Entre a Pobreza e a Raça: Representações Sociais dos Estudantes Negros e Ação Afirmativa na UFES (original) (raw)
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TRAJETÓRIAS SOCIOESPACIAIS DE ESTUDANTES NEGRAS E NEGROS DA UFG
Sentir é questão de pele..." Gilberto Gil 6 AGRADECIMENTO ... Bem, decide começar minha monografia pelos agradecimentos (no entanto, só agora, no fim da produção da monografia pude terminar devidamente). Por quê? Acho que essa é uma das partes principais de uma obra, em que, o não-dito, mas, ao mesmo tempo, importe para a produção é colocado; as motivações, os incentivos, as ajudas, as influências etc. são explicitadas. Também, acredito que no período de estresses, crise e atribulações da reta final da produção teórica não conseguiria me expressar da mesma maneira (é o que acontece agora). Com certeza me faltará algo nesse momento. Assim, gostaria de ressaltar que em minha trajetória, as vezes conturbada as vezes tranqüila, várias pessoas passaram por minha vida influenciaram diretamente em mim e nos caminhos que tomei até aqui. Nesse instante me vem a cabeça passagens de minha infância; marcadas pelas fugas da escola devido o medo, a timidez incondicional, o pé atrás diante dos problemas, as palavras-não-ditas, os atos-não-realizados, (o retraimento total!)... Fruto da violenta atuação do racismo, que certamente apunhalou uma alma -como também deve ter apunhalado várias. Mas isso também me faz recordar das pessoas que me ensinaram a lutar contra esse mal, ou, até mesmo, contra eu mesmo, e refletir dos porquês e porquês desses sentimentos indigestos. Nesse sentido, primeiramente agradeço meus avós, Maria Luiza, Antônio Lúcio (Lução), Maria Valquiria e Antônio Marçal (Toin), por terem me ensinado coisas que escola nenhuma conseguiria; sobre o mundo, a vida, a morte, o sertão... Agradeço a meus pais, José Neto e Lucília Valquiria, por terem depositado em mim toda a confiança e esperança mesmo em momentos que me desvirtuei. A minhas irmãs: Carlianne, por sempre se mostrar presente e me ajudar em minhas dificuldades com as letras; Fabiana, filha do vento, que pode me dar o ar da luta pela liberdade negra; Gorete, pela força e inteligência que sempre me serviram de inspiração; Lorena, que no desabrochar do negrume me deu sentido e força para a luta; Raquel, que calma e cândida me possibilitou momentos agradáveis e inesquecíveis; Cinthia, pelas prosas bobiças e engraças, mas ao mesmo tempo sérias; Manoela, pelos pagodes da vida... ; Gleacy, pelo bombardeio de sentimentos; Kênia, que ainda tem que me ensinar a fazer mapas no Arcview; Ana Paula, pelos bons momentos na Congada; Daya, e também a nova residente do mundo, Sofia, por me ensinarem sobre mim mesmo; Odília, por ter me levado em um lugar em que pessoas subiam nuas pelas arvoras; Thaís, pela a amizade e os momentos de inconfidência.. 7 Aos meus irmãos: Douglas (marrentinho), pelas críticas duras e sempre construtivas e pelos bons momentos compartilhados junto ao Vila (Eeôôôô, vai pra cima deles Tigrão!!); Jhonis, o novo intelectual da diáspora, pela amizade sincera; André (Nego Bel), por me mostrar que existe muito mais além dos livros; Welberg, pela serenidade que me passa; Reginaldo, por tentar me mostrar o lado bom de Brasília; Alan, que em seu novo caminho pode me advertir sobre outras perspectivas de mundo; Tertuliano, um verdadeiro companheiro, né?; Erikson, pelo swing que nos passa; Antonio Leite, pela malandragem da roça que me ensina.... As minhas colegas de turma: Juliana, Janine, Flávia, Marinez, Lídia, Rafaela, Denise, Márcia... Aos meus colegas de Turma: Dionísio, Antônio, Daniel (Buffo), Edgar (Frango), Diogo,... Sem vocês a universidade não teria graça nenhuma.
Revista Contemporânea de Educação
Neste artigo busco analisar projetos de escolarização construídos por discentes negros, oriundos de famílias de baixa renda, que ingressaram na universidade, mediante sistema de cotas. O implemento de ações afirmativas para o ingresso no ensino superior tem assumido fundamental importância para a efetivação de tais projetos. No entanto, além das dificuldades de ordem material, são significativos os desafios de ordem simbólica. Tem-se observado concepções e práticas discriminatórias por parte de grupos, agentes institucionais ou nas relações interpessoais. Conclui-se que as concepções de justiça subjacentes às políticas de ação afirmativa, propulsoras da objetivação do projeto de ingresso na universidade, não são observadas no que se refere à permanência e à conclusão do curso superior. Palavras-chave: Estudantes negros. Ações afirmativas. Ensino superior.
Uma Analise Das Políticas Afirmativas Nas Universidades Federais: Cotas Para Estudantes Negros
História: Espaço Fecundo para Diálogos 2
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Ações Afirmativas e O Princípio Da Igualdade: Cotas Para Negros Em Universidades Públicas
Argumenta Journal Law, 2011
O presente artigo analisa de forma atenta o instituto das acoes afirma-tivas no que tange as cotas universitarias para negros e, como estas sao instituidas no ordenamento juridico patrio, confrontando-as com o principio da igualdade a fim de verificar se estas acoes coadunam-se com o conteudo juridico daquele principio. Para chegar a conclusao da necessidade da inclusao do outro, de forma harmoniosa como o preceito igualitario.
“Eu, Cientista?!”: Trajetórias Negras e Ações Afirmativas Na Ufrgs
Revista da Associação Brasileira de Pesquisador s Negr s - ABPN, 2019
Este artigo resulta da participação no edital "Negros e Negras nas Ciências", promovido pela Fundação Carlos Chagas, em 2016, com o projeto de pesquisa "Trajetórias Negras e Ações Afirmativas na Universidade Federal do Rio Grande do Sul", cujo objetivo era caracterizar demandas e experiências de estudantes cotistas e identificar suas boas práticas de permanência na universidade, com ênfase nas estratégias e desafios do ingresso, permanência e sucesso na vida universitária. Com esse foco, na linha "Experiências e boas práticas voltadas para atrair e qualificar jovens nas áreas de Ciências Exatas, Biológicas, da Saúde e Tecnológicas", levamos a cabo uma pesquisa qualitativa, que contemplou questionários e grupo focal com universitários negros, cotistas e não cotistas, de uma universidade pública do sul do Brasil (Universidade Federal do Rio Grande do Sul). Neste artigo, apresentaremos resultados que evidenciam obstáculos vividos pelos estudantes em seu ingresso, permanência e sucesso na vida universitária, como o enfrentamento ao racismo no meio acadêmico, e ao mesmo tempo estratégias que criam para lidar com esses desafios.
2018
Este trabalho aborda as acoes afirmativas no Brasil voltadas a populacao negra, no interior da sociedade de classes, levando em conta os desafios, perspectivas de acesso nos cursos de graduacao, tendo como referencia a Unioeste. Trata-se de uma pesquisa bibliografica e documental cuja exposicao esta organizada em tres capitulos. O metodo teorico-metodologico que norteou este trabalho se da pela analise da sociedade de classes, compreendendo como os negros estao inseridos em seu interior. Reconhecemos o negro nao como um grupo social a parte, mas como parte constitutiva de toda a classe trabalhadora. A implementacao do sistema de reserva de vagas/cotas nas universidades publicas vem sendo apresentada como promotora da democratizacao do acesso as oportunidades na educacao superior. Apesar da legislacao e das novas politicas publicas implementadas nas ultimas decadas, tais iniciativas ainda sao insuficientes diante da realidade tecida de desigualdades e exclusao social, visto que tal p...
Ações Afirmativas e Permanência De Negro/As No Ensino Superior: As Narrativas Dos Estudantes
Educere et educare, 2017
¹ D o u t o r e m E d u c a ç ã o (UNICAMP). Professor Adjunto da U n i v e r s i d a d e E s t a d u a l d o S u d o e s t e d a B a h i a-U E S B. Programas de Pós-Graduação em R e l a ç õ e s É t n i c a s e Contemporaneidade (PPGREC) e Ensino (PPGEn). ²Mestre em Relações Étnicas e C o n t e m p o r a n e i d a d e (PPGREC/UESB) RESUMO: O artigo apresenta os resultados de uma pesquisa sobre a permanência de estudantes negros e negras no ensino superior. O da investigação foi o Centro de Formação de lócus Professores da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. Para a construção dos dados valemo-nos de uma pesquisa de abordagem qualitativa, utilizando, para isso, a entrevista narrativa para a construção dos dados. Destacamos o "lugar" das ações a rmativas e seu papel no atendimento às necessidades dos estudantes negros, particularmente a permanência na universidade.
Classe Média Negra Universitária: por um projeto de sociedade afirmativa
Revista de Estudos e Pesquisas sobre as Américas, 2018
Este artigo propõe pensar como sujeitos negros, economicamente privilegiados; posicionam-se em relação às ações afirmativas e a democratização do ensino superior público. Para alcançarmos os nossos pontos de análise, realizamos a construção de quatro narrativas com sujeitos autodeclarados negros e da classe média que estivessem envolvidos em alguma política e/ou grupo antirracista. O que podemos perceber é que a experiência de ser negro e pertencer a contextos econômicos médios redimensiona a leitura sobre as políticas de cotas para além da reserva de vagas para sujeitos populares nas instituições de ensino superior. Nessa direção, os sujeitos de pesquisa situam a ação afirmativa como sendo uma política econômica; mas, sobretudo, uma produção acadêmico-política que se desloque do elitismo brancocentrado da universidade. A política afirmativa, assim, é lida enquanto um projeto antirracista para a universidade e a sociedade como um todo