Clara Moura Soares (2016), "A Coleção de arte do Conde do Ameal: o leilão de 1921 e as aquisições do Estado Português para os Museus Nacionais" in Coleções de Arte em Portugal e no Brasil nos séculos XIX e XX. Modos de ver e exibir em Brasil e Portugal, Rio de Janeiro, Rio Books, pp. 89-105 (original) (raw)

Clara Moura Soares, “O gosto, o poder e a polémica: à descoberta do colecionador e da coleção de pintura de José Moreira Freire (1842-1921)”, in Maria João Neto, Marize Malta (eds.), Coleções de Arte em Portugal e Brasil nos séculos XIX e XX: Modus Operandi, Lisboa, Caleidoscópio, 2023, pp. 175-197

José Moreira Freire is today an almost unknown name in the context of art collecting in Portugal. Based on the publications of his authorship and on some scattered information located in archival funds and in the periodical press, the present study intends to reveal new data on the personality and on the collection of old paintings and engravings that this "capitalist" gathered in Lisbon. At the same time, it is intended to highlight fundamental issues for the characterization of art collecting in Portugal at the turn of the 19th to the 20th century, linked, namely, to the construction of collections and their future after the disappearance of their main drivers.

BRAGA, Sofia - “As primeiras Exposições Trienais da Academia de Belas-Artes de Lisboa (1843,1852 e 1856), segundo a imprensa oitocentista”, in SOARES, Clara Moura (org.); MALTA, Marize. D. Maria II, princesa do Brasil, rainha de Portugal, 2019, pp. 58-64.

2019

Clara Moura Soares (2016), "Desafios e problemas à salvaguarda do património artístico no contexto da Lei da Separação de 1911: da musealização à destruição", in PATRIMA , Congresso Ibero-Americano “Património, suas matérias e imatérias”, Lisboa, LNEC - Coleção: Reuniões Nacionais e Internacionais.

A promulgação da Lei da Separação constituiu um marco incontornável da história da República, com efeitos decisivos nos destinos do Património da Nação. Depois da extinção das Ordens Religiosas, que tinha determinado a passagem para a tutela do Estado de milhares de bens pertencentes ao clero regular, a lei republicana, decretada por Afonso Costa, representava um novo golpe no património eclesiástico, desta vez abrangendo o clero secular que havia ficado de fora dos efeitos do decreto liberal de 30 de maio de 1834. Neste estudo, alguns casos selecionados permitem-nos documentar as consequências que a Lei da Separação teve sobre o património religioso, que oscilaram entre a musealização e a salvaguarda, passando pela venda, extravio e até pela destruição. O cabal entendimento dos diversos mecanismos de gestão patrimonial desenvolvidos e das opções tomadas, depende, porém, do seu devido enquadramento nos projetos de reorganização dos serviços artísticos e das políticas patrimoniais e museológicas fomentadas durante a I República Palavras-chave: I República; Património Histórico-Artístico; Igreja Católica; Salvaguarda; Alienações.

Vilaça, R. (2022) - Notas de apresentação do Catálogo da Exposição "Ídolos. Olhares milenares. O Estado da Arte em Portugal", MNA. Faculdade de Letras da Universidade Coimbra (18 de Março de 2022). http://www.museunacionalarqueologia.gov.pt/?p=8813

2022

Dela resultou um catálogo cuja apresentação, em Coimbra, ocorreu na FLUC a 18 de Março passado, apresentação essa que teve como suporte as notas expressas neste texto, para além de uma sequência de imagens então comentadas para um auditório que reuniu 46 pessoas. Com mais de 350 páginas, o catálogo teve a coordenação científica de Primitiva Bueno Ramírez e de Jorge Soler Díaz (também comissários científicos da exposição), e como coordenadores de edição António Carvalho, Lívia Cristina Coito e Maria José Grossinho. Importa dizer desde já que se trata de edição muitíssimo cuidada, tal como o são as imagens, de grande qualidade, vertentes a que não foi alheia a parceria editorial da Imprensa Nacional e Direção Geral do Património Cultural. O catálogo abre com 9 textos introdutórios de índole institucional, a que se seguem os 15 contributos científicos sobre os quais se faz breve anotação neste texto, solicitado pelo Director do MNA, Dr. António Carvalho. Mas antes, deixem-me partilhar duas reflexões. Em primeiro lugar, este não é um livro de autor, é um livro-catálogo, escrito com muitas mãos, cuja coerência assenta num lastro que gira em torno de um tema-a forma como foi representada, interpretada, evocada, ou insinuada a figura humana há 5 e 6 mil anos atrás-tema que é abordado por distintos olhares do presente, os de 23 investigadores ibéricos de distintas gerações. Esses olhares dos investigadores são muito variados, ditados não só pela panóplia de formas, de tipos e de suportes, da mobilidade ou imobilidade que oferecem (objectos e arte rupestre), de matérias-primas (pedra, osso, marfim, ouro) e de materiais (cerâmicas), de cores (claras, escuras, em contraste) e de texturas (frágeis, compactas), de escalas de representação (objectos miniaturizados e representações de dimensão sobre-humana), mas também, e talvez sobretudo, porque os paradigmas teórico

Clara Moura Soares, Maria João Neto (2017), "O gosto pelo Colecionismo de Vitral Antigo em Portugal e no Brasil, no século XIX - A coleção Ferreira das Neves"

ARTis ON 5 - Vandalismo e iconoclastia, 2017

Centra-se o presente estudo no conjunto de quatro vitrais suíços, do século XVI, pertencentes à coleção de arte do bibliófilo Jerónimo Ferreira das Neves , um brasileiro que passou temporadas em Portugal. Aprofundar o conhecimento acerca deste colecionador e enquadrar o seu gosto pelo colecionismo de vitral antigo, no contexto das práticas registadas no nosso país e no Brasil, no século XIX, constituem objetivos essenciais deste trabalho. Pretende-se, assim, abrir caminho para novas investigaçes, focadas na presença do vitral antigo ou al antiguo no mercado de arte oitocentista, mas também para abordagens revivalistas que considerem o vitral como uma arte valorizada no âmbito do restauro de monumentos ou da construção de novos edifícios historicistas.

A aquisição da colecção de pintura de Charles-Joseph, Príncipe de Ligne (1735- 1814), pelo Príncipe Regente D. João (1767-1826). O seu impacto nas colecções do Museu de Belas Artes do Rio de Janeiro.

Universidade Autónoma de Lisboa, 2021

Através de um “caso de estudo”, isto é, da aquisição da colecção de pintura do Príncipe Charles-Joseph de Ligne, em 1795, pelo então Príncipe Regente de Portugal, procurámos, com base em documentação inédita, localizada nos Arquivos Nacionais da Torre do Tombo, bem como de catálogos e documentação relativos ao acervo do Museu de Belas Artes do Rio de Janeiro, identificar um conjunto de obras de arte que consideramos serem parte daquele conjunto adquirido em Viena de Áustria,sinalizando assuas trajectórias, das antigas colecções régias portuguesas, até à posterior incorporação nas colecções públicas de arte, no século XIX, quer no Brasil, quer em Portugal, na sequência da formação dos museus públicos. Pretendemos, deste modo, contribuir para a redefinição do papel de D. João VI, no campo da cultura, situando a sua acção em ambos os lados do Atlântico, pois, neste, como em outros capítulos, não podemos ignorar que a permanência da corte no Brasil foi plena de consequências, tendo contribuído para a criação, naquele território, de instituições nucleares no âmbito cultural, tais como o Teatro Real, a Biblioteca Real, o Museu e a Academia Imperial de Belas Artes, do Rio de Janeiro.

Clara Moura Soares (2014), "D. Pedro, I do Brasil, IV de Portugal - O 'Gosto do Bello' e o incremento das Belas-Artes: traços de um perfil quase desconhecido do Rei-Soldado", in Coleções de Arte em Portugal e Brasil nos séculos XIX e XX. Casal de Cambra, Caleidoscópio, pp. 381-398.

deixou marcas relevantes no que diz respeito ao património artístico, à sua salvaguarda e vaÌorização, que não têm sido muito consideradas. E porém, a própria filha que lhe destaca o empenho na diffusão do gosto do bello e [em] proporcionar todos os meios de auxiliar a Lnst-rucção Publica. As funçòes que assumiu no Brasil, o envolümento nas Guerras Liberais e o traumatizante processo de extinção das ordens religiosas, talvez ajudem a explicar que iniciativas, como a o estabelecimento da Imperial -{cademia de Belas-Artes do Rio de faneiro ou a rundação do Museu Portuense, em pleno cerco do Forto, não tenham permitido ainda acrescentar, s:Ëcientemente, ao perfil militar e político de D. Pedro, uma dimensão cuÌtural e artística que rmMm existiu. Palavras-chave ), Pedro; Belas-Artes; Museologia; Portugal; ih;e{/. Abstract In Brazil, as in Portugal, D. Pedro left very important eúdences reÌated to tìe artistic heritage its safeguarding and appreciation, which have not been highly valued. However, it is his own daughter that highlights his coÍnmitment in spreading üe taste of the beautifi.rl úings and proúde all means to help Pubüc Instruction. The functions that assumed in BraziÌ, úe involvement in the Liberal Wars and the traumatic process ofextinction of the religious orders, mayhelp to explain úat initiatives such as the establishment of the lmperial Academy of Fine Arts in Rio de faneiro or the foundation of the Portuense Museum, in full siege of Oporto, have not yet allowed to add sufficientÌy to the military and political profile ofDon Pedro, a cultural and artistic dimension that also existed. Keywords D. Pedro; Fìne-Arts; Museology; Portugal; Brazil.

Histórias da arte em coleções. Modos de ver exibir em Brasil e Portugal

Histórias da arte em coleções. Modos de ver e exibir em Brasil e Portugal, 2016

Resumo: O conjunto de pintura da Idade Moderna que procede de antigas coleções oitocentistas europeias, desde o acervo régio de D. João VI, aos fundos das coleções Figié e Ferreira das Neves, é muito significativo em número de espécimes e assaz destacado em importância artística. Além de um impressionante Rosto de Cristo ainda do século XV e da autoria de Fernando Gallego, famoso pintor de Salamanca, avultam algumas pinturas do século XVI português, que são de qualidade primeiríssima e que aqui se analisam. Apesar de já referenciado, em parte, pelos estudos de Marize Malta e Sónia Gomes Pereira, esse conjunto de peças justifica um olhar demorado e uma série de acertos em termos de filiação estilística e autoral. Cumpre destacar e agradecer toda a informação e facilidades de estudo recebida da parte das referidas colegas, historiadoras de arte e professoras da Universidade Federal do Rio de Janeiro, a propósito dessas coleções de arte guardadas no Museu D. João VI da Escola de Belas Artes da UFRJ.