Uso da terra, ciclo de vida da unidade doméstica e ciclo de vida do lote na Amazônia Brasileira (original) (raw)

Animais recolhidos pela Companhia Independente de Policiamento Ambiental Monte Roraima na área urbana de Boa Vista, Amazônia Brasileira

Wild animals collected by the Independent Company of Environmental Police Monte Roraima in urban area of Boa Vista, Brazilian Amazon, 2018

A expansão da população humana tem ocasionado perda de habitats naturais, somada à supressão de animais silvestres da natureza para o consumo humano ou para a manutenção destes como animais de estimação, são problemas sérios que devem ser resolvidos pelos órgãos ambientais governamentais. Assim, este estudo foi desenvolvido com o intuito de se conhecer quais espécies de animais silvestres são mais afetadas pelas atividades antrópicas em Boa vista, estado de Roraima, entre 2014 e 2016. Nós acessamos os dados das apreensões realizadas pela Companhia Independente de Policiamento Ambiental Monte Roraima, e registramos 214 indivíduos das Classes: Reptilia (n = 102), Aves (n = 76) e Mammalia (n = 36). Os répteis foram representados, em sua maioria, por quelônios (51,96%) e squamatas (42,16%), enquanto entre as aves, pássaros e papagaios representaram cerca de 70% das capturas do grupo. Para os mamíferos, Pilosa e roedores foram responsáveis por 50% dos resgates. Esses números representam uma pequena amostra da vida silvestre retirada da natureza, demonstrando a necessidade de se aumentar a força policial disponível e os recursos para operações de fiscalização. Também existe a necessidade de se desenvolver atividades de conscientização ambiental, uma vez que o consumo e a domesticação de animais silvestres são práticas culturais na região. Desse modo, este estudo identificou que quelônios, pássaros e papagaios devem ser utilizados como espécies-alvo para o direcionamento das atividades ambientais visando aumentar a efetividade do uso dos recursos disponíveis.

Curso de Pós-Graduação_Programa - Ecologia da Produção da Vida na Amazônia

2017

O curso abordará um conjunto de estudos empíricos, multidisciplinares, voltados para as relações entre populações indígenas, território, artefatos, plantas e animais na Amazônia. Por meio destes estudos, buscar-se-á refletir sobre a especificidade de uma ecologia da produção da vida na Floresta Tropical. Como já afirmava Lévi-Strauss na década de 1950, uma das grandes dificuldades na Amazônia é distinguir-se entre o selvagem e o doméstico, o dado e o construído, o natural e o cultivado. Pergunta-se: não seria essa indistinção, precisamente, o solo ontológico de tal ecologia? Para responder à pergunta, focalizaremos os biomas amazônicos, as formas de manejo, inscrição e domesticação da paisagem, bem como as práticas de caça, pesca, agricultura e criação de animais, combinando perspectivas etnográfica, arqueológica e ecológica. O curso contemplará, ainda, discussões sobre alguns dos principais paradigmas teóricos que, ao longo das últimas décadas, definiram esse campo temático. Além da bibliografia obrigatória, selecionamos textos complementares para alunos que queiram se aprofundar em determinado tema. Sempre que possível, incluímos textos em português em cada sessão a fim de que os possíveis alunos indígenas possam melhor acompanhar o curso. Sessão 1-Apresentação e introdução aos biomas amazônicos (15/08) Sessão 2-Antropogenia 1: limite, manejo, história (22/08) • Balée, William. 1989. "Cultura na vegetação da Amazônia brasileira". In: Neves, W. (org.) Biologia e ecologia humana na Amazônia: avaliação e perspectivas. Belém: Museu Paraense Emílio Goeldi. pp 95-109.

Quintal Espaço de Saberes e de Segurança Alimentar no Vale do Guaporé, Amazônia Meridional, Mato Grosso

2015

Este estudo, pautado nos pressupostos da Etnobiologia, teve como objetivo dialogar no espaco de um quintal quilombola com o conhecimento etnobotânico e as praticas tradicionais sobre a mandioca para uso alimentar em Vila Bela da Santissima Trindade, Mato Grosso. A abordagem qualitativa, a partir de tecnicas como a observacao participante e a entrevista semiestruturada, permitiu conhecer o uso e o manejo de quatro variedades cultivadas de mandioca com fins alimentar e a producao de farinha. A pratica tradicional do feitio da farinha de mandioca e uma atividade que traduz o conhecimento etnobotânico, desde os saberes para o cultivo da mandioca, suas variedades, selecao e manejo. Este conhecimento etnobotânico e a expressao da cultura, reporta a memorias e contam historias de familia e do povo das entrevistadas. E o saber-fazer resultante da pratica cotidiana, em uma rede complexa de saberes e conhecimentos que constituem uma oportunidade de conservacao ambiental, seguranca alimentar e...

Biologia e ecologia da polinização - v. 1

2006

em biologia e ecologia da polinização tem sido reconhecida tanto pela grande contribuição nesse campo da ciência quanto pelo impacto nas ações conservacionistas internacionais em prol dos polinizadores. Dr. Kevan foi um dos criadores da Iniciativa Internacional dos Polinizadores, cujos desdobramentos têm resultado em diversas iniciativas regionais para conservação e uso sustentado dos polinizadores ao redor do mundo. Atualmente, o professor Kevan além de liderar uma importante campanha pela conservação dos polinizadores, apoiada pela IUCN, está também implantando uma rede internacional de especialistas em polinização (INESP). Com sua grande experiência em pesquisas e sua admirável simplicidade, o Dr. Kevan juntou-se a nós na construção deste trabalho. Nossos agradecimentos a ele são muitos, pelo conhecimento compartilhado, pela disponibilidade e, sobretudo, pela amizade e generosidade. Os editores agradecem a todos os participantes e colaboradores do "Curso de Campo sobre Ecologia da Polinização", pela cooperação, amizade e experiências compartilhadas, que tornaram suas duas edições tão especiais. Uma menção em destaque aos colegas Dr. Vernon Thomas (University of Guelph) e Dra. Lygia Funch (UEFS) por suas valiosas participações durante o curso de campo de 2005. À Dra. Marina Siqueira de Castro (EBDA/UEFS), pelo grande apoio durante o curso de campo em 2003, e à MSc. Fabiana Oliveira da Silva (FTC/FJA), pela generosa colaboração prestada nas duas edições do curso. Aos monitores Camila Magalhães Pigozzo,

Análise Ambiental Na Amazônia Brasileira: O Caso Da Região Norte Do Brasil a Partir Dos Anos 2000

Revista de Administração e Negócios da Amazônia

O objetivo deste estudo foi traçar um panorama ambiental da região Norte brasileira a partir dos anos 2000. Foram utilizados indicadores que proporcionaram uma visão ambiental do território estudado, cujo resultado permitiu explicar as relações assumidas e desencadeadas pela ação humano na região, a partir dos anos 2000. Como variáveis de estudo, utilizou-se aquelas que relacionam os aspectos de proteção ambiental, uso e destinação do solo, bem como a incidência de produtos químicos, como o caso dos agrotóxicos decorrentes da ação humana. Como principais resultados pôde-se observar que a região Norte do Brasil ainda preserva seus recursos naturais e que ainda possui a maior faixa de floresta do país, especialmente por questões institucionais que impõe a obrigatoriedade de se manter intacta 80% das propriedades rurais com florestas primárias, sem contar as grandes áreas de preservação e reserva legal destinadas, exclusivamente, para estes fins. Porém a degradação e devastação ambient...

Perspectivas das ciências da biodiversidade no Brasil

2007

A temática da biodiversidade no Brasil alcançou um ponto crítico onde, por um lado, a ciência da biodiversidade aumenta em quantidade e em qualidade, enquanto que por outro, a destruição de habitats nos grandes biomas brasileiros se mantém em taxas alarmantes. Eu defendo que este paradoxo, numa perspectiva científica, tenha dois princípios centrais nos quais cientistas talvez devessem se concentrar. Primeiramente, embora as ciências relacionadas à biodiversidade no Brasil sejam de alto padrão se comparadas com o que é produzido no resto do mundo, o país ainda não detém a ponta do conhecimento em nenhuma destas ciências. E segundo lugar, a riqueza de informações produzida por fortes programas de pesquisa - como o Biota/Fapesp, ao qual este número especial de Scientia Agricola é dedicado - está apenas começando a auxiliar tomadores-de-decisão a aumentar a precisão e a qualidade das decisões referentes ao meio ambiente, mas ainda há muito a ser feito a este respeito. Portanto, eu discu...

Guardiões de um imenso estoque de carbono - Floresta Amazônica, populações tradicionais e o dispositivo da sustentabilidade

Ambiente & Sociedade, 2014

Tentativas de colocar em articulação a floresta amazônica e as chamadas populações tradicionais têm se intensificado bastante nas últimas décadas, tanto no âmbito acadêmico, quanto na militância ambientalista. Por sua vez, a noção de sustentabilidade, entendida, como um dispositivo estratégico, atua na intensificação de tal acoplamento, possibilitando leituras renovadas das relações entre povos tradicionais e a natureza da Amazônia. O propósito deste artigo é discutir e problematizar a referida articulação, tomando como subsídio análises de textos sobre a Amazônia publicados em jornais brasileiros de ampla circulação. Dentre os enunciados analisados, este texto coloca em destaque aqueles que tematizam as mudanças climáticas globais, descrevendo muitas vezes a floresta amazônica como um depósito de carbono e atribuindo às populações tradicionais o papel de protetoras deste carbono. Dessa forma, as discussões desenvolvidas buscam ressaltar (e problematizar) a capacidade que os discurs...

Efeitos do fogo sobre a taxocenose de lagartos em áreas de Cerrado sensu stricto no Brasil Central

2007

v À minha Mãe, À minha casa Terra, E àquelas pessoas que sonharam comigo, Que com elas sonhei, E ainda sonho... vi AGRADECIMENTOS Agradeço a cada fração da Criação que convergiu para o sucesso deste trabalho, deste curso, desta etapa da minha vida. À Iahweh meu Pai, rochedo que treina minhas mãos para a batalha, meu chão e minha fortaleza. Por tantas bênçãos. À minha família, berço onde foi plantada e cultivada semente de amor pela Vida, em cada nuance da Natureza como Música de Deus. Por sempre me motivarem e apoiarem tanto. Ao meu orientador, Guarino, quem se tornara um grande amigo. Pela oportunidade, por seu exemplo profissional, pelo companheirismo e boa convivência, mas principalmente por todo incentivo e ensinamentos sobre a biologia e a vida. À todos amigos, colegas e agregados do Laboratório de Herpetologia da UnB: por terem me recebido tão amigavelmente e feito de minha estadia em Brasília um tempo fraterno entre vocês; por terem me auxiliado inúmeras vezes, principalmente no campo; e pelas críticas que tanto contribuíram para o refinamento deste estudo. , e Júlio. Mas em especial à dedicação da companheira de trabalho Elisa Coutinho de Lima que participou em todas as etapas do projeto e aos que trabalharam extensivamente no campo: Luiz Felipe, Bernardo, Filipe, Thiago Esteves, Camila, e também Ianá, Dellana e Nádia. Aos pesquisadores H. S. Miranda, S. M. A. Andrade, M. L. Salgado-Labouriau, e P. H. Valdujo pelas conversas esclarecedoras; D. O. Mesquita, F. G. R. França, F. P. Werneck, e M. M. Vasconcellos, pelos comentários; e C. Nogueira, pelo material das armadilhas. vii Ao Prof. Miguel A. Marini, pelas críticas e sugestões na qualificação do projeto. À banca examinadora, pelas correções, críticas e sugestões para o artigo. À Reserva Ecológica do Roncador/IBGE pela parceria na realização do trabalho, em especial Mírian, Bethânia, os Três Mosqueteiros e à Dra. Heloisa S. Miranda (Departamento de Ecologia, UnB) coordenadora do "Projeto Fogo". À CAPES pela bolsa de mestrado concedida. À Universidade de Brasília: através do Departamento de Zoologia, pelo suporte técnico (em especial para Santinho e Patrícia); do PPG em Biologia Animal e do DPP, pelo suporte técnico e financeiro à pesquisa (em especial para Nara); do SPS-DDS/DAC, pelos auxílios moradia e alimentação recebidos durante o curso; e da Garagem, em especial aos motoristas, Vandélio, Luiz e Ezaías. Agradeço também a todos que, mesmo indiretamente, foram muito importantes, em especial: À querida Kêmeli sempre tão presente em minha vida. Aos amigos de todas as horas Danielzinho e Mari, pela afetuosa amizade em Brasília e por sempre terem me ajudado em tudo. Ao caro professor Renato Feio (UFV), quem me iniciou na Herpetologia e indicou-me os primeiros passos da profissão que me trouxeram aqui. Aos queridos amigos: Jana, Vó Carlota, Tia Clarisse e toda a família pelo suporte em Brasília; Eurípedes, João Paulo, Luiz e Eduardo, fraternos companheiros de república; Soha e família; Marcelão, Adnilton, Fernando e Raimunda, da Colina; Renatão, Mariana e Maria Carolina, amigos das antigas que se fizeram presente também nesta etapa. Mas também Pedro

A vocação da Amazônia é florestal e a criação de novos estados pode levar ao aumento do desflorestamento na Amazônia brasileira

Estudos Avançados, 2012

O Pará detém uma rica diversidade de ecossistemas. Contudo, é um dos Estados que mais contribuem para o desmatamento na Amazônia. Atualmente, 22% do Estado foram desflorestados. Uma nova política de ocupação está sendo estudada para a Amazônia, baseada na criação de novos Estados. A criação de novos Estados pode aumentar o desmatamento na Amazônia, especialmente em regiões onde a fronteira agropecuária e mineraria é intensa como no Pará. Este estudo compara as mudanças da representatividade das áreas protegidas e do desmatamento, considerando a proposta de divisão do Estado do Pará em três novos Estados. A criação dos novos Estados pode levar a uma diminuição ou mesmo eliminação de algumas unidades de conservação, o que terá como consequência direta o aumento do desmatamento. Outra consequência grave da criação de novos Estados será a extinção do Zoneamento Ecológico-Econômico do Pará, um importante instrumento de políticas públicas. A criação de novos Estados deve ser precedida de ...

Desenvolvimento sustentável na Amazônia brasileira: Significados e conceitos

Education Policy Analysis Archives, 2020

Na Amazônia, as relações sociais, políticas e econômicas são mediadas pela natureza e pelos programas, ações e regulamentações implementadas pelo Estado na realidade cotidiana. Entre estas regulamentações estão presentes as políticas públicas educativas de Educação Ambiental, as quais, nos últimos anos, tem difundido o conceito de desenvolvimento sustentável. Com esses elementos, esta pesquisa tem como objetivo principal: conhecer as representações sociais que, elaboradas por docentes no contexto da Amazônia, dão significados ao conceito de desenvolvimento sustentável. Metodologicamente, a pesquisa foi construída com base na Teoria das Representações Sociais, abordagem etnográfica, a partir da colaboração de 121 docentes com formação em Pedagogia. Para coletar as informações adotamos questionários, dois grupos de discussão e a observação participante. A pesquisa indica que a natureza, os problemas ambientais e a cultura amazônica exercem uma forte influência na representação do conc...