Entre imprecisões e retórica: em busca de uma definicão mais ampla de televisão (original) (raw)
Related papers
A especificidade do jornalismo televisivo
A campanha eleitoral de 2001 na televisão revisitada: análise comparada do serviço público e dos canais privados * Resumo: O artigo propõe-se comparar os padrões jornalísticos usados pela televisão pública -Canal 1 da RTP -e pelos canais privados -SIC e TVI -na cobertura da campanha de 2001, para a eleição do Presidente da República, em Portugal. A análise baseia-se num conjunto de variáveis destinadas a identificar o canal de televisão, os temas, os enquadramentos, o tom, a extensão e o nível de mediação. O artigo parte da expectativa de que o canal público constitui uma alternativa aos canais comerciais, submetidos à tirania das audiências para obtenção de lucro. Contudo, a análise não revela diferenças significativas entre os três canais. Palavras-chave: Jornalismo; Televisão; Campanhas eleitorais.
Uma televisão que se transborda: perspectivas teóricas e compósitas do excesso
Tropos - Comunicação, Sociedade e Cultura, 2021
Este artigo tem o objetivo de congregar cinco visões possíveis sobre as relações teóricas e compósitas entre o excesso e a televisão. Logo, por meio da pesquisa bibliográfica como principal estratégia metodológica, aqui são colocados em discussão o excesso hiperbólico, o excesso semiótico, o excesso estilístico, o excesso corporal e o excesso palimpséstico. Mais do que apenas sistematizar o debate sobre tais combinações teóricas, o que se conclui neste trabalho é que a televisão é fundamentada no excesso enquanto uma produção discursiva ontologicamente qualitativa. Dito de outro modo, o excesso está presente na tessitura televisiva e é parte intrínseca de sua forma constituinte enquanto meio de comunicação social e cultural nas esferas da produção, mensagem e recepção.
Uma Abordagem Sistêmica sobre os Padrões de TV Digital
Comunicação & Sociedade, 2014
RESUMo Este artigo mostra uma visão sistêmica dos sistemas de TV digital no mundo, com o objetivo de aumentar o nível de compreensão dos processos envolvidos em qualquer grande projeto que pretenda explorar as oportunidades oferecidas no presente momento. Para melhor entender esse processo são contextualizados alguns fatores que influenciaram o surgimento desse meio de comunicação, assim como os diferentes sistemas televisivos existentes. Por fim, por meio de pesquisas bibliográficas aplicadas, foram selecionados os diferentes padrões de TV digital existentes no mundo e buscou-se ressaltar as diferenças tecnológicas existentes entre eles, isto é, do sistema e de seus subsistemas. Palavras-chave: Abordagem sistêmica. TV digital. Padrões de TV digital. WebTV; IPTV.
A NARRATIVA COMPLEXA NA FICÇÃO TELEVISUAL: POR UM MODELO DE ANÁLISE
A complexidade na ficção televisual tem sido observada pela crítica e pelos estudos acadêmicos desde os anos de 1980, a partir da análise de programas como Hill Street Blues (1981-87), Twin Peaks (1990-91) e X Files (1993-2002). No entanto, a narrativa complexa também está presente em outros sistemas narrativos. Dada a pluralidade de suas manifestações, propomos identificar uma lógica subjacente capaz de delimitar os territórios de onde provêm a complexidade narrativa. Para isso, percorremos as noções de narrativa complexa na literatura, no cinema e na televisão, para delas extrair um modelo teórico capaz de auxiliar os estudos da complexidade na ficção televisual. Os resultados alcançados nos permitem compreender a narrativa complexa como um fenômeno plural que atua, sobretudo, por meio de estratégias autorreferenciais nos domínios do conteúdo, da forma e do código narrativos.
A Televisão Expandida: das especificidades às hibridizações
Revista de Estudos da Comunicação - PUCPR - v.9, n.20, 2008
Diante da constatação da presença da televisão em outros suportes tecnológicos, que não o aparelho televisivo tradicional -como o computador e os dispositivos móveis -questiona-se haver, nesse contexto, a possibilidade de determinar a especificidade televisiva, já que ela passa a pertencer não mais a um suporte técnico, mas sim a vários. Logo, o estudo propõe trazer a televisão à luz de uma análise teórica, pondo em relevo a questão de sua especificidade num momento de convergência digital e hibridizações tecnológicas e de linguagens. Para tanto, faz-se necessário revisitar teorias que definem e classificam as especificidades televisivas, como as de M. McLuhan, R.Berger e A. Machado, bem como resgatar aquelas que versam sobre conceitos de convergência e hibridização dos meios, como as de R. Bellour e G. Youngblood. Por fim, o estudo pretende investigar os atuais conceitos de pós-televisão de A. Piscitelli, como também as teorias contemporâneas sobre a hibridização dos meios, sejam eles pertencentes à era da cibercultura ou anteriores, como os conceito de remix de L. Manovich e remediation de J. Bolter e R. Grusin.
Revista Estética
Resumo: Pretende-se aqui apresentar uma aproximação a um fenômeno, cunhado aqui como estética do equívoco, no qual se entende o uso de uma estratégia televisual na qual se explora o erro – os lapsos na narrativa preditiva desse veículo midiático – como espaço de irrupção do que foge da típica representação ensaiada das mídias. Para tanto, analisa-se a entrevista de Xuxa no quadro O que vi da vida, do programa Fantástico, visto se tratar de uma narrativa cercada de protocolos de autenticidade, mas que ainda assim foi compreendida com desconfiança pelos espectadores que se manifestaram nas redes sociais. Intenta-se então identificar as funções dos pequenos elementos de escapes da narrativa compreendidas como autênticos e nos quais o self das regiões de fundo seria visibilizado.
A volta do Linha Direta e a (re)configuração narrativa do programa de tevê
2023
Quais sentidos são produzidos na retomada do Linha Direta, programa policial da TV Globo? Buscamos analisar as motivações e proposições do programa, após 16 anos fora do ar. As reflexões são alinhavadas problematizando uma possível “nova” proposta de falar sobre violência, crime, justiça e impunidade. Selecionamos o primeiro episódio apresentado, o sequestro de Eloá Pimentel, ocorrido em 2008, que culminou com a morte da adolescente. Tratando-se de um produto que utiliza da técnica jornalística, recorremos à análise narrativa de Motta (2013), entendendo que a narrativa jornalística é um tipo de conhecimento que está para além do relato, pois busca nas suas incursões uma compreensão do mundo em sua complexidade. A retomada do Linha Direta é uma tentativa da emissora de se reconectar com a audiência. Supomos que a escolha do sequestro de Eloá teve a finalidade de atrair o telespectador, pois o acontecimento ainda provoca disputas narrativas sobre o desfecho trágico.
O merchandising televisual, entre a sutileza e o explícito
O artigo tematiza o merchandising na telenovela A Favorita a partir de uma análise na trama narrativa e da descrição das aparições de produtos e serviços na referida telenovela. Para isso, vale-se do suporte teórico-metodológico da análise textual, de Casetti e Chio (1999), própria para os estudos de televisão, e das discussões de Castro (2006, 2007a e 2007b) sobre ações promocionais. Verificou-se que o merchandising faz um jogo de aproximação e embaralhamento entre fantasia e realidade e que, em alguns casos, com sutileza, oferece marcas, produtos, serviços e uma trilha sonora com a intenção de aproximar-se do telespectador, provocando desejos de consumo.
Como a Ubiquidade de Câmeras Reinventa o Realismo nos Telejornais
Anais do XXXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação
A proliferação de dispositivos tecnológicos que registram visualmente o mundo tem acarretado mudanças nos formatos narrativos do telejornalismo. A onipresença das chamadas máquinas de visibilidade – ou seja, as diversas modalidades de câmeras, como as de vigilância, as câmeras amadoras, as escondidas e mesmo as profissionais utilizadas pelas emissoras – possibilita que os veículos experimentem diversas estratégias, no intuito de contemplar um espectador que tende a dominar e a desconfiar das já conhecidas linguagens midiáticas. Neste texto, investigamos as formas pelas quais os veículos jornalísticos têm se aproveitado destes dispositivos para concretizar uma estética realista, baseada na assunção, consolidada culturalmente, de que o realismo seria um sistema estético sem código, que promoveria a mera transposição do real ao texto.