A QUESTÃO DA LAICIDADE DO ESTADO BRASILEIRO E AS RELIGIÕES AFRO-BRASILEIRAS (original) (raw)

CONFLUÊNCIAS E PLURIPOTENCIALIDADES DAS RELIGIÕES AFRO-BRASILEIRAS

Interdisciplinar - Revista de Estudos em Língua e Literatura - Dossiê: Confluências da Literatura Afro-Brasileira, 2020

Partindo dos conceitos de confluência e pluripotência, tratados por Antônio Bispo dos Santos, na obra Colonização, quilombos: modos e significações (2015), explicitamos diferentes modos de existir e resistir das religiões afro-brasileiras em território diaspórico. Por meio dos exemplos das manifestações religiosas do terecô, da cidade de Codó, no Maranhão, e do jarê, da Chapada Diamantina, na Bahia, argumentamos em favor da pluripotencialidade e do bem viver em confluência com a natureza e as relações estabelecidas com os seres intangíveis enquanto dispositivos dessas comunidades em sua continuidade e salvaguarda. Com isso, pretendemos demonstrar aos leitores como a plasticidade dessas religiosidades não apenas colabora historicamente para a sua continuidade, mas também lhes confere a possibilidade de constante transformação, no sentido de sua repotencialização por intermédio da heterogoneidade de confluências. PALAVRAS-CHAVE: Confluência. Pluripotência. Religiões afro-brasileiras. Jarê. Terecô.

RELIGIÕES AFRO-BRASILEIRAS DENTRO E FORA DAS ESCOLAS

A diáspora forçada dos africanos para o Brasil, no qual diversos grupos humanos foram deslocados de suas sociedades e instituições religiosas, fez com que transladassem para o novo espaço social uma pluralidade de culturas, valores e práticas religiosas. Os escravos trouxeram com eles " fragmentos de cultura " , porém, desprovidas de instituições sociais que lhes davam expressão. Então, a constituição de comunidades religiosas afro-brasileira é o resultado do processo de reconstrução de novas identidades religiosas por essa pluralidade de fragmentos culturais.

O PERIGO PARA AS RELIGIÕES AFRO-BRASILEIRAS

Revista Olorun, 2015

Utilizando as falas de Pierre Verger, Roberto Motta e Gisele Cossard, o texto mostra os perigos que as teorias acadêmicas intelectuais representam para o Candomblé. Explica também a origem da palavra “acadafro” e seu significado como rótulo ao acadêmico iniciado.

A INFLUÊNCIA DAS RELIGIÕES AFRO-BRASILEIRAS NO FALAR DOS HOMOSSEXUAIS

NOVAIS, Valeria; MEIRA, Celio; PACHECO, Bruno, 2017

A fala, pensada como um construto identitário (BORTONI-RICARDO, 2004), revela os diversos lugares de subjetivação de um indivíduo em sua comunidade, através dela, é possível constatar o grau de escolarização, o status socioeconômico, a faixa etária, o pertencimento geográfico e o gênero do falante. Dessa forma, é com base, pois, na vertente sociolinguística, que o presente estudo se dedica a investigar como o dialeto das senzalas e dialeto das minas, (PÓVOAS, 1989), foram dissolvendo-se, gradativamente, em dialeto do povo-de-santo/ os falares africanos de terreiro (CASTRO, 2001). Taldialeto, conservado entre os falantes do candomblé, exerceu, e ainda exerce, forte influência na forma de comunicação de grupos minoritários, em especial, de homossexuais. Vale ressaltar que, em nossa cultura, a contribuição deixada pelo negro é perceptível em diversos "domínios sociais" (BORTONI-RICARDO, 2004), podendo ser, então, observada por variados aspectos, tais como: culinários, musicais, religiosos e, evidentemente, linguísticos. A metodologia utilizada nesta pesquisa foi desenvolvida, basicamente, a partir de três etapas: levantamento bibliográfico, pesquisa de campo e entrevistas. No primeiro momento, foram realizadas leituras de diversos autores que abordam a temática das culturas africanas e afro-brasileiras (BASTIDE, 1991; QUERINO, 2006; RAMOS, 1942; SILVA, 1993; CASTRO, 2001, etc.). No segundo momento, foram feitas as observações de campo, isto é, visitas a terreiros em dias de festas públicas e conversas com pessoas adeptas do candomblé. Por fim, foram realizadas entrevistas com membros de comunidades gays, a fim de esclarecer os usos específicos do dialeto homossexual. As entrevistas foram gravadas e depois transcritas e analisadas, servindo, assim, de referência na produção escrita da pesquisa. Os nomes dos entrevistados foram substituídos por pseudônimos para evitar qualquer constrangimento com as futuras publicações deste material.