The Belle Époque Carioca in the magazines (original) (raw)

PARC ROYAL: UM MAGAZINE NA BELLE ÉPOQUE CARIOCA

Este trabalho versa sobre o Parc Royal, uma loja de departamentos que existiu no Rio de Janeiro entre 1873 e 1943. A pesquisa foi delimitada por um recorte temporal que abrange o período da belle époque (1898-1914) e os anos 1920, um período onde ocorreu um complexo processo de transformações nas esferas da moda, do comércio, da comunicação, das sociabilidades, em pleno curso da modernidade urbana. Sob o comando do imigrante português José Vasco Ramalho Ortigão, a atuação do magazine é analisada como um veículo para o entendimento da lógica de funcionamento de parte da sociedade do Rio de Janeiro no início do Século XX, desvelando a adoção de valores, usos e costumes que expressavam os interesses de um determinado grupo social. Vislumbramos o objeto da presente dissertação como pretexto que permite entrever questões mais amplas, tais como a adoção de padrões estrangeiros de civilidade e progresso, a disseminação da cultura das aparências e do consumo de bens icônicos, a evolução da indumentária e do arquétipo feminino. A influência do comércio estendeu-se para além da prática mercantil e concorreu para a formação de gostos, desejos e aspirações das elites durante a Primeira República, num momento fundamental onde lançaram-se as bases de um modelo de consumo de moda que, em muitos sentidos, continua atual. A loja marcou sua posição no imaginário coletivo como sinônimo de elegância e qualidade aliadas a preços competitivos; um local onde se poderia encontrar o que havia de melhor à disposição daqueles que ambicionavam produtos impregnados de novidade, beleza, requinte e modernidade. Além dos endereços do Largo de São Francisco e da Avenida Central, ambos no Rio de Janeiro, também possuía filiais em Belo Horizonte e Juiz de Fora, e um escritório em Paris, situado na Rue de Trevise nº 41. * Doutoranda no CPDOC/FGV.

Os Jardins da 'Belle Époque Carioca

Labor & Engenho, 2021

O artigo reflete sobre as reformas paisagísticas ocorridas na Cidade do Rio de Janeiro no início do século XX, com ênfase para a prática projetual de Paul Villon e sua equipe. Baseado em fontes primárias e no conceito de habitus, de Pierre Bourdieu, observou-se que, nesse momento, ocorreu a primeira nomeação para a função de arquiteto paisagista, concedida a Paul Villon, que juntamente com sua equipe, ficou encarregado pela concepção dos jardins no Período Pereira Passos.

Biblioteca, O Nacional e a Modernidade Na Belle Époque Carioca

BIBLOS, 2021

O final do século XIX e o início do século XX representam para o Rio de Janeiro, e para o Brasil um momento de profundas transformações políticas, sociais e urbanas. Num contexto de intensa agitação político-social graças à Proclamação da República, a Biblioteca Nacional emerge como uma das grandes beneficiadas dos movimento de modernização da antiga capital do país. Este artigo objetiva compreender como a Biblioteca Nacional se tornou símbolo da Primeira República e nela se ancora a consagração do regime republicano. Posiciona a BN como um espaço representante do moderno, seja em suas práticas, arquitetura ou no capital social que acumula ao seu redor. Concluí que a Biblioteca Nacional exerce o seu papel de guardiã da memória nacional, além de oferecer o moderno através de seus produtos e serviços e ser um polo de erudição em busca do desejo de civilização e modernidade da Primeira República.

Madames e mademoiselles nas revistas curitibanas do início do século XX

Caderno Espaço Feminino, 2019

RESUMO Este artigo discute o lugar da mulher nas revistas ilustradas em Curitiba no início do século XX. Observa as principais formas pelas quais a mulher foi representada nas revistas, e pondera sobre os limites da atuação da mulher como produtora de textos e imagens para esses periódicos. PALAVRAS-CHAVE:Revistas ilustradas. Curitiba.Mulher. ABSTRACT This paper examines the role of women in illustrated magazines of Curitiba city in early twentieth century. In this way, it analyses the main ways of women’s depiction in the magazines, and discusses the boundaries of women’s activities as magazine writers and illustrators. KEYWORDS: Illustrated magazines. Curitiba. Woman

A Belle Époque em Portugal

Anais do 12º Congresso de Moda – 9ª Edição Internacional, 2016

Resumo O presente trabalho aqui apresentado é um dos capítulos que foram abordados na investigação realizada para a obtenção do grau de doutor em Antropologia, Ramo Cultural e Social. Restringimo-nos apenas ao período que ficou conhecido como Belle Époque portuguesa, reportando-se, historicamente, ao seu desenvolvimento desde o início do século XIX até o início da 1ª Grande Guerra.

A Belle Époque através dos anúncios do Almanach de Pelotas do ano de 1917

O objetivo deste artigo é apontar manifestações gráficas de uma Belle Époque na cidade de Pelotas. Para tanto, traça-se um pequeno histórico sobre o estilo Art Nouveau, característico da época, e também um panorama da cidade em questão no contexto abordado. Os estudos são feitos, principalmente, com base nas análises dos anúncios da 5ª edição do Almanach de Pelotas, publicado em 1917. Palavras-chave: Art Nouveau; história do design gráfico; memória gráfica.

Jornal O Bond e subjetividade feminina na Fortaleza Belle Époque

2023

Este artigo objetiva analisar características, estratégias e funções dos enunciados sobre a mulher presentes no jornal O Bond, que circulou em Fortaleza durante a chamada Belle Époque. Parte-se de uma abordagem de matiz foucaultiano sobre o discurso, refletindo seus potenciais efeitos de subjetivação. A partir da análise realizada, observou-se que os enunciados celebram mulheres recatadas, puras, inocentes, virgens e virtuosas, além de mães e esposas dedicadas e submissas ao marido. Sobre os mecanismos de controle presentes no jornal, identificamos a denúncia condenatória dos comportamentos classificados como inadequados, os conselhos que indicavam às mulheres como elas deveriam se portar e se relacionar, e a difusão do modelo "aceitável" de mulher, deixando claro quais características femininas eram esperadas.

Belle Époque, a Roda dos Enjeitados e Machado

Belle Époque: efeitos e significações, 2018

No final de 2016, Silviano Santiago presenteia o público com a publicação de Machado, indicando uma obra que trata, a princípio, dos últimos quatro anos de vida de Machado de Assis. Compreendo o romance como uma cartografia de vozes, relações e intervalos de tempo, que ultrapassam a ideia de sujeito presente ante si mesmo como material narrativo primário do romance. Com a presença de imagens e a constante lembrança das correspondências do autor contado a Mário de Alencar, minha análise parte do diálogo entre narrador e texto para pensar como a linguagem manifesta, por meio de estratégias literárias e retóricas, a contemporaneidade. Por isso, direciono-me à Roda dos Enjeitados, anunciando uma maneira de olhar a belle époque como uma figura abandonada. É encontrado nas brechas do progresso uma capacidade de enxergar além e de ultrapassar o tempo cronológico, revelando como o início do século XX se imbrica nesse tempo. O romance, portanto, constrói uma literatura reflexiva sobre o homem e a realidade, desfazendo os limites entre o real e o ficcional, entre o crítico e o biográfico.