2018 - REVISTA DOMÍNIOS DA IMAGEM - A potência do homem e o amor metafísico (original) (raw)

Fotografia e Ritual: ensaio sobre os homens e as imagens da Paixão

Cadernos de Arte e Antropologia, 2020

Apresento neste foto-ensaio o percurso da pesquisa etnográfica realizada sobre a Semana Santa em Ouro Preto, Minas Gerais, e seu posterior desdobramento ao acompanhar a mesma festa na cidade de Sevilha, Espanha. Analiso a preeminência das imagens no contexto ritual e descrevo a utilização das ferramentas de pesquisa audiovisuais, com destaque para a fotografia. Debato os limites da mensagem fotográfica considerando não só o que elas apresentam, mas também o que podem ocultar, e passo a observar a performance ritual dos “costaleros” de Sevilha: os homens que são responsáveis por carregar as imagens religiosas em procissão. Como atores de um teatro às avessas, eles atuam na parte interna, oculta, dos andores que destacam as figuras cristãs.

O Potencial Simbólico do Homem (2009)

A presente pesquisa visa a discussão e especulação a respeito da questão antropológica clássica, “o que é o homem?”, a partir da obra "Ensaio Sobre o Homem" (1944), de Ernst Cassirer.

NARRATIVA: IMAGEM NÃO-HABITÁVEL E O ROMANCE

A partir das reflexões de Walter Benjamim acerca da narrativa, são estabelecidos os pontos de aproximação entre o romance e as imagens da série Não-habitável, desenvolvida pela autora. Para tanto, são também abordadas obras de Lygia Clark, Virginia Woolf e Aleksandr Ródchenko. Based on Walter Benjamin's work about the narrative, the article elaborates on the points of contact between the novel and the images comprised in the series entitled Não-habitável [Non-habitable], developed by author of this text. To accomplish this goal, works by Lygia Clark, Virginia Woolf and Alexander Rodchenko are also addressed.

Natureza e Essência do Homem - Ontologia Metafísica

Durante longo tempo, o homem esteve seguro da sua essência. Metafisicamente, antes de qualquer antropologia, identificou-se como sendo um ser vivo, possuindo o dom da palavra. Estava certo de que era um animal racional, uma criatura feita à imagem e semelhança de Deus, um ser pensante, o dono do planeta. Hoje, porém, numa altura em que o humanismo se encontra tão dividido, estas definições serão suficientes? Heidegger*, no seguimento da fenomenologia**, teve o mérito de reencontrar e descrever a unidade do ser-no-mundo, voltando-se para o lado da dualidade da animalidade e da razão. Definiu o Dasein*** a partir da sua transcendência, da sua temporalidade estática, da sua abertura relativamente ao ser, em suma a partir do pensamento-palavra.

2019 - O Último Adeus: a sublimação da dor e o amor metafísico

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Uma metafísica para além do feminino e do masculino

Kalagatos

O autor apresenta de modo sucinto e provocativo a tese de que é urgente e imprescindível a mudança de base da Metafísica, assevera que a história da Metafísica iniciada com Tales de Mileto, ao longo do seu desenvolvimento limitou-se apenas a propor diferentes matérias como base da Metafísica, sem jamais questionar a possibilidade de outra base e que frente às descobertas da ciência contemporânea não é toda a Metafísica que perde sentido e razão de ser, mas apenas essa Metafísica de base material e propõe a possibilidade de se retomar a Metafísica em bases relacionais. Para o autor, O mundo precisa de Filosofia, a Filosofia carece de uma nova base metafísica e uma Metafísica em novas bases exige a coragem de ousar, não inconsequentemente, não em discursos edificantes, não em lampejos de genialidade, não em frases midiáticas, mas em diálogo com os outros saberes e a realidade por eles revelada, desvelada; uma Metafísica que seja capaz de apreender e expor em seu lógos a realidade dos ...

O DOMÍNIO DA TERRA E AS RELAÇÕES DE PODER ENTRE OS HOMENS

IX Congresso ANTIPECRE. (Campinas), 2023

Resumo: "Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai. [...] Tomou, pois, o SENHOR Deus ao homem e o colocou no jardim do Éden para o cultivar e o guardar. [...] Maldita é a terra por tua causa; em fadigas obterás dela o sustento durante os dias de tua vida. Ela produzirá também cardos e abrolhos, e tu comerás a erva do campo. No suor do rosto comerás o teu pão" (Gn 1,28; 2,15; 3,17-19). Eis as primeiras palavras bíblicas acerca da relação entre o homem e a terra. A presente comunicação pretende discorrer sobre o tema do domínio da terra e as relações de poder entre os homens. O objetivo é demonstrar que, a partir da queda, as relações humanas passaram a ser pautadas pela lógica de poder daqueles que detém a posse dos recursos de exploração da natureza, para extrair riquezas e produzir alimentos. Tal entrepresa, por conseguinte, requer que se estabeleça um percurso metodológico. Assim, delimita-se o texto do Pentateuco sob a abordagem da análise narrativa. Buscar-se-á, na unidade temática dessa obra literária, as feições retóricas do discurso narrativo acerca do tema proposto. Desde as narrativas primevas do Gênesis até ao ciclo narrativo exodal, observa-se que o desiquilíbrio ideológico causado pela lógica de exploração da natureza redunda na promoção de injustiça e opressão social. Destarte, a luta pela preservação da terra é, também, uma luta pela restauração das feições da justiça divina e de seu caráter.

DO DIABÓLICO AO SIMBÓLICO: MAGIA, AMOR, LOUCURA E MORTE

RESUMO: Se o mal está no laço social, decorrente da renúncia pulsional, como o mal-estar se apresenta na psicose, em especial, na paranoia? No laço do paranoico com o Outro, qual é a fonte de mal-estar evidenciada no objeto persecutório, lugar de exteriorização e figuração do ódio? Diante da história cultural dos significantes sobre o mal, propomos analisar a relação do paranoico com o Outro, tomando como foco a função do mal-estar e do ódio na lógica do delírio. Para tanto, de modo mais específico, recortamos aqui um trecho das Memórias de Schreber que encenam o mal-estar na paranoia. ABSTRACT: If evil is the social bond, resulting from instinctual renunciation, as the malaise appears in psychosis, especially in paranoia? In the paranoid bond with the Other, which is the source of malaise evident in the persecutory object, place of externalization and figuration of hatred? Faced with the cultural history of significant over evil, we propose analyzing the paranoid's relationship with the Other, taking as focus the role of malaise and hatred in the logic of delirium. Therefore, more specifically, here we cut a piece of Schreber's Memoirs staging the unrest in paranoia. KEY WORDS: Evil Malaise. Paranoia. Schreber. Delirium.