Por uma ética na demissão? (original) (raw)
Related papers
Por uma ética em profissão: rumo a uma nova paideia
Interface - Comunicação, Saúde, Educação, 2002
O presente artigo procura discutir a atualidade do conceito de paideia, à luz do entrelaçamento entre o original referente grego e a categoria operatória do que aqui nomeamos uma "ética em profissão". Trata-se de um estudo que busca formular algumas diretrizes para se pensar o tema do ensino e do aprendizado, metodologicamente partindo da acepção de interdisciplinaridade. Assim, poder-se-á, fugindo das fragmentárias especializações do campo, recompor a arte do pensamento pedagógico, incluindo nela seus essenciais aspectos éticos. Desse modo, supomos possível estabelecer para professores e estudantes contemporâneos desse terceiro milênio uma nova e moderna paideia.
Para que serve a ética em tempos de crise
The author begins by showing that times of crisis are dangerous because they are characterized by a mindset of necessity, which spreads a feeling of helplessness. This extreme situation's mindset seems to accept behaviors and policies which would not be accepted in normal situations. In technologically advanced societies, crisis become very dangerous because there are means to implement inhumane solutions effectively and responsibility is diluted into long bureaucratic chains. However, according to the author of the article, sacrificing dignity and preserving our own life is a choice – a possibility which we may also refuse. In this sense, ethics is used to preserve Humanity from periods in which even normal people behave like monsters. That is, in times of crisis, ethics serves to preserve the dignity of men against the pressure of the interests of the moment.
2022
Coitinho faz, na realidade, um exercício socrático em torno dos temas do cotidiano. Com isso, resgata um antigo sentido da filosofia. Falar para o público mais amplo, para os não especialistas, e discutir sobre os temas que realmente importam, sobre o como viver e como seguir em frente, em um mundo que, frequentemente, nos parece inviável. Seu método é atrair o leitor para o campo de batalha, ainda que suavemente. Lançar proposições e, ato seguinte, testar cada uma com exemplos e argumentos na direção contrária. No fundo, é o que deve fazer um professor de Filosofia, desde que não queira ser um profeta, como Weber sugeriu que não fosse, no seu texto clássico. Sua estratégia é coerente com a ideia de que o aprendizado ético é, antes de tudo, um exercício coletivo. Ele supõe um jogo. Contesta a epistocracia de Jason Brennan, por exemplo, mas abre um espaço para considerar seu argumento relevante. Ele parece não concordar com nada que Brennan propõe, mas topa aceitar a premissa de que vale investigar os limites das democracias, inclusive não tomando o sufrágio universal como um axioma inegociável. A concessão permite que o diálogo se estabeleça. É o modo de evitar que o discurso ético se transforme em algum tipo de moralismo ou troca de maus-humores dogmáticos. O convite vai na direção oposta, da reflexão aberta e da tolerância intelectual. Cá entre nós, não é pouca coisa, em uma época marcada pelo radicalismo e o espírito de tribo, em particular no universo digital.
Revista de Direito Administrativo, 2015
A Ética no Serviço Público é tema que reputo como dos mais relevantes na Administração Pública, pois só o exercício ético dos cargos e funções públicas é que contribuirá para que se alcance uma sociedade melhor. Assim, visando desincumbir-me deste desiderato, analisarei a ética no serviço público, partindo de uma breve conceituação sobre ética e moral, para chegar à análise do princípio da moralidade em nosso ordenamento jurídico e das regras aplicáveis aos servidores públicos. Finalmente, discorrerei sobre os sistemas de controle existentes, procurando sugerir medidas para o aperfeiçoamento do sistema vigente. 2-ÉTICA: CONCEITUAÇÃO A palavra ética origina-se do grego ethos, significando Á modo de ser ou caráter, sendo conceituada por V ÃZQUEZ 2 como" ... a teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em sociedade." O objeto de estudo da ética é a moral, que se constitui de atos humanos conscientes e voluntários dos indivíduos que afetam outros indivíduos, grupos sociais ou a sociedade em seu conjunto. Releva destacar que o conceito de ética é relativo, caracterizando-se por sua historicidade, de tal forma que as doutrinas éticas não podem ser consideradas isoladamente, mas dentro de um processo constante de mudança relacionado à própria evolução histórica da sociedade. 3 I
Eu me demito! Evidências da racionalidade substantiva nas decisões de desligamento em organizações
Organizações & Sociedade, 2010
Este artigo pretende descrever e analisar o processo de decisão que leva pessoas a se desligarem espontaneamente das organizações onde trabalham e a buscarem novas formas de atuação fora do domínio burocrático. Analisando a burocracia como uma esfera de dominação baseada no poder, controle e alienação, o artigo buscou uma perspectiva crítica sobre as organizações e suas práticas de manipulação e submissão dos indivíduos à racionalidade instrumental burocrática. Tal racionalidade, que prioriza o cálculo utilitário de consequências e a maximização de resultados, foi contraposta ao conceito de racionalidade substantiva, no qual a auto-realização, o julgamento ético, os valores emancipatórios e a autonomia são elementos preponderantes. Os resultados, baseados na pesquisa qualitativa realizada, que lançou um olhar sobre a história de vida de cinco sujeitos que buscaram espontaneamente o desligamento de seus empregos para iniciarem um novo tipo de vida, apontam uma significativa presença ...
Serviço Social & Sociedade, 2014
Este artigo problematiza o sigilo profissional em uma perspectiva ética com o objetivo de apresentar a sua caracterização e complexidade a partir de alguns elementos contemporâneos presentes na sociedade brasileira, como o domínio midiático sobre a vida privada da população pobre, as exigências postas ao assistente social na relação direito e dever no contexto institucional e legal, assim como as perguntas que sinalizam sua pertença ao campo ético.
2016
Toma-se a corrupcao como mito politico, a partir da micropolitica como instrumento de exploracao de espacos informais na busca de influencia (sexo, status, prestigio, reconhecimento), nao como poder politico. Dai o surgimento da figura do politico profissional, distinta da do empresario. Altera-se o ambiente politico-social, manifestando-se crescente integracao entre opiniao publica e imprensa. A corrupcao adquire uma nova logica, alastrando-se para alem das limitacoes de classe. Dai o dilema democratico, envolvendo a violacao de lealdades morais e a negociacao de valores fundamentais como a propria liberdade, calculo de sobrevivencia que se mede pelo preco