ESTADO CRÍTICO - textos da residência de crítica de cinema do III FRONTEIRA (original) (raw)

UMA LEITURA DE ESCRITA TRAUMÁTICA EM DUAS DRAMATURGIAS CONTEMPORÂNEAS BRASILEIRAS: AGRESTE E BR-3

Em tese, 2015

O presente texto focaliza a produção dramática brasileira que, mais propriamente a partir da década de 1990, explora a ficcionalidade da errância – personagens em constante trânsito. Abordamos os textos Agreste (2004), de Newton Moreno, e BR-3 (2005), de Bernardo Carvalho, numa investigação a respeito da forma literária/dramática em sua relação com o deslocamento a partir de termos correspondentes como errância. A violência e a manutenção de uma memória repetida serão elementos que definirão em tais textos sua relação com o referente de enunciação urbano, tal qual, de sua abertura à questão das identidades subjetiva e nacional.

RETRATOS DO CAMPO DA CRÍTICA LITERÁRIA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA

A pesquisa investiga o modo como o campo da crítica literária tem se estruturado no presente. Para tanto, serão investigados os posicionamentos dos críticos Alcir Pécora (2011), Flora Süssekind (2010), Paulo Franchetti (2005), o falecido Wilson Martins (2005), dentre outros, que asseveram o prolongado marasmo da vida cultural e literária do país. Além destes, serão exploradas as posições dos intelectuais João Cezar de Castro Rocha (2011), Nelson de Oliveira (2015) e Eneida Maria de Souza (2002), por exemplo, uma vez que afirmam ser o contemporâneo caracterizado por uma potência inédita. Tais perspectivas, ao serem postas em tensão, podem auxiliar no melhor entendimento do campo da crítica realizada atualmente no Brasil. Palavras-chave: Crítica brasileira; Campo literário; Crise. Nas últimas décadas, a cena cultural no Brasil, em especial a literária, parece composta por dois grupos de vozes destoantes, que se aproximam, paradoxalmente, ao possuírem um caráter superlativo e, por isso mesmo, extremista: de um lado, escuta-se o réquiem proferido por alguns críticos como do tom mais ameno desta última, que asseveram o prolongado marasmo da vida cultural e literária do país, visto que as humanidades estariam sofrendo uma perda significativa de conteúdo; do outro lado do campo, a morbidez é substituída pelo otimismo de certos intelectuais como, dentre outros que afirmam de modo enfático ser o contemporâneo definido por uma potência inédita, acusando os rivais de acharem feio o que não é espelho. Assim, nos fazemos a seguinte pergunta: "Que partido tomar?". Num primeiro momento, nenhum. Ao longo do texto, vamos expor e analisar os argumentos de alguns desses pensadores, os apresentado em relação, a fim de compreender melhor como o 248

CRÍTICA E CURADORIA NO CINEMA

CRÍTICA E CURADORIA NO CINEMA, 2023

Laécio Ricardo de Aquino Rodrigues (organizador) - Belo Horizonte, MG: PPGCOM/UFMG, 2023. SUMÁRIO Prefácio 22 verbetes sobre conservação e imaginação em 2022 11 Juliano Gomes Introdução Dois ofícios, diferentes olhares e algumas convergências 23 Laécio Ricardo de Aquino Rodrigues I. A crítica cinematográfica Capítulo 1 A crítica de cinema se reconfigura: autoridade e democratização no ambiente online 33 Rafael Oliveira Carvalho Capítulo 2 Abundância, precarização e ineditismo: desafios para a crítica de cinema na internet e o papel dos festivais 59 Marcelo Ikeda Capítulo 3 A crítica de cinema na academia e nas associações 81 Ivonete Pinto Capítulo 4 Escrever e programar a partir da América Latina: respostas críticas e curatoriais à circulação europeia do cinema latino-americano 101 Victor Guimarães Capítulo 5 Crítica cinematográfica: a frágil utopia de comunidades cinéfilas 123 Pablo Gonçalo Capítulo 6 Crítica é conversa 141 Maria Bogado Capítulo 7 Crítica de cinema e podcast: diálogo em construção 155 Isabel Wittmann e Raquel Gomes Entrevistas - O campo da crítica 169 “Entre um extremo e outro, na zona de tensão entre sujeito e objeto, é onde me parece estar localizada este tipo de escrita a que chamamos de crítica” 171 Matheus Cartaxo Domingues “A crítica que fica restrita a apenas um lugar dentro do ecossistema do cinema me parece que fracassa logo de saída. A crítica precisa circular” 179 Camila Vieira da Silva “Ver tantos filmes quanto possível é sempre importante e ler sobre eles é indispensável. Mas olhar o mundo à volta do cinema também. Isso faz um bom crítico e um bom texto” 187 Felipe André da Silva “Procuro escrever com clareza, sem erros de português, com uma possível elegância, e ser o menos óbvio e reiterativo possível. Acho que a crítica deve ao menos aspirar a ser um gênero literário” 197 Carlos Alberto Mattos II. A atividade curatorial Capítulo 8 Para um glossário sobre curadoria 209 Moacir dos Anjos Capítulo 9 Apontamentos sobre uma prática curatorial feminista 223 Maria Cardozo Capítulo 10 Curadoria como exercício de cinema comparado 241 Mariana Souto e Érico Oliveira Capítulo 11 Cinefilia virtual e curadoria hesitante: Percalços de um itinerário particular 265 Fernando de Mendonça (Nandodijesus) Capítulo 12 Curador, cão e as instituições 279 Luís Fernando Moura Capítulo 13 Campos, contracampos e extracampos: cinco sequências do cinema brasileiro em uma era de antagonismos 287 Francis Vogner dos Reis Entrevistas - O campo da curadoria 327 “Não é incomum que nós, curadores, descubramos a curadoria apenas enquanto se dá, por exemplo, o festival. É só quando ele termina que, digamos, temos uma visão completa do museu” 329 Luís Fernando Lira Barros Correia de Moura “O recorte identitário sempre esteve presente no circuito do cinema, e sempre foi, repito, branco, cisgênero e masculino. Assim, vejo as mudanças que têm ocorrido como um abalo sísmico fundamental” 345 Rita Vênus Cordeiro Vieira Entrevista “O trabalho da curadoria se destina a cumprir uma função necessária num mundo que produz mais obras do que há espaço para exibi-las. Assim, antes de falar de conceitos ou de programas, há que se lembrar disso: ela atende uma imposição e um contexto prático” 349 Eduardo Novelli Valente Sobre as autoras e os autores

CRÍTICA LITERÁRIA EM TRÂNSITO

Revista Pessoa, 2020

Em comemoração aos dez anos de existência da Revista Pessoa, Mirna Queiroz , a editora e fundadora da publicação, sugeriu que nós colaboradores fizéssemos um balanço da nossa contribuição à bela trajetória da revista. O ensaio Crítica literária em trânsito, portanto, se propõe a apresentar um plano de trabalho e de defesa de valores críticos no meu trabalho enquanto crítico literário. O texto pode ser acesso originalmente aqui: https://www.revistapessoa.com/autor/383/Cristhiano%20Aguiar/

O tempo no terceiro mundo de Glauber Rocha: o roteiro cinematográfico como gênero literário

Revista do GELNE, 2017

Glauber Rocha, numa carta a Augusto Carlos Calil expressou vontade de reunir em antologia uma série de roteiros seus. O diretor baiano e toda a sua obra cinematográfica já gozam do respeito tanto da crítica quanto do público, tendo reconhecida a sua importância na produção artístico/cultura brasileira do século XX, contudo seus roteiros, base literária dos filmes, estão ainda para ser descobertos como obra literária independente. Este artigo, através da análise da categoria tempo, tem como objetivo entender como o roteiro articula conceitos de ficção e narratividade em comparação com o romance e o drama, gêneros literários já bem estabelecidos. Com o intuito de cavar para o roteiro um lugar nos estudos literários, nossa leitura é guiada por teóricos cuja preocupação com a narrativa literária é um grande legado para a teoria e crítica, sendo alguns deles: Roland Barthes (1972), Gerárd Genette (1979) e Tzvetan Todorov (2006).

GLUB! ESTÓRIA DE UM ESPANTO: ENTRE A CRÍTICA TEXTUAL E A NOVA RETÓRICA

Diálogo das Letras, 2013

Propõe-se, neste artigo, uma leitura filológica e retórica do texto teatral censurado Glub! Estória de um espanto, de Nivalda Costa, produzido no período da ditadura militar (1964-1985), na Bahia. Nesse sentido, conforme orientação teórico-metodológica da Crítica Textual e da Nova Retórica, buscou-se desenvolver uma análise do auditório e das condições de argumentação, após realização de edição do texto. A dramaturga baiana, artista engajada com questões sociopolíticas e estéticas, criou sua produção teatral a partir do conhecimento que tinha de seu auditório heterogêneo, buscando persuadir os censores a fim de se comunicar com o público. Nessa perspectiva, justifica-se a realização deste trabalho, sobretudo, pela necessidade de preservação e transmissão da memória cultural escrita do povo baiano.

A CRÍTICA TEATRAL - Uma Reflexão sobre o gênero na imprensa Brasileira

A CRÍTICA TEATRAL, 2018

A presente monografia procura refletir os preceitos, fundamentos e características da Crítica Teatral como gênero jornalístico. Avaliando qual seria a maneira mais correta de redigir uma, e quais os pontos essenciais para essa. Para isso, serão analisadas críticas teatrais vinculadas na mídia brasileira entre 2015 e 2018, a conduta que seus autores e meios utilizam para produzi-las, além de entrevistas com profissionais do meio, e pesquisas com bases históricas. O intuito final é compreender e identificar uma possível forma base de escrita que guie profissionais e elucide estudantes do meio, gerando maior interesse para o texto opinativo em questão.

CRÍTICA TRIDIMENSIONAL DA REINCIDÊNCIA

Não és bom, nem és mau: és triste e humano... Vives ansiando, em maldições e preces, Como se a arder no coração tivesses O tumulto e o clamor de um largo oceano. Pobre, no bem como no mal padeces; E rolando num vórtice insano, Oscilas entre a crença e o desengano, Entre esperanças e desinteresses. Capaz de horrores e de ações sublimes, Não ficas com as virtudes satisfeito, Nem te arrependes, infeliz, dos crimes: E no perpétuo ideal que te devora, Residem juntamente no teu peito Um demônio que ruge e um deus que chora." Olavo Bilac (Dualismo) "Los nadies: los hijos de nadie, los dueños de nada. Los nadies: los ningunos, los ninguneados, corriendo la liebre, muriendo la vida, jodidos, rejodidos: Que non son, aunque sean. Que no hablan idiomas, sino dialectos. Que no profesan religiones, sino supersticiones. Que no hacen arte, sino artesanía. Que no pratican cultura, sino folklore. Que no son seres humanos, sino recursos humanos. Que no tienen cara, sino brazos. Que no tienen nombre, sino número.