapassada tão depressa.