Mito e história nas Histórias de Heródoto (original) (raw)
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[ARTIGO] Mito e história nas Histórias de Heródoto
História da Historiografia: International Journal of Theory and History of Historiography, 2018
Este artigo discute o tratamento que Heródoto dá aos mitos na obra Histórias. Tomando como ponto de partida o argumento de Robert Fowler sobre a controversa relação entre mythos e logos, sugiro que Heródoto aborda mito de uma forma coerente e sistematizada em sua narrativa. Para tanto, estabeleço uma definição de mito e analiso evidências de genealogias mitológicas nas Histórias a partir da focalização dos relatos do próprio autor ou de suas fontes.
Revista de Teoria da História - Universidade Federal de Goiás, 2015
Resumo: A escrita de Heródoto representa o primeiro registro historiográfico de que temos conhecimento. No entanto, a escrita herodotiana revela características literárias, etnográficas, arqueológicas, e outras, já prenunciando a importância da interdisciplinaridade para a composição de uma narrativa histórica. Assim, o objetivo central deste artigo é tecer algumas reflexões sobre o conteúdo de sua obra e das diretrizes que guiaram a sua escrita.
A HYBRIS DOS REIS NAS HISTÓRIAS DE HERÓTODO
Studying hybris in Histories of Herodotus means realizing how the changes in fifth-century Hellenic society, caused by the growth of democracy, philosophy and theater, altered Greek values and thought. Through the analysis of the royal characters, we try to reflect upon how the hybris is manifested in the stories.
Mythos e Thoma em Heródoto: os relatos fantásticos no Livro II da obra Histórias
Sistemas de crenças, mitos e rituais na Antiguidade, 2019
Heródoto, reconhecido como Pai da História por Cícero, foi estudado durante muitos séculos devido à sua narrativa a respeito da guerra, ocorrida no V a.C., entre gregos e persas. Entretanto, há em sua obra Histórias outros relatos variados, como a história e as características dos povos não helenos e os fantásticos e anedóticos, que conferiram ao autor críticas de historiadores contemporâneos a ele, como Tucídides. O objetivo desse trabalho é discutir alguns desses relatos a partir das características culturais da época e das publicações mais recentes a respeito dessa obra que intriga os leitores desde a Antiguidade.
Mito e verdade em Hesíodo e Platão
RESUMO: O que significam os misteriosos versos 27-28 da Teogonia de Hesíodo? Nesses versos e na República de Platão, há uma mesma concepção de verdade, e assim essa concepção mítica de verdade e a teoria platônica do conhecimento têm uma estrutura semelhante. No discurso filosófico, essa estrutura se chama "dialética". Na República de Platão, a condenação da poesia hesiódica e homérica corresponde a exigências essenciais da dialética enquanto método filosófico. PALAVRAS-CHAVE: Hesíodo; Platão; mito; verdade; dialética; a condenação da poesia.
Hipólito e Fedra: nos caminhos de um mito
Se é bem verdade que a encenação de uma tragédia clássica exige dos artistas de teatro um mergulho teórico que, à partida e em conjunto com a labuta em sala de ensaios, dê consistência à representação em palco, tampouco é mentira o caminho contrário. Ou seja, é igualmente verdadeira a hipótese de que a praxis teatral é capaz de catapultar um aprendizado profundo do material poético que, a cada novo ensaio, a cada nova função, se depreende do confronto físico e emocional que toda a grande dramaturgia, dos clássicos aos contemporâneos, cobra. O presente volume, que nasce como desdobramento da encenação do Hipólito de Eurípides que o grupo Thíasos estreou na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra em abril de 2010, é prova cabal do imenso leque de reflexões que o teatro, já naquilo que possui de mais pragmático, é capaz de suscitar.
HERÓDOTO E O ORIENTE: UMA LIÇÃO DE HISTÓRIA
Phoînix, 2010
Resumo: Heródoto concebeu a sua narrativa segundo uma dinâmica de causa e efeito, percebendo sentidos simbólicos, à luz de conceitos, morais ou filosóficos, em vigor no seu tempo. Mais do que fazer História, Heródoto fazia Filosofia da História; ou mais do que narrar um conflito paradigmático entre persas e gregos, servia-se dele para promover, por um jogo de analogias, uma Biografia da Humanidade. E essa seguia um trajecto de sucessivos confrontos, em que, através de aproximações e divergências, se construía um novo desenho geopolítico do mundo conhecido. Palavras-chave: Etnologia; Oriente; Guerras Pérsicas; Historiografia.
NOMOS, ANOMIA Ε THANATOS NAS HISTORIAS DE HERÓDOTO
Nomos, Anomia and Thanatos in the Histories of Herodotus. In the Histories of Herodotus the word nomos occurs several times. It means a code of values and attitudes, responsible for the creation of a cosmic order. Breaking those mies is to produce acts known as anomia or acts qualified by anomoi and, in most cases, this implies the severest punishment of the transgressor, i. e., death {thanatos). By cornbining these three notions {nomos, anomia and thanatos), the historian from Halicarnassos confers some sense of unity to his work. Γη fact, in ali situations the transgressor is inevitably punished. This narrative pattern, being common to dramatic discourse, underlines the idea that Herodotus' world vision is based on principies similar to the dramatic poetry of his own time.
Ver e saber no livro I das 'Histórias' de Heródoto
Para Maria Elisa, que sabia todos os verbos. RESUMO O propósito desta dissertação é apresentar algumas idéias sobre o emprego das palavras relacionadas à visão no texto do Livro I das Histórias de Heródoto. O principal destaque é dado à relação entre "ver" e "saber" e as investigações de Heródoto. O segundo propósito, decorrente do primeiro, é verificar a importância dos oráculos no Livro I e buscar a relação (se existe) entre oráculos, sonhos, visões e a busca do conhecimento.