Oliveira, Marcos Aurélio Guedes de; Neto, Ricardo Borges Gama; Lopes, Gills Vilar (Org.). 2016. Relações Internacionais Cibernéticas (CiberRI): Oportunidades e Desafios para os Estudos Estratégicos e de Segurança Internacional. Recife: Editora UFPE. (original) (raw)

Resenha de: Oliveira, Marcos Aurélio Guedes de; Gama Neto, Ricardo Borges; Lopes, Gills Vilar. 2016. Relações internacionais cibernéticas (CiberRI): oportunidades e desafios para os estudos estratégicos e de segurança internacional. Recife: Ed. da UFPE. (Coleção Defesa e Fronteiras Virtuais; 3).

Revista Brasileira de Estudos de Defesa, 2018

Aos chamados três tradicionais espaços comuns globais - o marítimo, o aéreo e o espacial - soma-se, nas últimas décadas, o ciberespacial. Num esforço exemplar, este terceiro volume da Coleção “Defesa e Fronteiras Virtuais”, através de seus autores e organizadores sul-americanos, traz reflexões que buscam entrelaçar o cabedal teórico das Relações Internacionais com os estudos de Segurança e Defesa Cibernética.

[TESE DE DOUTORADO] Relações Internacionais Cibernéticas (CiberRI): uma defesa acadêmica a partir dos Estudos de Segurança Internacional

2016

Esta Tese tem como objetivo-mor defender a criação de Relações Internacionais Cibernéticas (CiberRI), um subcampo internacionalista cujo objeto de estudo é o impacto do ciberespaço nas relações internacionais. Como marco teórico, elegem-se os Estudos de Segurança Internacional, haja vista o uso de conceitos pertinentes a eles, tais como guerra, segurança e poder cibernéticos. Assim, a revisão de literatura envolve, principalmente, autores clássicos e modernos de Ciências Sociais, Ciência Política e Relações Internacionais (RI), passando, de forma auxiliar, por Ciência da Computação, Ciência da Informação, Direito, Educação e Filosofia da Ciência. O presente trabalho se divide em três partes principais. A primeira delas situa CiberRI em uma posição cientificamente válida, tendo como parâmetro a aparente dicotomia entre ciências humanas/sociais e naturais, sempre interligada pelos estudos políticos e internacionalistas acerca do poder. Estabelecidos os limites e objeto de CiberRI, engendra-se o Modelo 3C, que visa a sistematizar a excessiva fragmentação temática sobre o ciberespaço em RI, cujos pressupostos (Coerência epistemológica, Consistência teórico-metodológica e Coordenação acadêmica) ligam-se, inexoravelmente, aos três elementos metateoréticos em RI (Ontologia, Epistemologia e Metodologia) e a três campos do saber (Doxológico, Epistêmico e Teórico). A segunda seção apresenta a defesa acadêmica propriamente dita de CiberRI, tendo como base o tripé constitucional que rege as universidades brasileiras: ensino, pesquisa e extensão. Nesse ponto, propõem-se mudanças curriculares e exemplifica-se como ocorre a institucionalização desse novo campo de ensino em universidades estrangeiras, apontando caminhos para a brasileira. Ademais, a definição, aqui, de Era dos Ruídos ajuda a contextualizar alguns acontecimentos ciberinternacionais, como o Caso Snowden, assaz pesquisado pela comunidade epistêmica de RI. A terceira seção evidencia como CiberRI pode impactar RI. Assim, cria-se e aplica-se o conceito de Software Power como uma ferramenta analítica para a política internacional hodierna, ajudando a “atualizar” RI para as idiossincrasias cibernéticas deste século. Em seguida, aplica-se o Modelo 3C à análise dos trabalhos publicados nos anais do Encontro Nacional da Associação Brasileira de Estudos de Defesa (ABED), identificando como eles tratam a questão do ciberespaço. Seus principais achados apontam para um parco diálogo com os elementos metateoréticos de RI, ao passo que o aumento da importância dada ao tema mostra-se estatisticamente significativa. Devido ao desenho de pesquisa e aos objetivos desta Tese, segue-se a estratégia de metodologia mista do Nested Analysis, com o uso tanto de métodos qualitativos quanto quantitativos, tais como software estatístico, pesquisa bibliográfica e documental, análise de discurso, webometria e a técnica da análise de correspondência simples (Anacor). This Ph.D. Dissertation aims to defend the creation of International Cyber Relations (CyberIR), an internationalist subfield whose object is the impact of cyberspace in international relations. As a theoretical framework, the International Security Studies subfield is chosen, considering the use of concepts pertinent to it, such as cyber warfare, cyber security and cyber power. Thus, the literature review involves, mainly, classical and modern authors of Social Sciences, Political Science and International Relations (IR), passing, in an auxiliary way, by Computer Science, Information Science, Law, Education and Philosophy of Science. This work is divided into three parts. The first one places CyberIR in a scientifically valid position, having as a parameter the apparent dichotomy between social and natural sciences, always interconnected by political and internationalist studies of power. Once the limits and object of CyberIR have been established, 3C Model is constructed, aiming to systematize the excessive thematic fragmentation on the cyberspace in IR, whose presuppositions (Epistemological Coherence, Theoretical-Methodological Consistency and Academic Coordination) are inexorably linked to both the three metatheoretical IR elements (Ontology, Epistemology and Methodology) and fields of knowledge (Doxological, Epistemic and Theoretical). The second section presents the proper CyberIR academic defense, based on the constitutional tripod that governs Brazilian universities: teaching, research, and extension. At this point, curricular changes are proposed and the institutionalization of this new field of teaching in foreign universities is exemplified, pointing ways to the Brazilian one. In addition, the Age of Noise definition helps to contextualize some cyberinternational events, such as the Snowden Case, which has been strongly researched by the epistemic community of IR. The third section shows how CyberIR can impact IR. Therefore, the Software Power concept is created and applied as a framework of analyses for the current international politics, thus "updating" IR to the idiosyncrasies of this century. Then, 3C Model is applied to the analysis of the works published in the proceedings of the Brazilian Association of Defense Studies (ABED)’s National Meeting, identifying how they treat the cyber issue; The findings point out to a few dialogues of these with metatheoretical IR elements, while the increase in importance given to the theme shows itself statistically significant. Due to the research design and the objectives of this work, the methodology of Nested Analysis is followed, with the use of both qualitative and quantitative methods, such as statistical software, bibliographical and documentary research, discourse analysis, Webometrics and technique of simple correspondence analysis (Anacor).

CiberRI ou introdução aos estudos sistemáticos sobre o ciberespaço no tripé ensino-pesquisa-extensão de Relações Internacionais

Meridiano 47 - Journal of Global Studies, 2018

Este artigo tem como objetivo geral definir limites e potencialidades dos estudos sistemáticos sobre o ciberespaço no âmbito do ensino, da pesquisa e da extensão em Relações Internacionais. Para tanto, sugerem-se, dentre outros, adequações curriculares, tanto na graduação quanto na pós-graduação desse campo científico, à luz do que se chama de Relações Internacionais Cibernéticas (CiberRI). This article aims to define the limits and potentialities of studies on cyberspace in International Relations teaching, research, and extension. Therefore, curricular adaptations are suggested, both in the undergraduate and graduate levels of this scientific field, in the light of what is called Cyber International Relations (CyberIR).

RELAÇÕES INTERNACIONAIS CIBERNÉTICAS (CiberRI): o impacto dos Estudos Estratégicos sobre o ciberespaço nas Relações Internacionais

Anais eletrônicos do IX Congresso Latino-Americano de Ciência Política (ALACIP), 2017

Resumo: Os estudos de Relações Internacionais (RI) sobre o ciberespaço têm ganhado fôlego neste início de século. Observa-se um movimento de institucionalização sobre tal temática nas principais universidades do mundo, sem se esquecer da crescente quantidade de publicações científicas nessa área. Isso se deve, em grande parte, ao aspecto securitário que envolve tal ambiente – Segurança Cibernética –, a ponto de a comunidade epistêmica de RI já falar, até mesmo, em termos como: arma cibernética, defesa cibernética, guerra cibernética, Guerra Fria cibernética, poder cibernético e potências cibernéticas. O achado mais importante aqui – à luz do estilo qualitativo de pesquisa – diz respeito à criação e ao reconhecimento do subcampo de Relações Internacionais Cibernéticas (CiberRI) em RI. Palavras-chave: Ciberespaço. Estudos Estratégicos. Relações Internacionais. Segurança Internacional. Abstract: International Relations (IR) studies on cyberspace have boosted at the beginning of this century. It is observed an institutionalization on this subject in the world’s main universities, without losing sight of growing amount of scientific publications in this area. This is due, in large part, to the security aspect surrounds such an environment - Cyber Security -, so that the IR epistemic community already so-calls even terms such as: cybernetic weapon, cyber defense, cyber warfare, cyber-Cold War, and cyber power(s). The most important finding here - in the light of the qualitative style of research - concerns the creation and recognition of the subfield of Cyber International Relations (CyberIR) in IR. Keywords: Cyberspace. Strategic Studies. International Relations. International Security. Resumen: Los estudios de Relaciones Internacionales (RRII) sobre el ciberespacio han ganado aliento a principios de este siglo. Se observa un movimiento de institucionalización sobre tal temática en las principales universidades del mundo, sin olvidar la creciente cantidad de publicaciones científicas en esa área. Esto se debe, en gran parte, al aspecto securitario que implica tal ambiente - Seguridad Cibernética -, hasta el punto de que la comunidad epistémica de RRII ya habla en términos como: arma cibernética, defensa cibernética, guerra cibernética, Guerra Fría cibernética, poder cibernético y potencias cibernéticas. El hallazgo más importante aqui – a la luz del estilo cualitativo de investigación – se refiere a la creación y el reconocimiento del subcampo de Relaciones Internacionales Cibernéticas (CiberRRII) en RRII. Palabras clave: Ciberespacio. Estudios Estratégicos. Relaciones Internacionales. Seguridad Internacional.

A cibersegurança sob o prisma das Relações Internacionais

Revista Relações Exteriores, 2021

As ameaças cibernéticas vêm aumentando à medida que o mundo se torna, cada vez mais, conectado e as principais estruturas dos países passam a depender fortemente do espaço cibernético. A transformação digital, acelerada pela pandemia da Covid-19, trouxe, à tona, a realidade de um mundo digital bastante desigual e exposto aos mais diversos tipos de conflitos cibernéticos. No que tange à economia mundial, os prejuízos financeiros, relacionados aos cibercrimes, estão estimados na casa de um trilhão de dólares. Perante este fato, as ameaças, ocorridas no ciberespaço, estão entre os principais riscos globais analisados pelo Fórum Econômico Mundial. No campo das Relações Internacionais, a cibersegurança já se incorporou à agenda de segurança dos Estados e, devido a sua abrangência e transversalidade, deve ser abordada sob uma perspectiva ampla e multissetorial. Assim, este artigo traz o conceito de ciberespaço e delineia um panorama dos principais ataques cibernéticos que causaram grandes impactos no contexto mundial. Além disso, é apresentada uma visão sistêmica da cibersegurança com destaque para os seus pilares fundamentais, como também, para as áreas e setores por ela abrangidos. Por fim, é feita uma análise da atual conjuntura da cibersegurança, no cenário internacional, considerando o Índice de Cibersegurança Global (GCI) da União Internacional das Telecomunicações (UIT).

Análise da Política Cibernética de Defesa brasileira à luz dos Estudos Estratégicos

Resumo: O presente trabalho tem como objetivo principal analisar a Política Cibernética de Defesa (PCD), lançada em 2012 pelo Ministério da Defesa do Brasil. Com as proximidades de grandes eventos internacionais em solo tupiniquim -Copa do Mundo 2014 e Olimpíadas 2016 as Forças Armadas (FA) brasileiras, por meio da PCD, impulsionam, ainda mais, o setor cibernético, o qual é alçado à categoria de estratégico, graças à Estratégia de Nacional de Defesa, de 2008. Conclui-se que a PDC confere um espaço relevante e necessário ao setor estratégico cibernético, quando visa a orientar as atividades de defesa cibernética, em caráter estratégico, e as de guerra cibernética, nos níveis operacional e tático, no âmbito das FA brasileiras.

BIAZATTI, Bruno de Oliveira. “Ataques cibernéticos e seus impactos na definição de conflitos armados não internacionais”, Alethes, v.5, 2015, p.257-280.

A ameaça cibernética é atualmente um dos mais sérios desafios de segurança econômica, financeira, política e militar a ser enfrentado pelos Estados. Os recursos cibernéticos, que revolucionaram a forma dos seres humanos se comunicar entre si, também são usados para fins militares por Estados e por grupos não estatais, podendo até configurar conflitos armados. Especificamente, um conflito armado de natureza não internacional formar-se-á quando um Estado envolve-se em hostilidades intensas contra um grupo armado não estatal organizado ou quando as hostilidades ocorrem entre dois ou mais grupos desta mesma natureza. O presente trabalho analisará os dois elementos condicionantes a existência destes conflitos (a organização interna do grupo armado e a intensidade mínima das hostilidades) à luz dos ataques cibernéticos, de forma a destacar as particularidades destes, quando comparados com os meios e métodos tradicionais de guerra, e as dificuldades para adequá-los as normas humanitárias ora vigentes.