O capitão Antônio Bernardo Quartim (1822-1888), o ABC da engenharia (original) (raw)

O engenheiro militar Manuel de Azevedo Fortes em Loule 1700

Ao longo de toda a Idade Moderna, sobretudo nas ocasiões em que se pretendeu avançar com a edificação de estruturas de maior complexidade técnica, a carência de mão-de-obra especializada residente no Algarve obrigou a destacar para esta região arquitetos e engenheiros militares, incluindo alguns dos mais qualificados profissionais dessas áreas. Uma dessas figuras foi, sabemo-lo agora, Manuel de Azevedo Fortes (1660-1749), nome maior do Iluminismo de Setecentos, indivíduo que D. João V nomeia engenheiro-mor do Reino (1719), o responsável pela introdução da cartografia científica em Portugal e autor dos primeiros estudos e tratados de engenharia em língua portuguesa, incluindo a obra "O engenheiro português" (1729). Este facto, que não consta de nenhuma das biografias que até à data lhe foram dedicadas, é corroborado pela descoberta de uma assinatura do engenheiro militar num documento de âmbito paroquial lavrado, no ano de 1700, na então vila de Loulé. É a 27 de outubro do referido ano de 1700 que, ao redigir o assento relativo a um casamento celebrado na matriz de São Clemente de Loulé, o Padre-beneficiado Manuel Fernandes arrola entre as testemunhas que assistiram à cerimónia "o capitão Manuel de Azevedo Fortes". E, no lugar a isso reservado, lá está a assinatura do dito militar. A dúvida que de imediato se poderá colocar é: será o célebre engenheiro-militar de D. João V, ou somente um homónimo que, por coincidência, também estava ligado à tropa? Que razões levariam o futuro engenheiro-mor a estar na vila algarvia no dealbar do século XVIII? A esse respeito, as informações contidas no supradito assento nada acrescentam, limitando-se a indicar o nome, naturalidade e filiação dos nubentes, José Teixeira, nascido em Vila Real, filho de Matias Rodrigues e João Romão e Simoa Rodrigues, para além de arrolarem mais três testemunhas: o tenente Manuel da Conceição Mexia, o Padre Francisco Pinto Cabral e o Dr. José Pereira Murça das Neves. No mesmo sentido (tanto quanto nos foi possível apurar), nenhum dos estudos

Engenharia, engenheiros e o universo da difusão de tecnologia no Brasil Imperial (1860-1864)

Revista Brasileira de História da Ciência, v. 5, p. 354-368, 2012

Este artigo tem por objetivo analisar a especificidade do processo de difusão e aprendizagem subjacente à tecnologia construtiva lattice presente na infraestrutura viária do Brasil oitocentista. O método construtivo de ponte denominado lattice foi desenvolvido e registrado por Ithiel Town no escritório de patente dos Estados Unidos em 1820 e 1835. Pretende-se neste artigo enfatizar o processo de adoção de uma nova tecnologia e a importância de atores distintos no âmbito da Engenharia no Brasil, assim como identificar as formas de contato e transmissão de conhecimento científico e tecnológico durante o processo de uso do método lattice. Para tanto, utilizam-se dados inéditos para a História da Engenharia: os processos de pontes e estradas recolhidos e codificados em um banco de dados que alcança o significativo volume de 22.000 documentos para o período de 1840-1889.

Joaquim Vicente Foro, Mestre Construtor (Act. 1761-1796) - As Canoas Cobertas e a Corveta do Arsenal Real de Belém (Brasil)

Navigator, 2019

Apesar de desconhecido, Vicente Foro (act.1761-1796) foi um importante mestre e construtor do Arsenal Real de Belém, cuja obra se encontra excecionalmente documentada iconograficamente. Para além do projeto das principais canoas cobertas do Pará, a partir de 1773, de especial importância, é o ter desenhado o "Plano de Navio" de uma corveta, em 1786, que constitui um raríssimo e inédito testemunho da Arquitetura e Construção Naval luso-brasileira setecentista, que aqui se analisa.

Joaquim Vicente Foro, Mestre Construtor (Act. 1761-1796) - As Canoas Cobertas e a Corveta do Arsenal Real de Belém (Brasil)* Joaquim Vicente Foro, Master shipbuilder (act. 1761-1796) - The Brazilian covered galiotes and the corvette of Belém’s Royal Arsenal, (Brazil)

Navigator: subsídios para a história marítima do Brasil., 2019

Although unknown, Vicente Foro (act. 17611796) was an important master and shipbuilder at Belem’s Royal Arsenal, whose work is remarkably ichnographically documented. Apart from the project of the main Pará covered canoes, built from 1773 onwards, of singular importance is the drawing of the “Ship Plan” of a corvette, in 1786, which constitutes a very rare and unprecedented testimony of eighteenth-century Portuguese-Brazilian Naval Architecture and shipbuilding, which is here examined.

A Mecânica Quântica de David Bohm

Revista Vértices ( Campos dos Goytacazes), 2008

A interpretação bohmiana da Mecânica Quântica representa uma das principais alternativas ao modelo hegemônico proposto pela Escola de Copenhague. Apresentar, sucintamente, seus principais aspectos conceituais, é o objetivo do presente artigo.

Augusto Eduardo Neuparth (1859-1925). O Almirante que se interessava por Ciência

Anais do Clube Militar Naval, Vol. CXLIX, janeiro-junho 2019, p. 85-144, 2019

Admiral Augusto Eduardo Neuparth attended the Polytechnic School, the Portuguese Army Academy and the Portuguese Naval School, where he obtained the diploma of hydrographic engineer. Hydrographic and geodesic works, as well as studies on fisheries are worthy of note. The services rendered at the Lisbon Astronomical Observatory, D. Luiz Meteorological Observatory, the Geodesic Works Department and at the Headquarters Section of the Ministry of the Navy, witness the technical skills of Augusto Neuparth. In addition, his scientific works appearing among the pioneering studies in Portugal in the field of oceanography and marine biology. It should be noted that in the present year is the 160th anniversary of birth of this navy officer, on October, 11, 2019.