EFEITO DA ESCOLARIZAÇÃO SOBRE A LÍNGUA FALADA NO SERTÃO ALAGOANO (original) (raw)
2018, XI Semana de Letras - ANAIS
No estudo de diversos fenômenos linguísticos do Português Brasileiro, encontramos, comumente, uma forte incidência da escolarização sobre determinadas variedades da língua. Vemos, com isso, uma diferença notável entre a língua que é utilizada por falantes mais escolarizados contra aqueles menos escolarizados. Dessa forma, veiculam-se múltiplos discursos que promovem a ideia de escola enquanto local normatizador e homogeneizador da Língua Portuguesa, podando o que é visto pelo ensino de língua como errado e elegendo as formas vistas como ideais. Além disso, observamos que há certos procedimentos de exclusão feitos através desses discursos, acabando por apagar determinados grupos de fala que não se encaixam na visão padrão de língua. Desse modo, este artigo tenciona observar, sob o viés da Sociolinguística Variacionista, o efeito que a escola tem sobre o português utilizado pelos sertanejos alagoanos. Para tanto, levamos em conta os resultados de pesquisas sociolinguísticas feitas com base na amostra do projeto A Língua Usada no Sertão Alagoano (2014) sobre determinados fenômenos linguísticos, tais quais os de Feitosa (2017) e Rodrigues (2018), com vistas a perceber o que objetivamos. Desse modo, esse trabalho se realiza através de uma perspectiva bibliográfica. Com isso, dialogamos com o que é tratado por Bagno (2015), Foucault (1996), Lopes (2017), entre outros, por tratarem dos assuntos que por nós serão abordados. Após nossa análise, concluímos que, embora haja incidência da escolaridade sobre o Português falado nessaa região, a mesma só atua fortemente em cima de processos variacionais socialmente estigmatizados, como a conjugação do pronome a gente + 1PP. PALAVRAS-CHAVE: Sociolinguística. Escolaridade. Sertão Alagoano. Procedimentos de exclusão. Preconceito Linguístico. 1.