Historiografia Brasileira e Manoel Bomfim: do "Brasil Heróico" à "Revolução Brasileira" (original) (raw)

Manoel Bomfim e o "O Brasil na história" (UFF, 2001) - dissertação de mestrado

Este trabalho analisa as idéias de Manoel Bomfim (1868-1932) – médico, jornalista, professor, político e escritor brasileiro – presentes no livro O Brasil na história: deturpação das tradições, degradação política (1930). O objetivo é compreender como ele concebia a história e o papel do historiador. A análise considera questões e problemas relativos à cultura histórica e historiográfica das primeiras décadas do século XX, assim como as discussões sobre a chamada “questão nacional”. Também focaliza os diferentes modos como o autor foi interpretado, recuperando as leituras sobre ele como construtoras de memórias.

Bomfim e a Revolucao como Alternativa Historica para o Desenvolvimento da Sociedade Brasileira

Resumo: Este artigo parte de uma interpretação sobre a última obra da trilogia historiográfica de Bomfim, Brasil Nação: Realidade da Soberania Brasileira, para pensar a partir da produção historiográfica do autor uma guinada temática que vai da educação a revolução. Tendo como norte a busca da compreensão do lugar de uma teoria da revolução em seu pensamento. Embora uma postura crítica em relação ao passado brasileiro esteja presente desde seus primeiros textos, será apenas nessa obra, produzida sob condições penosas de saúde que a ideia de revolução irá ganhar força em seu pensamento, recebendo por parte do autor toda uma carga subjetiva, pois neste conceito será depositada toda uma expectativa para a aquisição de um futuro mais próspero para o país. Nessa obra, o intelectual sergipano irá abandonar uma perspectiva reformista, presente em seus primeiros ensaios, para propor a revolução como paradigma histórico mediante o qual o povo brasileiro seria capaz de reverter a sua condição de maioria excluída, tanto social, quanto politicamente. Ao longo de sua trajetória intelectual, Bomfim apresentou-se muito mais como um reformista ilustrado do que como um revolucionário radical, porém após constatar em seus ensaios uma situação de degradação moral e cultural que ele considerou como sendo inerente às elites dirigentes e ao povo, ele passará a propor a revolução como única alternativa histórica de redenção política da nação. Palavras Chaves: Nação, revolução e soberania. ABSTRACT: This article part of an interpretation on the latest work of historiographic trilogy of Bomfim, Nation Brazil: reality of Brazilian Sovereignty, to think from the historiographical production of the author a thematic twist from the education revolution. With the North seeking the understanding of the place of a theory of revolution in your thinking. Although a critical stance towards the past Brazilian is present since their first texts, will be just that, work produced under burdensome health conditions that the idea of revolution will gain strength in their thinking, getting by the author a whole load subjective, because this concept will be deposited all expectations for the acquisition of a more prosperous future for the country. In this work, the intellectual sergipano will abandon a reformist perspective, present in his early essays, to propose the revolution as a historical paradigm whereby the Brazilian people would be able to reverse his condition of most excluded social, as politically. Throughout his intellectual trajectory, Bomfim performed more like a reformer illustrated than a revolutionary radical, but after stating in his essays a situation of moral and cultural degradation that he regarded as being inherent in ruling elites and the people, he will propose the revolution as the only alternative to the nation's political redemption.

Manoel Bomfim: "pensador da história" na Primeira República (2003)

2003

This article examines Manoel Bomfim's intellectual ideas regarding historiography and Brazilian historians. Using as main source Bomfim's book entitled O Brasil na História (1930), this aproach focuses on the tension in his book, between the search of scientific imparciality and the demands for intellectual engagement in the defense of Nation.

Manoel Bomfim: "pensador da história" na Primeira República

2003

Vimos as nossas tradições desnaturadas, os seus heroísmos infamados, falseada a essência da sua história (...) Inimigos, não caluniaram a Nação Brasileira como fizeram os seus historiadores, repetidos nos políticos. Em suas obras, confusas e opacas, desaparecem as qualidades características do povo, qualidades propositadamente escondidas, quando não são ostensivamente negadas. Históriasessas páginas dadas ao registro dos nossos feitos?... Não: cavalariças... Um legítimo historiador teria de varrer tudo isso, expurgando, assim, os vícios e defeitos nacionais apontados, cotejando-os com a realidade, para, desassombradamente, limpar o passado nacional, e deixá-lo nos valores demonstrados pelos fatos Manoel Bomfim, O Brasil na História, 1930 Essas palavras foram escritas na segunda metade dos anos vinte do século passado por Manoel Bomfim (1868-1932), intelectual sergipano, autor de A América Latina (1905), Através do Brasil (1910) -co-escrito por Olavo Bilac (1864-1934) -etc., além de uma trilogia composta por: O Brasil na América (1929), O Brasil na História (1930) e O Brasil Nação (1931). Livros dedi-129 Revista Brasileira de História. RESUMO Este artigo analisa algumas das idéias do intelectual Manoel Bomfim referentes à historiografia e aos historiadores do Brasil. A fonte principal é o livro O Brasil na História (1930), e a abordagem focaliza a tensão -presente em seus textos e em sua época -entre a busca da imparcialidade científica e as exigências de posicionamento intelectual em defesa da nação. Palavras-chave: Manoel Bomfim; nação; história nacional. ABSTRACT This article examines Manoel Bomfim's intellectual ideas regarding historiography and Brazilian historians. Using as main source Bomfim's book entitled O Brasil na História (1930), this aproach focuses on the tension in his book, between the search of scientific imparciality and the demands for intellectual engagement in the defense of Nation.

Dominação, história e evolucionismo na América Latina: A perspectiva de Manoel Bomfim

RESUMO Nesse artigo, pretendemos trazer à cena um dos mais originais intérpretes do Brasil – Manoel Bomfim. Como voz dissonante no cenário intelectual do início do século XX, o autor foi original ao afirmar que nossas mazelas teriam sido construídas historicamente nas relações vigentes desde a colonização do continente latino-americano em contraposição aos argumentos que valorizavam o determinismo biológico ou geográfico. Palavras-chave: Intérpretes do Brasil; psicologia social; exclusão social. ABSTRACT Domination, History and Evolucionism in Latin America: Manoel Bomfim's standpoint In this article we intend to focus on one of the most original Brazilian thinkers – Manoel Bomfim. As a dissonant voice on the intellectual scenery at a beginning of the century XX, the author was a precursor to assert that our chronicle problems were not following any biological or geographical determinism, but were historically constructed based on the running relationship since the Latin America colonization.

Manoel Bomfim e Oliveira Vianna: paradigmas do conhecimento histórico no Brasil

Anais do Seminário Nacional de História da Historiografia: historiografia brasileira e modernidade, 2007

O objetivo deste trabalho é promover uma reflexão sobre as obras de Manoel Bomfim (1868-1932) e Oliveira Vianna (1883-1951) com relação à produção historiográfica brasileira das primeiras décadas do século XX. Manoel Bomfim elaborou uma narrativa historiográfica sobre o Brasil onde aponta as origens dos problemas sociais e políticos de sua época na opressão exercida por uma elite sobre a população brasileira. Já Oliveira Vianna produziu uma narrativa histórico-sociológica sobre o Brasil como subsídio a um projeto de nação autoritário e antiliberal. Esses dois autores elaboraram narrativas historiográficas distintas, ressignificando a história brasileira a partir de diferentes perspectivas de seu presente. Acreditamos que o confronto entre suas obras possa nos apresentar um diálogo mais amplo, marcado por contrastes e proximidades, entre diferentes correntes de interpretações histórico-sociológicas sobre o Brasil na primeira metade do século XX. Com isso, pretendemos explorar, a partir das obras desses autores, os limites e possibilidades do pensamento social brasileiro daquele período, bem como as diferenças e possíveis semelhanças entre essas produções historiográficas. Esperamos contribuir assim para uma discussão maior sobre a história da historiografia brasileira.

Nação, escrita e América Latina: Manoel Bomfim

This thesis presented to the Postgraduate of the Federal University of Pernambuco program (UFPE) was the result of a survey of historical thinking in the cultural sphere, in América Latina-Males de origem de Manoel Bomfim. This work brought innovation as breaking the stereotype about relations of society in the late XIX century and XX centuries. Related line of research: Power Relations, Society and Environment, aimed to contribute to the further study on the historiography of imperial-republican transition and that way Bomfim was a booster agent to rethink the context. Titled: "Nation, writing and Latin America: Manoel Bomfim" has as main objective to understand, by means of the elements present in Latin America work like writing Bomfim served as a divisor of a dominant historiography. Our methodology is based on the representation of concepts and Roger Chatier Break Thomas Kuhn's paradigm and our procedure method meets the evidentiary method Carlos Ginzburg. In Brazil we have a great discussion about doing historiography, where it is thought the lack of scientific/historical prejudice; Our study attempts to address how this discussion is between the late XIX and XX centuries.

As marcas da escravidão na sociabilidade republicana na perspectiva de Manoel Bomfim e Lima Barreto (1905- 1920)

Sociologia: Revista da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 2024

Neste artigo buscamos comparar às narrativas-textuais do médico Manoel Bomfim (1868-1932) e do literato Lima Barreto (1881-1922), produzidas entre os anos de 1905 até 1920, assumindo como questão central para o estudo os sentidos e efeitos que a escravidão e a abolição geraram na sociabilidade da Primeira República Brasileira (1889-1930) segundo as perspectivas destes intelectuais. Neste sentido, foi a percepção dos autores em relação ao prolongamento destes aspectos formados em meio às relações sociais, estabelecidas no Brasil escravista, que foram usadas aqui como elementos de comparabilidade entre ambos os autores.

Reinterpretações do Brasil nas obras de Manoel Bomfim e Oliveira Vianna

XVI Encontro Regional de História - ANPUH/MG, 2008

O objetivo deste trabalho é contribuir para uma discussão sobre a produção historiográfica brasileira do início do século XX, a partir de obras de Manoel Bomfim (1868-1932) e Oliveira Vianna (1883-1951). Suas narrativas historiográficas apresentam duas diferentes reinterpretações da história brasileira, elaboradas com o objetivo de localizar no passado as origens dos problemas que julgavam comprometer a nação. Destacaremos alguns de seus principais eixos interpretativos através dos quais esses autores rearticularam o “espaço de experiência” brasileiro com seu “horizonte de expectativa” em uma composição narrativa historiográfica. Enquanto Manoel Bomfim criticava a permanência de uma política anti-democrática sob o regime republicano, Oliveira Vianna defendia a autoridade de um poder centralizador e anti-liberal como o único regime desejável para uma nação historicamente antidemocrática. Qual seria o “caráter” da nação brasileira para cada um desses autores? Que receios e esperanças alimentavam eles com relação ao futuro? Como isso se traduziu na construção de narrativas historiográficas com pretensões de desvelar a verdade sobre a formação da sociedade brasileira? Essas são algumas das perguntas que orientam nossa reflexão sobre esses autores.

Reflexões sobre Manoel Bomfim: escrita da história entre envolvimento/distanciamento

Analecta, 2009

Resumo: O presente artigo é uma pequena reflexão sobre a posição do historiador em seu ofício. Busca-se apontar limites e interdependências da objetividade e da subjetividade na escrita da História, a partir das análises desenvolvidas por Manoel Bomfim(1868-1932).Com isso, procura-se estabelecer pontos de diálogo entre esse autor e Norbert Elias (1897-1990), principalmente no que se refere às noções de envolvimento e distanciamento do pesquisador nas Ciências Sociais.