Pôr em prática a reforma da antiga Academia: dificuldades enfrentadas pela Escola Nacional de Belas Artes (1891-1895). VISUALIDADES, Goiânia v.15 n.1 p. 171-198, jan.-jun./2017 (original) (raw)

A reforma da École des Beaux-Arts de Paris e a reforma da Academia de Belas Artes do Rio de Janeiro: algumas aproximações. in: Cultura Visual, 2013

O artigo tem como propósito estabelecer algumas aproximações entre a Reforma pela qual passou a École des Beaux-Arts, em 1863, e a Reforma a qual foi submetida a Academia de Belas Artes, em 1890, momento no qual a instituição passou a ser conhecida como Escola Nacional de Belas Artes. Para tanto, foram utilizados textos da segunda metade do século XiX, franceses e brasileiros, bem como uma significativa fortuna crítica recente sobre o tema. O trabalho evidencia, através da análise realizada, que a Reforma da Academia brasileira não foi uma mera "mudança de rótulo", mas que ocorreram alterações significativas no sistema de ensino da instituição, alterações que encontram paralelo na sua congênere francesa, a École des Beaux-Arts de Paris.

Cem anos depois: a Academia Nacional de Belas-Artes. Contextos, protagonistas, ações (1932-1974)*

2016

RESUMO: Em 1932, quase cem anos após as movimentações que deram origem às Academias de Belas-Artes de Lisboa e do Porto – instituídas em 1836 e extintas formalmente em 1911 pelo regime republicano –, foi criada a Academia Nacional de Belas-Artes (ANBA). Nesta comunicação propomos evocar a história da ANBA entre 1932 e 1974, período coincidente com a vigência do Estado Novo e durante o qual foram seus presidentes José de Figueiredo (1932-1937), Reinaldo dos Santos (1937-1967) e Raul Lino (1937-1974). São elencadas as principais iniciativas em prol da divulgação e defesa da arte nacional, nomeadamente as Missões Estéticas de Férias e a elaboração do inventário artístico nacional.

2007 - Desenhar uma academia: modernismo e autonomia formal nos bastidores da escola nacional de belas artes durante a 1a República

Atas do III Encontro de História da Arte - História da Arte e instituições culturais: Perspectivas em Debate - 2007, 2007

Partindo da descrição de como se dava o processo de desenho de uma academia na Escola Nacional de Belas Artes (ENBA) do Rio de Janeiro durante a 1 a República (1889República ( -1930, a presente comunicação procura discutir algumas convergências formais verificáveis entre obras produzidas no contexto das instituições oficias de ensino artístico a partir do século XIX e aquelas normalmente identificadas com os correntes artísticas chamadas modernistas.

Academias de Arte: passado e presente

Educar Em Revista, 2019

A obra Academics of art: past and present (Academias de Arte: passado e presente), de autoria de Nikolaus Pevsner (1902-1983), originalmente publicada em ingles, veio a publico em Cambridge, no ano 1940, sendo reeditada em 1969. Versoes em italiano e alemao foram publicadas em 1982 e 1986, respectivamente. Passados sessenta e cinco anos de seu lancamento, fi nalmente em 2005 o livro chega ao Brasil em lingua portuguesa pela Editora Companhia das Letras, com traducao de Vera Maria Pereira e coordenacao de Sergio Miceli, como parte da colecao Historia Social da Arte. Prefaciada pela historiadora Lilia Schwarcz, tambem coordenadora da colecao, esta ultima versao manteve preâmbulos inseridos em edicoes anteriores ao contar com texto do proprio autor, presente na edicao de 1969, e de Antonio Pinelli (1982), da edicao italiana de 1969.

Do ensino novo e alternativo, ao discurso do poder: as Academias de Belas Artes

A palavra academia é antiga e ao longo da sua história teve significados diversos. No início, a etimologia cruza-se com a localização da escola de Platão, sendo o vocábulo recuperado no Renascimento para nomear os novos lugares do saber laico. Neste texto observa-se a transformação do modelo, com particular incidência nos espaços dedicados ao ensino do desenho, em Itália, França e Portugal, até ao século XX, percorrendo os pressupostos e objectivos destas escolas, quem as podia frequentar e o que podia esperar. Tratando-se de um texto de catálogo, todo o percurso se encaminha para a justificação da escolha dos artistas dessa exposição, todos eles reinventores, à sua maneira, da herança clássica do ensino do desenho.

A modernização do ensino da arte no século XIX - A reforma da Accademia di San Luca e a criação do Istituto di Belle Arti di Roma. 19&20, jul./dez, 2017

A modernização do ensino da arte no século XIX -A reforma da Accademia di San Luca e a criação do Istituto di Belle Arti di Roma. 19&20, Rio de Janeiro, v. XII, n. 2, jul./dez. 2017. Disponível em: http://www.dezenovevinte.net/ensino\_artistico/cd\_sanluca.htm. * * * 1. Os anos que se seguiram ao longo processo de unificação política da Itália, cujo evento final é a proclamação de Roma como capital do reino, em 1871, foram um período conturbado. Entre outras demandas, diante da necessidade de sistematização e atualização do ensino, todo o sistema de educação do país passou por duras críticas e consequentes reformas. Nesse sentido, também o ensino das artes mereceu atenção, originando-se um significativo debate sobre a modernização da instrução artística na Itália. 2. Em tal contexto, se deu a reforma das academias de belas artes italianas. O caso emblemático que aqui analisamos é o da Regia Accademia di Belle Arti, denominata di San Luca, fortaleza da "tradição acadêmica," que, apesar de uma tenaz resistência, em 1873, foi privada da sua secular atividade didática, função confiada ao nascente Real Istituto di Belle Arti, dependente do novo Estado Nacional Unitário do Reino da Itália.[2] 3. É notório que, ao longo de todo o século XIX, em vários países das Américas e da Europa, o sistema de ensino ministrado nas academias foi considerado ultrapassado. O discurso que pregava a modernização da formação ofertada aos jovens artistas se expandiu, firmando-se definitivamente na segunda metade do Oitocentos, quando ocorreram as reformas de instituições importantes, como a École de Beaux-Arts, em Paris, a Academia Russa de Belas Artes, em São Petersburgo, e a 6. A partir das fontes pesquisadas, sabe-se que durante o Congresso de Parma foi elaborado um documento endereçado ao rei Vittorio Emanuele II di Savoia que requeria a reforma de todo o ensino artístico na Itália.[5] As solicitações de mudança foram ouvidas por Antonio Scialoja, ministro da Instrução Pública, que, motivado por colocações e exigências como aquelas levantadas durante o Congresso, disciplinou a relação entre a Accademia di San Luca e seu ensino público, com o Real Decreto de 9 de outubro de 1873. O mencionado decreto desvinculou as escolas de arte da Accademia, visando assim desassociar o ensino artístico do academismo, da "tutela de mestres já ultrapassados e de seus dogmas."[6] De fato, a Academia romana não teve modificada somente sua função didática, mas foi dividida em duas instituições: de um lado, a Accademia di San Luca, "guardiã da tradição histórica," e de outro, o Istituto di Belle Arti di Roma, destinado exclusivamente à atividade didática.[7]