Fascismo, a política oficial do Antropoceno (IHU Online) (original) (raw)
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Fascismos: ideologia e história
Novos Estudos Cebrap, 2024
O objeto deste artigo é a ideologia fascista e como estudá-la a partir de uma perspectiva historicista e realista. Na primeira seção, discute-se a existência de uma ideologia fascista, contrariando interpretações que recusavam a originalidade do movimento. Na segunda, são apresentadas as principais interpretações contemporâneas a respeito do tema. Na terceira, propõe-se uma metodologia que interpreta as crenças afirmadas a partir do contexto intelectual no qual foram produzidas.
Dossiê: Fascismo, 100 anos depois
Locus, 2022
Há 100 anos, milhares de milicianos fascistas marcharam até a capital italiana, Roma, e seu líder, Benito Mussolini, foi nomeado primeiro-ministro com o apoio de boa parte das elites políticas, econômicas e militares do país. Após outubro de 1922, e em apenas alguns anos, Mussolini havia proibido a existência de partidos políticos e de forças da oposição, construindo assim um novo tipo de ditadura. Era o triunfo do fascismo criando caminhos para uma nova política no século XX. Publicar um dossiê em 2022, efeméride que marca a chegada ao poder do primeiro movimento fascista, é simbólico e emblemático, não apenas pela data histórica, mas também pelos acontecimentos do tempo presente: um ano que marca o fim do governo de Jair Bolsonaro no Brasil e que, ao mesmo tempo, inaugura o governo da primeira-ministra italiana Giorgia Meloni, da extrema direita. Em um momento como o atual, que acumula uma profunda sucessão de sérias crises que enfraqueceram significativamente o apoio à democracia em nossas sociedades, a análise
Fascismo atmosférico: o bolsonarismo como cronopolítica
Antropolítica - Revista Contemporânea De Antropologia,, 2024
Este artigo mobiliza o conceito de atmosferas para analisar o bolsonarismo enquanto cronopolítica, um modo de fazer tempo e mobilizar públicos através do clima político. Sua capacidade de gestar e gerir atmosferas e corpos ansiosos é abordada a partir da ameaça longitudinal de golpe de estado no Brasil. Examinamos as afinidades entre esse movimento político e modulações da soberania/exceção associadas ao populismo, fascismo e messianismo. A seguir, exploramos como a sua violência descende ao ordinário através do contágio mimético entre Forças Armadas, líder e povo. Por fim, e com ênfase nos eventos de 7 de setembro de 2021, destacamos como o movimento prioriza afetos pré-objetivos como a ameaça, a prontidão, a indecisão e a preempçãocuja ausência de referentes precisos os eleva a verdadeiras forças elementais.
Fascismo: uma reflexão sobre o termo, suas ditaduras e seus resquícios no imaginário contemporâneo
Seja no Brasil ou em outros países do mundo, o campo da política passa por um período de radicalização e polarização. Cidadãos mais radicais voltados à direita se referem aos partidários de diferentes ideologias como “comunistas” enquanto os mais voltados à esquerda radical se referem àqueles como “fascistas”. Detendo-se no segundo conceito, este artigo pretende realizar uma reflexão histórica sobre o termo “fascismo” que volta à voga, construindo uma ponte entre presente e passado para compreender importantes pontos do que os movimentos fascistas foram e deixaram como dolorosas cicatrizes para as gerações posteriores.
Fascismos: leituras montagens e agenciamentos
Série Filosofia, 2021
A presente obra coletiva contempla os principais estudos construídos a partir dos diálogos realizados no Seminário de “Ética e Contemporaneidade: Críticas Filosóficas à Violência” que teve como título “Introdução à Economia Libidinal do Fascismo” conduzida pelo Professor Augusto Jobim do Amaral, no âmbito do Programa de Pós Graduação em Filosofia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, entre março e julho de 2020. A consolidação desse conjunto é indicativa de textos que aparecem enquanto a expressão de diversas áreas de diálogos que, desde a filosofia, o direito, a história e outros, desembocam na temática inicialmente proposta e indicam a urgência de análises transversais que possibilitem o iluminar dos novíssimos engendramentos que compõe a contemporaneidade. Eis o convite que orientou a ementa do Seminário àquela altura: “porque a dificuldade de assumir uma leitura sobre o fascismo que conduza a reconhecê-lo como expressão de práticas contemporâneas? Existe uma “economia libidinal do fascismo” que o torne um fenômeno reemergente? Se é possível descrever historicamente o fascismo, atrelando-o a um regime político situado em um contexto estrito europeu dos anos 30, não obstante, este “seminário-laboratório” pretendeu analisá-lo através de uma sensibilidade crítica do presente que o veja como um problema micropolítico, uma forma de vida posta permanentemente a circular e ordenar desejo, linguagem e trabalho, presente de forma imanente no interior de nossas democracias liberais modernas.
Anton Pannekoek - O Papel do Fascismo
as J. Harper - The Role Of Fascism, 1936
O presente artigo foi traduzido por Rodrigo Aguiar a partir da versão disponível em: https://www.marxists.org/archive/pannekoe/1936/07/role-fascism.htm. Revisado por Felipe Andrade. Disponível em: https://criticadesapiedada.com.br/2020/07/03/o-papel-do-fascismo-anton-pannekoek/
Trans/Form/Ação, 2022
Resumo: O presente artigo versa sobre o problema político-filosófico do fascismo. O conceito tem mostrado crescente relevância no cenário público nacional e mundial, figurando cada vez mais no debate leigo e especializado. O termo fascismo, hoje, é amplamente empregado, tanto na qualificação de movimentos políticos de diversos espectros quanto na grande mídia e revistas científicas. O objetivo deste artigo é utilizar o conceito de transindividual na compreensão do fascismo, a partir da teorização, ela mesma transindividual, do fenômeno, realizada por Deleuze e Guattari, através da sua compreensão do desejo. O transindividual caracteriza um movimento filosófico de dupla rejeição em que se nega, simultaneamente, uma abordagem holista e individualista do campo social, procurando pensar o indivíduo e coletivo como coextensivos a um processo genético que produz a ambos, sem primado de um sobre o outro. Tal conceito vem se revelando uma ferramenta analítica de crescente uso e repercussão,...
Uma Análise Psicopolítica do Fascismo Brasileiro
Revista Gestão & Políticas Públicas
O fascismo existe como um espectro da democracia. O fascismo Alemão levou a morte de centena de milhares de pessoas. Os campos de concentração nazistas, não são acaso do destino, são a máxima do capitalismo. O capitalismo em sua máxima produz campos de concentração e se subscreve por uma política de morte. Na sua máxima fascista o capitalismo cria um estado de exceção absoluto e torna autorizado o assassínio de populações inteiras. O fascismo é uma subjetividade, o fascismo está no ar. O Brasil hoje se tornou um país fascista. A adesão ao fascismo ocorre, como analisou Reich, porque a situação econômica e a situação ideológica das massas não coincidem necessariamente. A política, assim, não se trata de uma questão de argumentação racional, mas de um circuito de afetos. A questão é saber que tipo de afeto move e cria formas de vida política, pois o embate é sobre formas de vida, como mostra Agamben. A situação que vivemos é de crise econômica e política, e estas condições tendem a pr...