NARRATIVAS AUTOBIOGRÁFICAS: METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO E DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA O TEMA DA SEXUALIDADE HUMANA (original) (raw)
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Maria da Conceição Passeggi, 2002
Maria da Conceição Passeggi INTRODUÇÃO As narrativas podem ser o último recurso dos teóricos econômicos. Mas elas provavelmente são a matéria da vida daqueles cujo comportamento eles estudam. Jerome Bruner (2002) Propomos, neste texto, uma reflexão sobre as narrativas autobiográficas dos diários para compreender como acontece o acompanhamento da escrita do memorial no curso de formação de professores. Esta reflexão faz parte de uma pesquisa de doutorado, em desenvolvimento, do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Compreendemos o diário como gênero autobiográfico que, durante a sua escrita, torna possível ao professor, ator-narrador, realizar momentos de retrospecção e reflexão sobre as decisões e acontecimentos do acompanhamento do memorial, visto que as anotações ocorrem em outro momento, posterior ao vivenciado. Nesse debruçar sobre si, o diário "Mais que todas as outras formas de escrito, explora a complexidade do ser" (HESS, 2006, p. 92).
Narrativas autobiográficas e formação de educadores sexuais
Em primeiro momento preciso ser grata a vida! Como diria Gonzaguinha "Viver e não ter a vergonha de ser feliz / cantar e cantar a beleza de ser um eterno aprendiz!" Aos meus pais, Antonio e Rita, que foram generosos ao me permitir viver. Sou grata por todos os ensinamentos. Aos meus irmãos Adriano e Adelino, é nos momentos de adversidades que entendemos os sentidos e significados da presença dos irmãos em nossas vidas. Aos meus grandes e eternos amores Adrianny, Ana Luíza, Matheus, Murillo, Leonardo, Lucas e Tássia a existência de vocês fez com que eu pudesse experimentar o amor incondicional, apesar de ainda não ser mãe. Vocês deixam minha vida mais bonita e fazem cada dia valer a pena! Madrinha Eliane, minha mãe do coração! Sou grata, sou grata, sou grata! Às minhas cunhadas Maria Elizabeth e Viviane mulheres que complementam com amor, carinho e generosidade nossa família. Cachoeirinha faltam palavras para agradecer seu apoio, prefiro sentir! Sou grata por ter uma lista de amigos, irmãos escolhidos pelo coração para agradecer, espero não esquecer ninguém: Fernanda Miranda obrigada pelas inúmeras noites estudando e escrevendo junto comigo. O seu apoio e disponibilidade fez muita diferença! Sou grata! Kátia Milene e Juliana Bottechia obrigada por não fugirem da difícil tarefa de ler e propor correções gramaticais e ajustes às normas da ABNT, nessa dissertação. Deivemar obrigada por me ouvir e pelos conselhos. Alessandra, Ana Carolina, Danilo e Deise pela generosidade com a qual participaram da minha construção de dados, minha gratidão eterna! Ao professor e amigo Gerson Mól sou grata por seu apoio em muitos momentos difíceis. Suas palavras e atitudes fizeram com que eu percebesse que "tudo vale a pena, quando a alma não é pequena." (Fernando Pessoa). Érica Martins seu apoio na fase de elaboração do projeto foi muito importante. Aos professores do Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências, sou grata por compartilhar com generosidade seus conhecimentos. Ao professor Ricardo Gauche por ter intermediado meu encontro com a professora Malu Gastal, orientadora desse trabalho. Palavras-chave: Educação Sexual, narrativas autobiográficas, formação de professores.
Este estudo emergiu do desenvolvimento de uma atividade investigativa de escrita autobiográfica dos alunos do Curso de Educação Física da Universidade Regional do Cariri-URCA, em Crato-CE, durante o período 2009.1, na disciplina de “História da Educação Física”. A autobiografia é o caminho que possibilita a construção da memória individual, igualmente nomeada por Halbwachs (1990) de memória autobiográfica. Sua obra, “a memória coletiva” é o suporte teórico-metodológico desse trabalho. Utilizamos, ainda, o trabalho de Cavalcante (2008), “Identidade narrativa e autobiográfica”. O interesse surgiu da intenção de estimular à escrita e a reflexão dos futuros professores, além de obter elucidações da memória escolar e a contribuição na formação, identidade e na profissão do docente de Educação Física. Este trabalho tem o objetivo de relatar, através da autobiografia, a memória dos alunos e conhecer os motivos pela escolha do Curso e as experiências com as aulas de Educação Física em sua vida. Recuperar a memória dos alunos é também criar laços da história de vida com a comunidade, e que por sua vez, reflete na formação do docente de Educação Física. Possibilita ainda, analisar a trajetória de vida e propiciar a troca de vivências, além de ampliar as informações e o conhecimento o que significa abrir os calabouços para rever as aulas de educação física nas escolas. A pesquisa foi realizada com 30 alunos, na faixa etária entre 18 e 25 anos. Os resultados revelam que entre os motivos pela escolha do Curso ocorreu da relação do corpo, saúde e esporte e tiveram influência de amigos, professores de educação física na escola ou das academias e, principalmente, por terem uma trajetória de ex-atletas. No entanto, se para a maioria é o curso sonhado, para outros a escolha ocorreu como segunda opção. Nas memórias escolares, a maioria revela o gosto da participação da aula de Educação Física, no entanto, outros eram desestimulados pela predominância de aulas teóricas, dificuldades de espaço físico e do professor “da bola”. E, após esse itinerário, é o caso de perguntar, de que forma lembrar e escrever pode auxiliar a formação do professor de Educação Física? Ressaltaremos algumas contribuições, entre elas, a aproximação do aluno com a sua história de vida. Ele é o criador de uma narrativa que pode trazer lembranças e esquecimento das brincadeiras. O exercício de escrita autobiográfica no conteúdo da disciplina “História da Educação Física” fornece um rico material de reflexão pessoal e profissional. Concluímos que o encontro dos motivos da escolha do curso, as referências de professor e de aula de Educação Física e, principalmente, as contradições e as reconstruções possibilitam reconstruir a própria formação do docente dessa área de conhecimento.
Narrativas (Auto)Biográficas De Docentes Lgbtia+
Revista Humanidades & Educação, 2024
O presente trabalho tem como objetivo problematizar as narrativas (auto)biográficas de docentes LGBTIA+ sobre suas trajetórias educativas enquanto estudantes no contexto das questões de gênero e sexualidade. Essas narrativas são dispositivos potentes, que permitem o conhecimento, a partilha e a problematização de histórias de vida. Sendo assim, elas possibilitam conhecer as trajetórias educativas de pessoas LGBTIA+, permeadas por experiências marcadas por enfrentamentos, resistências e submissões relacionados às questões de gênero e sexualidade. Nesse sentido, os currículos desempenham um papel significativo na normatização e na transgressão de normativas binárias. Os/as docentes LGBTIA+ desta pesquisa atuam na rede pública municipal de Imperatriz/MA. A metodologia baseia-se nos estudos (auto)biográficos por meio da produção de narrativas por meio de entrevistas/ conversas, analisadas em diálogo com os estudos queerdecoloniais. A partir das narrativas dos/as docentes, percebe-se que as experiências vivenciadas ao longo de suas trajetórias enquanto estudantes apontam para processos de exclusão e de não reconhecimento de si nos currículos, nos quais, em certos momentos, as normatizações são impostas de forma compulsória. Somente no Ensino Superior o currículo ganha um novo status e se torna um espaço fértil para a transgressão e compreensão de si para esses/as docentes ao se verem reconhecidos, com assuntos sobre tais temáticas sendo abordados, o que não ocorreu nos currículos da Educação Básica.
A FORMAÇÃO CONTINUADA DE EDUCADORES A PARTIR DA JORNADA DO HERÓI: NARRATIVAS AUTOBIOGRÁFICAS EM FOCO
LOSTADA, L. R.; VENTURA, L.; CRUZ, D. M.. A FORMAÇÃO CONTINUADA DE EDUCADORES A PARTIR DA JORNADA DO HERÓI: NARRATIVAS AUTOBIOGRÁFICAS EM FOCO. In: Anais do XV Congresso Brasileiro de Ensino Superior a Distância (ESUD). Rio Grande do Norte: SEDIS-UFRN, 2018. , 2018
Este relato apresenta a experiência de formação continuada realizada no curso “Narrativa, autobiografia e formação de educadores”, ofertado pelo CEAD/ UDESC. Oferecido como extensão universitária, na modalidade a distância, nos primeiros semestres de 2016, 2017 e 2018, atualmente o curso está na sua terceira edição, que teve como público-alvo prioritário professores egressos do curso de especialização “Educação na Cultura Digital”, oferecido pela UFSC, mas também acadêmicos do curso de Pedagogia a Distância do CEAD/UDESC. O curso parte da definição de narrativa como categoria epistemológica, como metodologia de pesquisa científica e como metodologia formativa de educadores. O processo parte das histórias de formação dos cursistas como metodologia para a elaboração de um roteiro autoformativo, com base na Jornada do Herói. Os resultados indicam que os cursistas avaliaram positivamente a experiência de analisar, sob o foco da jornada do herói, sua história de formação como objeto de aprendizagem. Como indicado nas versões anteriores, constatou-se que as histórias de vida constituem alternativa relevante e eficiente aos modelos de formação de professores, pois leva-os a refletir seu percurso formativo e produzir novos conhecimentos a partir de seus memoriais autobiográficos.
Travessias, 2020
Universidade Federal de Lavras, UFLA, Lavras, Minas Gerais, Brasil, https://orcid.org/0000-0001-7876-8907 Márcia Fonseca de Amorim-marcia.amorim@ufla.br; Universidade Federal de Lavras, UFLA, Lavras, Minas Gerais; https://orcid.org/0000-0002-7316-6437 RESUMO: Este estudo tem por objetivo refletir sobre as questões sociais e raciais pertinentes ao exercício da docência no contexto escolar. Em uma pesquisa qualitativa (Minayo, 2001), são utilizados como corpus relatos pessoais e diários elaborados por uma das autoras durante o PIBID (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência), para melhor contextualização do cenário escolar a ser problematizado e analisado. Este trabalho identifica e enfoca o apagamento das culturas afro-brasileiras do espaço escolar, passando,então a discutir como isso influi diretamente na formação do sujeito e principalmente do professor em formação, apoiando-se em referências sobre questões étnicos-raciais (Munanga). Assim, problematiza-se, por meio de um olhar autobiográfico, como o apagamento étnico-racial presente em discursos na escola pode construir grandes barreiras e a não aceitação de si para alunos que provêm de classes sociais menos favorecidas. Ressalte-se que a etnia negra tematizada, apesar de abranger a maior parte da população brasileira, ainda sofre desprezo no contexto escolar. Embora os dados sejam oriundos de uma narrativa pessoal, acredita-se que esta investigação possa contribuir para a reflexão de professores em serviço e em formação no trato com estudantes de etnias diferentes da dominante. PALAVRAS-CHAVE: autobiografia, identidade racial, formação docente. 1 INTRODUÇÃO O presente trabalho é pautado na linha de pesquisa autobiográfica que contempla trabalhos de memória docente como forma de reflexão para desenvolvimento acadêmico-profissional. O objetivo do estudo é narrar e compreender a construção de identidades docente e étnico-racial, por meio das teorias da autobiografia, focando em lembranças próprias de episódios vivenciados por uma das autoras durante a formação escolar. Busca-se entender, por meio das teorias pertinentes, o cunho racista dessas vivências. A escolha desse tema se deu pela inquietação da pesquisadora diante das práticas que foram observadas, em sua formação acadêmica, durante a participação dela no PIBID (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência) e estágios obrigatórios e que também se assemelham a situações vivenciadas durante todo o processo de formação escolar. Especificamente, é apresentada uma reflexão
Master´s Dissertation - Federal University of Minas Gerais - Brazil, 2011
This is a case study which aims to analyze the autobiographical representations made by a Mexican immigrant in the US, Richard Rodriguez, of his identity and social inclusion processes, while being educated in the English language. Specifically, we focus on the lexicogrammatical choices made, regarding the participants, processes and circumstances that background his social identity construction within the family (Spanish) and public (English) contexts, in addition to the historically-situated discursive practices that underlie the transition between his two worlds and will help to build up the new self. Besides, we also shed light on those social actors whose roles played during the narrator´s assimilation process were considered to be relevant by the author. Excerpts which we judged to be the most relevant to represent the writer´s views were taken from the corpus ─ made up of a prologue and six chapters ─ and analyzed based on the Halliday & Matthiessen´s ideational metafunction, whose meaning is realized through the Transitivity System in the Systemic-Functional Grammar (GSF). The GSF was chosen because it focuses on the relation between language and other aspects of the social life, while the choice for the present corpus was made on the basis that it is canonical in the USA in the treatment of questions related to immigrants´ assimilation process in America and education in a second language. The analysis of the social actors is carried out according to Van Leeuwen´s (2003) theory of Representation of Social Actors, which has also proved to be especially useful in getting an understanding of the roles played by all involved in the narrative.
IDENTIDADES PROFISSIONAIS: UM ESTUDO DE NARRATIVAS (AUTO)BIOGRÁFICAS DE PROFESSORES DE OBOÉ
A tese é fruto de pesquisa de caráter qualitativo na qual foram entrevistados dezesseis professores de oboé de diferentes estados, incluindo as regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. Foram realizadas entrevistadas presencias que podem ser classificadas como narrativas (JOVCHELEVITCH; BAUER, 2002) ou episódicas (FLICK, 2002). Uma vez que as entrevistas trataram de diversas fases da vida e da carreira dos entrevistados, a pesquisa passou a ter perfil (auto)biográfico (BOLIVAR, 2002; FERRAROTI, 2014). Os dados foram analisados através da Teoria Fundamentada (CHARMAZ, 2009). A pesquisa buscou inicialmente compreender a relação entre a identidade profissional de professores de oboé e a forma como estes lidam com questões tais como o ensino, o lugar da música na universidade, os diferentes espaços de aprendizagem do oboé, entre outras. Do ponto de vista teórico, dois livros de Claude Dubar (2005; 2009) ocupam posição central ao longo da tese. A discussão da identidade de artistas que ensinam se baseou em textos de Louro (2004), Almeida (2009), Arruda (2012) e Thornton (2012) que abordam a relação do professor artista com a academia. Dois conceitos são propostos como forma de auxiliar a compreensão da identidade dos professores de oboé: O Mundo do Oboé e tecnologias do corpo. A tese está dividida em cinco seções: Caminhos teórico-metodológicos; Aprender, na qual se discute a formação dos professores entrevistados; Ensinar, na qual se busca compreender a teoria pedagógica de cada; Viver, na qual se discute como a identidade de oboístas se relaciona com os diferentes locais de atuação; e Conclusão, que propõe a existência de uma identidade forte de oboísta em torno da qual, como na metáfora do Girassol (LOURO,2004), giram as várias faces de atuação dos entrevistados. Apesar das diversas mudanças pelas quais passou a Área de ARTES/MÚSICA nas últimas décadas, ainda há conflito entre os professores e os parâmetros de produção artística, em particular na pós-gradução. Entre cada uma das grandes seções, foram incluídos um prelúdio, interlúdios e poslúdio, no quais um estilo mais livre, subjetivo e literário foi adotado, em contraste com o texto mais formal do restante do trabalho. Palavras-chave: ensino e aprendizagem do oboé; professores de instrumento; cultura conservatorial; identidade de professores.
Tese de Doutorado, 2017
Autoethnography was chosen as the methodological perspective for this research to support the investigation aims, i.e., the teacher educator and the teacher education program, in which the research role merge with his attitudes as a teacher educator characterized by the binomial subject/object.This methodological contribution provides the researcher with an uncomfortable experience in which his intimacy is revealed, while his life histories function as a background to characterize the purpose of the research. In this sense, it is sought through the role of the teacher educator/ researcher and his various contexts of action through his inquiries driven by both theoretical contributions and his experiences in the classroom and in the world. This work is organized as follows: an introduction which shows work objectives and foreshadowing the researchers locus of enunciation. The first chapter presents a theoretical discussion and debate about the methodological process chosen in this research, the autoethnography, aligned with narratives, which make up one of the characteristics of this investigation. Chapter II consists of a dive into the autoethnographic process focused on the English-language teacher educator, with narratives that represent some epiphanies from the history and life experience of the investigator in the course of research, as well as theoretical presuppositions guided by the Postmodern thinking, postcolonial, meaningmaking, New Literacies / Multilitreacies, and Critical Literacy. In the last chapter the unfolding of this autoethnographic process is presented through the presentation of Espitemological and Ontological Exercises in the education of the teacher educator, resuming the reflections of the previous chapters and raising questions for future investigations in this area. Finally, in the final considerations, it presented a general analysis of the work caused by the necessary completion of this research proposal.