Sobre a árvore mundial, o dilúvio e o Noé ameríndio: a mitologia na obra Avifauna e Flora nos Costumes, Superstições e Lendas Brasileiras e Americanas, do padre Carlos Teschauer (original) (raw)
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Asclepio (Madrid), 2019
O artigo analisa a participação da zoóloga alemã Emília Snethlage (1868-1929), pesquisadora e depois diretora do Museu Goeldi, em Belém, Brasil, na rede de conhecimento que se estabeleceu no início do século XX na região amazônica, destinada à investigação etnológica e à coleta de artefatos indígenas, e que teve, entre seus mais conhecidos atores, os alemães Theodor Koch-Grünberg (1872-1924) e Curt Nimuendajú (1883-1945). Ambos são reconhecidos pelo trabalho em prol dos povos indígenas do Brasil e pelo legado científico nos campos da antropologia, arqueologia e linguística. Menos conhecida, Snethlage teve, entretanto, decisiva participação na inserção de Nimuendajú no meio científico. A partir de uma extensa pesquisa em fontes documentais localizadas no Brasil e na Alemanha, demonstra-se que, no primeiro período em que Nimuendajú esteve vinculado ao Museu Goeldi, entre 1913 e 1921, Snethlage viabilizou suas primeiras expedições e publicações científicas, além de articular suas relações com museus e etnólogos alemães, incluindo aquele que viria a ser seu dileto amigo e interlocutor, Koch-Grünberg, de maneira a lhe permitir trabalhar também como coletor profissional.
Eco e Narciso, leituras de um mito, 2017
Traduções do grego. Textos seleccionados de Diegeseis de Cónon, Descrição da Grécia de Pausânias, Dáfnis e Cloe de Longo, Dionisíacas de Nono de Panópolis, Antologia Grega, e P. Oxy. 69.4711.
Bíblia in natura: milenarismo e lições da natureza na história natural do século XVIII
Estado territorio etno-nacionalidade, 2009
Se o Reformismo Ilustrado seduziu a intelectualidade e os governantes portugueses com a idéia de que a razão, dentre outras coisas, poderia gerar métodos mais pertinentes a uma exploração mais eficaz dos recursos, o mesmo não se processou de maneira tão efetiva com o cidadão comum e os leitores em geral. Ou seja, as novas idéias e concepções irão conviver por um bom tempo com as já existentes. Pois, por vezes, podemos identificar, até mesmo nos escritos de propagadores da Ilustração, a demonstração de que ainda carregam conceitos de um legado cultural anterior, onde se faziam presentes os milenarismos e/ou anticientificismo e as teorias corporativas de poder da Segunda Escolástica. Afinal, as coleções de aves, ovos, conchas, ninhos, chifres e crânios (entre tantas outras) que Buffon encontra nas coleções de ‘curiosos’ partiam do conceito de que as mesmas deveriam ser um microcosmo da natureza. Ora, é este mesmo conceito que é emprestado pelo próprio Buffon para a composição do Jardin du roi. Lembremo-nos ainda que tal idéia tem sua origem nos gabinetes de História Natural do Renascimento e que a noção de História Natural como objeto de curiosidade (também originária no Renascimento) encontra-se no conteúdo dos espécimes despachados das colônias, nas descrições de naturalistas, no uso do sistema lineano, nos princípios que norteiam as cartilhas que ensinam a elabobar jardins botânicos, coletar e taxidermizar animais.
RBHR, 2018
esumo: O presente artigo investiga a narrativa mitológica de Aurvandil utilizando a metodologia combinada da Etnoastronomia e da Mitologia Comparada. Nossa principal hipótese é que alguns mitos e ritos envolvendo o deus Thor estiveram associados à estrela Polaris, à constelação da Ursa Maior, à uma noção cosmológica de prego cósmico e ao simbolismo da suástica enquanto rotação estelar. Além das fontes literárias, utilizamos algumas pesquisas envolvendo cultura material (dados obtidos pela Arqueoastronomia) e folclore da área euroasiática, especialmente as da Finlândia, Báltico e Escandinávia. Palavras-chave: Religiosidade Medieval; Astronomia Nórdica Antiga; Cosmologia Escandinava; Aurvandil. Thor, stars and myths: an etnoastronomical interpretation of Aurvandil´s narrative Abstract: This article investigates the mythological narrative of Aurvandil using the combined methodology of Ethnoastronomy and Comparative Mythology. Our main hypothesis is that some myths and rites involving the god Thor were associated with the Polaris star, the constellation Ursa Major, a cosmic notion of cosmic nail, and the symbolism of the swastika as a stellar rotation. Besides the literary sources, we used some research involving material culture (data obtained by Archaeoastronomy) and folklore of the Eurasian area, especially those of Finland, Baltic and Scandinavia.
Resumo: O presente artigo investiga a narrativa mitológica de Aurvandil utilizando a metodologia combinada da Etnoastronomia e da Mitologia Comparada. Nossa principal hipótese é que alguns mitos e ritos envolvendo o deus Thor estiveram associados à estrela Polaris, à constelação da Ursa Maior, à uma noção cosmológica de prego cósmico e ao simbolismo da suástica enquanto rotação estelar. Além das fontes literárias, utilizamos algumas pesquisas envolvendo cultura material (dados obtidos pela Arqueoastronomia) e folclore da área euroasiática, especialmente as da Finlândia, Báltico e Escandinávia. Palavras-chave: Religiosidade Medieval; Astronomia Nórdica Antiga; Cosmologia Escandinava; Aurvandil. Thor, stars and myths: an etnoastronomical interpretation of Aurvandil´s narrative Abstract: This article investigates the mythological narrative of Aurvandil using the combined methodology of Ethnoastronomy and Comparative Mythology. Our main hypothesis is that some myths and rites involving the god Thor were associated with the Polaris star, the constellation Ursa Major, a cosmic notion of cosmic nail, and the symbolism of the swastika as a stellar rotation. Besides the literary sources, we used some research involving material culture (data obtained by Archaeoastronomy) and folklore of the Eurasian area, especially those of Finland, Baltic and Scandinavia.
Arquivos de Zoologia
Ativo no terceiro quartel do século XVI, Simon de Myle constitui um verdadeiro enigma, pois sua vida e carreira permanecem totalmente desconhecidas até os dias de hoje. A “Arca de Noé sobre o Monte Ararat” é seu único quadro assinado e datado ("Simone de Myle inventor et fecit 1570"), figurando o desembarque dos animais após o dilúvio. Levando em conta mesmo as representações demasiado precárias, essa composição inclui nada menos de 228 monstros, voláteis e quadrúpedes, isso sem considerar as carcaças e as espécies aquáticas deixadas para trás com o recuo das águas. Entre as fontes iconográficas utilizadas destacam-se vários tomos da “Historia Animalium” de Conrad Gesner, além da “Warachtighe Fabulen der Dieren” de Marcus Gheeraerts. Ao contrário de outras pinturas quinhentistas acerca do mesmo tema, essa “Arca de Noé” retrata um número inesperado de animais do Novo Mundo, elenco composto por dois mamíferos, pelo menos três aves e dois “seres prodígiosos”. Nesse particular...