O Libro de medicina, cirugía, e botica: um manuscrito anônimo de Matéria médica rioplatense da primeira metade do século XVIII (original) (raw)
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2019
Neste artigo, apresentamos a analise dos capitulos que compoem o Libro de cirugia , de 1725 , um manuscrito ainda inedito e anonimo de medicina e farmacia, que se encontra na Biblioteca do convento da ordem franciscana de Catamarca, Argentina, apontando tambem para as evidencias da apropriacao de autores classicos e contemporâneos ao autor-compilador. Sua transcricao e analise contribuem significativamente para a reconstituicao da cultura cientifica vigente na America platina do Setecentos, principalmente, no que concerne aos saberes e as praticas medicinais que circulavam na regiao e eram empregados nas reducoes jesuiticas da Provincia Jesuitica do Paraguai. Palavras-chave: Libro de Cirurgia, reducoes jesuiticas, Provincia Jesuitica do Paraguai
A primeira bibliografia médica do Rio de Janeiro (século XIX)
Revista Brasileira de História da Ciência
Em tese apresentada à Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, aos 4 de dezembro de 1851, o então aluno Francisco Xavier da Veiga registrou a primeira sistematização de obras médicas e cirúrgicas, publicadas ou conhecidas, na cidade, após a instalação das escolas de medicina em 1832. Esse trabalho pioneiro ainda é pouco mencionado pela historiografia brasileira e a relação dos livros selecionados também não é muito explorada por aqueles que investigam os estudos médicos no Brasil do século XIX. Desse modo, o objetivo deste artigo é apresentar uma inédita transcrição integral desse singular inventário de Xavier da Veiga, precedida de uma breve introdução sobre o autor e sua obra.
A Arte de Enfermeiros (1741): aspetos do léxico relativo a doenças e remédios no século XVIII
Panace@, 2020
, a publicação de manuais de enfermagem é bem mais tardia do que a de tratados de medicina. A primeira obra desse género é a Postilla Religiosa, e Arte de Enfermeiros (1741), escrita pelo Padre Diogo de Santiago. Na Parte ii desta obra, o autor descreve não só os tratamentos e as mezinhas que costumava administrar aos enfermos, mas também os cuidados a ter, em função da doença, com a alimentação e a higiene. O objetivo deste trabalho é analisar uma amostra constituída por nomes e expressões relativos a enfermidades e remédios. Testemunho da linguagem de um enfermeiro do século xviii, a Arte de Enfermeiros é uma fonte relevante quer para o estudo da língua desse século, quer para o conhecimento das terminologias então usadas no domínio dos cuidados de saúde.
História (São Paulo)
Resumo Na primeira metade do século XVIII, os tratamentos contra enfermidades, os procedimentos cirúrgicos e os cuidados com o corpo direcionados para a saúde dos súditos seguiam sendo divulgados em obras de medicina ainda sob inspiração hipocrático-galênica. Em Portugal, nesse período, muitos dos tratados médicos foram escritos ou, então, traduzidos com o propósito de facilitar o reconhecimento de determinadas doenças, seus sintomas e a adoção das terapêuticas mais indicadas para seu tratamento, e que previam, desde receitas, cujos ingredientes incluíam plantas medicinais e alimentos, até procedimentos cirúrgicos. Nesse artigo, nos debruçamos sobre as obras Cirurgia Anatômica (1715), de Monsieur Le Clere, Âncora Medicinal (1721), de Francisco da Fonseca Henriquez, e O Practicante do Hospital convencido (1756), de Manoel Gomes de Lima, buscando evidenciar os significados dos seus discursos na configuração de determinados conhecimentos sobre os modos de lidar e tratar o corpo enfermo...
As medicinas das Minas Gerais a partir de três manuais Setecentistas
Khronos, Revista de História da Ciência , 2020
O presente estudo trata de três manuais médicos escritos por cirurgiões licenciados nas Minas Gerais-o Erário Mineral (1736), a Relação cirúrgica e médica (1747) e o Governo de Mineiros [...] (1770). A partir deles, discutirei brevemente os limites da atuação desse tipo de profissional na colônia portuguesa nas Américas e a escritura de obras de cunho prescritivo por não-médicos, interrogando quais as doenças recorrentemente identificadas por eles, quais os tratamentos indi-cados, quais os referenciais médicos anunciados, que tipo de medicamento era comumente indi-cado e para quem esses remédios eram receitados. Percorrendo esse caminho, o objetivo é dar os principais contornos do que fora uma importante faceta da prática oficial de curar nas Minas Setecentistas.
Antíteses, 2022
Entre as atividades plurais levadas a cabo pelos jesuítas em sua atuação missionária, o tratamento corporal dos fiéis ocupou lugar nada desprezível. Além de atender os doentes em hospitais e enfermarias, religiosos da Companhia de Jesus produziram e registraram seu conhecimento médico e farmacológico em documentos que, grosso modo, podem ser chamados de “cadernos” ou “coleções de receitas”. São cotejados três desses exemplares manuscritos, produzidos no século XVIII, nas então possessões lusas, na América e na Ásia: um que dava conta das boticas dos “quatro cantos do mundo”, um goense e um atribuído aos inacianos. Aqui, debruçar-nos-emos sobre as recomendações alimentares que acompanhavam essas fórmulas medicamentosas, procurando sublinhar o que deveria ser consumido, evitado ou proibido aos doentes durante os tratamentos. Ao considerar essas indicações, nosso objetivo é depreender o entendimento desses religiosos sobre o adoecimento e a cura – incluindo os achaques mais frequentes, posto que mereceram destaque, e os referenciais anunciados que respaldavam suas prescrições –, além dos elementos disponíveis para sanar os males corporais dos enfermos.
RESUMO: O presente trabalho discute textos e contextos da prática cirúrgica em Portugal, e em sua extensão territorial, América portuguesa, no século XVIII. Aborda da obra Luz Verdadeira, e recopilado exame de toda a Cirurgia, de 1705, redigida pelo cirurgião António Ferreira (1626-1679), ao material inédito intitulado Biblioteca de Cirurgia de 1798 de autoria do cirurgião António Rodrigues Portugal, (1738-?). Examina-se a participação dos "estrangeirados" no processo de disseminação e desenvolvimento do conhecimento médico-cirúrgico setecentista. Analisa-se a temática com obras de relevo da historiografia da medicina brasileira e portuguesa dentro do âmbito de História das Ciências. Este artigo é uma contribuição para compreendermos a Cirurgia dentro das transformações do pensamento científico médico-cirúrgico no efervescente período setecentista. // ABSTRACT: The present study analyses written documentation and historical context of surgical practices in Portugal and in Portuguese America in the 18th century. We approach the known manual Luz Verdadeira, e recopilado exame de toda a Cirurgia, 1705, written by António Ferreira (1626-1679), and the unknown Biblioteca de Cirurgia, 1798, written by António Rodrigues Portugal, (1738-?). This article intends also to make a critical review of the involvement of the estrangeirados on the spread and development of medical surgical knowledge in the 18th century. The theme is analyzed with relevant Brazilian and Portuguese works from the historiography of medicine within the scope of History of Science. This paper is a contribution to understanding the Surgery within the transformations of medical surgical thought in the 18th century.